Muitos itabunenses têm o privilégio de trabalhar no paraíso – ou bem próximo dele – na vizinha cidade de Ilhéus. Mas, se o destino pode ser comparado a um local paradisíaco, a viagem até lá, normalmente, pode ser considerada um inferno. Usuários da empresa Rota Transportes que fazem principalmente o trajeto diário entre Itabuna-Ilhéus, Itabuna-Olivença e vice-versa, contam dos inúmeros aborrecimentos que vivem nos ônibus.

Os passageiros relataram ao blog que além do grande número de gratuidade, funcionários da Rota e de outras empresas do setor de transportes se acumulam no espaço reservado para o motorista e fazem um demorado bate-papo por toda a viagem, o que muitas vezes desvia a atenção do condutor do veículo que tem que olhar para a traz para manter a conversa.

Além disso, eles descreveram outros incômodos: a permanente presença de pessoas pedindo dinheiro – tem até um indivíduo que insiste em solicitar ajuda financeira para a compra de material geriátrico –, outro cidadão que se diz palhaço e quer dinheiro para a suposta compra de comida e ainda a apresentação de jovens com intermináveis depoimentos para a venda de CDs e DVDs.

Sem falar dos constantes atrasos dos ônibus em qualquer horário, tanto nos pontos de Ilhéus como nos de Itabuna, som alto, lembrando que existem outros problemas.

Os passageiros enumeraram alguns deles: veículos sujos, alguns apresentando cheiro de vômito etc. Em relação ao equipamento de ar-condicionado, nos ônibus conduzidos por motorista sem cobrador, o sofrimento é garantido durante todo o ano. Nas estações mais frias, os aparelhos estão sempre ligados, e os passageiros sofrem ciom a água que pinga nas poltronas; no verão, muitos ficam com defeito, provocando calor insuportável.

De maneira engraçada disseram que “a Rota Transportes está saindo da rota, pois não existe fiscalização constante nos ônibus”.

P.S.: Em relação ao que dissemos no início dessa nota, lembremos que muitos ilheenses também trabalham em Itabuna; nesse caso, saem do “paraíso” ao limbo, numa viagem igualmente infernal. O transporte é o mesmo.