O secretário de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), Lucas Costa, esteve no Piauí juntamente com o diretor de Defesa Animal da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Rui Leal, e o superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Paulo Emílio, para determinar as ações da cooperação técnica que visa erradicar os focos da Peste Suína Clássica (PSC) e garantir que o vírus da doença não se propague e chegue até à Bahia.

O secretário esteve com o diretor da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí, Idílio Moura, nas frentes de combate aos seis focos da doença em uma localidade no norte do estado vizinho, na última semana, e determinou o envio de equipes da Adab com veículos, insumos e técnicos, que já estão em campo atuando para acelerar a eliminação de todos os animais onde os casos foram registrados em um raio de três quilômetros.

A cooperação técnica prevê, ainda, o recadastramento de todas as criações de suídeos no estado vizınho, e a vigilância reforçada em um raio de sete quilômetros dos focos infectados, com patrulhas em alerta, assistência técnica de veterinários e fiscalização em todas as propriedades.

“A Seagri está agindo prontamente em todos os focos encontrados no Piauí para erradicar a doença, impedir que o vírus se espalhe e garantir a manutenção da classificação da Bahia como Zona Livre de Peste Suína Clássica. Assim, garantimos também a segurança sanitária do bloco nacional dos 16 grandes estados produtores de suínos do país, que a Bahia acaba protegendo pela sua posição geográfica e extensão”, informou o secretário Lucas Costa.

A Zona Livre de PSC concentra mais de 95% de toda a indústria suinícola brasileira e é de onde sai toda a exportação de suínos e seus derivados. Além da Bahia, possuem o status livre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sergipe, Rondônia, Acre e o Distrito Federal. A última ocorrência da doença nestes estados foi detectada em janeiro de 1998. Na Bahia, nunca houve nenhum caso registrado da PSC. 

A peste suína clássica não oferece qualquer risco à saúde humana, nem pelo contato direto com os animais doentes nem pelo consumo de sua carne ou derivados. O contágio acontece apenas entre suídeos (suínos e javalis), e os animais resultantes de seu cruzamento com suínos domésticos (asselvajados). Mas é altamente contagiosa, fatal, incurável, e o vírus se propaga rapidamente entre o rebanho.

Apesar de não ser uma zoonose (doença transmitida pelos animais aos seres humanos), ela pode provocar sérios prejuízos econômicos aos produtores, porque toda a criação de suínos tem que ser rapidamente sacrificada, inclusive a do entorno dos focos identificados. Os produtores do Piauí estão sendo indenizados com valor de mercado como mais uma ação para garantir que a presença do virus seja notificada e eliminada. A exportação de produtos agrícolas envolvidos na produção da ração dos animais, como milho, soja e algodão, também pode ser afetada pela ocorrência da doença em todo o país.

Em todos os municípios baianos da divisa do estado com o Piauí, a Seagri reforçou a vigilância e defesa, enviando equipes com médicos veterinários e fiscais para orientação, recadastramento e fiscalização em todas as propriedades rurais com criação de suínos. A fiscalização de rastreio, transporte e trânsito de todos os rebanhos nos 810 km da divisa entre os estados foi intensificada..

 “O recadastramento que está sendo feito nos municípios da divisa entre a Bahia e o Piauí e em todo o estado vizinho será estendido, em uma segunda etapa, aos rebanhos de suídeos de todos os municípios da Bahia”, garantiu o secretário Lucas Costa.