"Ela deu a vida dela pelo filho". É como o rodoviário Gilvan de Jesus resume a morte da irmã, Norma Lúcia Pereira Daltro de Souza, de 52 anos, que foi atacada a tiros enquanto tentava proteger o filho durante uma briga com vizinhos, na cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador.

O caso ocorreu na noite da terça-feira (1º), no bairro Pampalona, na Rua São Joaquim, onde a família mora. Além de Norma, outras duas pessoas foram baleadas e uma esfaqueada. Os feridos eram amigos da mulher. As três estão internadas no Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira de Santana. Norma era pastora e atuava na igreja que fundou há 8 anos.

"Uma tragédia que ainda não caiu a ficha. Ela deu a vida dela pelo filho. Onde muitos foram baleados e minha irmã perdeu a vida. Deu a vida delas pelos filhos. É uma grande perda para a sociedade toda, como no bairro. Perdeu uma mãe, uma pastora, uma pessoa que aconselhava a todos que procuravam ela. Então, foi uma tragédia horrível", disse Gilvan de Jesus.

Testemunhas contaram que houve uma confusão generalizada e, durante a briga, um homem identificado como Erisvaldo da Silva Almeida, que era vizinho da família, atirou duas vezes na pastora. Em seguida, Adailson Macedo Almeida, que estava na casa do suspeito, teria efetuado mais um disparo.

Após o crime, três motocicletas que estavam estacionadas em frente à casa de Erisvaldo foram incendiadas por vizinhos da vítima. O grupo também chegou quebrar garrafas de vidro que estavam no local.

Adailton foi preso logo após a ação. Já Erisvaldo, conhecido como Dinho, é preocurado. Segundo a polícia, em um primeiro momento, Adailton confessou o crime, mas, em seguida, negou envolvimento na ação. O caso está sob investigação da Delegacia de Homicídios de Feira de Santana.

Conforme a polícia, a briga teria sido motivada por uma desavença antiga entre um dos 11 filhos de de Norma e o vizinho. Rebeca Pereira, de 20 anos, que é uma das filhas da pastora, contou como a rixa começou.

"Uma vez, as crianças estavam brincando na frente da casa do irmão dele. Aí, eu não sei como foi, acho que outras crianças fizeram xixi na porta da casa dele. Aí, o irmão dele pensou que era meu sobrinho, filho desse meu irmão. E ele disse que ia agredir meu vizinho. Aí começou a confusão. Esse rapaz que falou isso pediu desculpa. Ninguém tem nada contra ele. Mas o irmão dele [Erisvaldo], já invadiu a casa onde minha mãe mora", contou Rebeca Pereira.

Após passar por necropsia, o corpo de Norma Lúcia foi levado para a igreja fundada pela vítima, "Arca da Promessa", para ser velado. (Com informações do G1).

 

Vítima é velada na igreja que fundou — Foto: Reprodução/TV Subaé