As maiores centrais sindicais do país se uniram para pressionar o governo por um aumento real para o novo salário mínimo, que valerá a partir de janeiro de 2011. Em reunião no último dia 1º, em São Paulo, CUT, Força, UGT, CTB, CGTB e NCST definiram uma posição unificada  em relação ao valor do novo mínimo.

Os trabalhadores firmaram posição contrária à proposta de Orçamento Federal, apresentada ao Congresso Nacional pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Na proposta oficial,  o reajuste eleva o mínimo de R$ 510,00 para R$ 538,15, sem contemplar nenhum aumento real.

Manifestando sua disposição pela “abertura imediata de negociação com o governo”, e  reafirmando seu apoio ao acordo de valorização permanente do salário mínimo – firmado com o governo federal em 2007 -, as seis centrais sindicais propõem um “valor arredondado” de R$ 560,00.

O número é resultado da estimativa da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2010 – apresentada pelo próprio governo, de 5,52% – que é o percentual de inflação do período, utilizado para repor as perdas – somado à média do crescimento econômico de 2006 a 2009 (Produto Interno Bruto), de 3,8%.

“O acordo firmado considerava a inflação medida pelo INPC mais a variação do PIB do ano anterior. Como em 2009 o PIB registrou queda de 0,2%, isso comprometeria a política de valorização, fazendo com que diante da situação excepcional, as centrais venham propor uma adequação para não comprometer o princípio de fortalecimento do poder aquisitivo, que tem sido um instrumento vigoroso de mobilidade social”, explicou Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese.

Esse deverá ser o primeiro teste, pelo qual se medirá a verdadeira disposição para a negociação da presidenta virtualmente eleita, Dilma Rousseff. O seu professor, o ainda presidente Lula, deu mostras seguidas de que é possível dividir a riqueza para crescer – ao contrário dos governos neoliberais, que insistiam em esperar o bolo crescer para só então dividi-lo. E, claro, sempre eles ficando com a parte do leão".