Jorge Barbosa de Jesus

jorgeCovarde porque só atenta contra os pobres, os usuários do Sistema Único de Saúde que não possuem alternativa de atendimento através de planos de saúde e muito menos particular. Além disso, é uma jogada muito bem pensada as vésperas de eleições municipais, ou seja, não se indispõe com o eleitorado de Itabuna, justamente quando ninguém está fazendo campanha para candidatos a deputado.

Por outro lado, é justo o governo do Estado aumentar o repasse de verbas para o HBLEM, sem cobrar por produção? É correto o Estado investir numa estrutura que ele não dispõe de nenhum mecanismo de participação e controle administrativo? Sem meias palavras o gestor municipal não quer a estadualização porque não admite perder o controle sobre uma estrutura que pode render muito do ponto de vista eleitoral.

Quem está assumindo esta bandeira não tem nada a temer, uma vez que os gestores municipais são simpáticos e favoráveis a tais medidas, principalmente porque não assumem o ônus da suspensão do atendimento aos pacientes dos 120 municípios pactuados.

Tudo muito cômodo para todos é claro, menos para quem está privado do atendimento hospitalar. Nada mais pusilânime do que ir ao campo de batalha usando os braços e corpos alheios como armas de ataque e defesa. É o que todo fraco deseja, ser herói manipulando o semelhante, ser guerreiro sem nunca ter lutado.

Irresponsável, sem dúvida, uma vez que recusa o atendimento médico a um ser humano que o seu dever primordial deveria ser o de ajudar e socorrer. Existe triagem, os casos graves, os emergenciais estão sendo atendidos.

Parece uma medida séria e responsável. Pois bem faço um desafio: quero ver se acaso chegar ao HBLEM o pai, a mãe, ou o filho dos que estão negando o principio da universalidade aos humildes dos municípios vizinhos, se mesmo não sendo emergência eles deixariam de atender. É irresponsável sim, porque a saúde e a vida, de quem tem o atendimento negado, está em jogo e está em perigo.

Além disso, é bom saber! Qual a posição dos prefeitos, vereadores e Deputados Estaduais da região, diante de tal situação?  Será que vão permanecer inertes diante do desrespeito a cidadania dos seus cidadãos e eleitores?

O Hospital de Base nunca funcionou condignamente e sua situação se agravou desde os anos de 2007 e 2008, por isso, defendemos firmemente a estadualização, não como uma panacéia, mas, como um caminho para a saída da crise, uma vez que o município de Itabuna não tem condições financeiras de manter o hospital, nem pagando suas dívidas, nem mantendo o seu funcionamento e muito menos realizando novos investimentos.

Juramento de Hipócrates

“Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue:

Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.

Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém.

A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva. 

Conservarei imaculada minha vida e minha arte.

Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.

Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.

Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.

Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.”

Jorge Barbosa de Jesus  é coordenador adjunto da CTB Regional Sul da Bahia