Ao menos quatro ex-funcionárias de Melina Esteves França, investigada por agredir e manter e cárcere privado a babá Raiana Ribeiro da Silva (foto), vão prestar depoimento à polícia nesta sexta-feira (27), em Salvador. Elas também relatam ser vítimas dos mesmos crimes.

Os casos vieram à tona depois que Raiana, para escapar de Melina, pulou do terceiro andar do prédio da ex-patroa, que fica no bairro do Imbuí. O advogado de Raiana também vai representar as outras quatro ex-funcionárias.

Além dos relatos de agressão, algumas das mulheres também dizem que não receberam os salários. Melina poderá responder por cárcere privado e trabalho análogo à escravidão, já que manteve as trabalhadoras em condições mínimas e direitos trabalhistas não foram cumpridos.

O caso é investigado pela 9ª delegacia da Boca do Rio. Melina prestou depoimento por seis horas na quinta-feira (26), mas não chegou a ser detida. Ao chegar no prédio onde mora, depois de ter saído da delegacia, ela foi vaiada pelos vizinhos.

Entenda o caso

Raiana trabalhava como babá na casa de Melina há cerca de uma semana, cuidado das filhas trigêmeas da empresária. As crianças têm 1 ano e 9 meses de vida. Durante o trabalho, Raiana passou a ser agredida por Melina e resolveu deixar a ocupação após encontrar um outro emprego.

Na quarta-feira (25), a situação piorou e Melina chegou a trancar Raiana no banheiro. Foi no desespero, que a babá resolveu fugir pela janela e acabou pulando do prédio.

“Ela me trancou no banheiro ontem pela manhã, e foi quando bateu o desespero de fugir de alguma forma. Quando eu vi o basculante do banheiro, aí eu tentei sair. Achava que alcançava a outra janela, mas não alcancei e me soltei. Fiquei pendurada em um ‘degrauzinho’ onde estende roupa, mas não alcancei a outra janela, me soltei e caí”.

Com a queda, Raiana sofreu uma fratura no pé e chegou a ser hospitalizada. Ela recebeu alta médica ainda na quarta. (G1)