Pedro Henrique Roque dos Santos, ou, simplesmente, Colina. Meio-campo habilidoso, chamou a atenção de um olheiro do Bahia de Feira em um jogo de várzea em Pau Brasil.

Colina está prestes a ingressar na disputa do Campeonato Brasileiro, 4ª divisão. O Bahia de Feira, vice-campeão baiano de 2019, vai disputar jogos nos rincões do Brasil.

Bem diferente dos jogos na Eslováquia, onde atuava até pouco tempo. Jogava, mas não falava. “O futebol a gente adapta. Mas a língua… nem inglês eles querem falar… não facilitam. Não deu pra ficar”.

Aos 21 anos, já não é nenhum novato do mundo do futebol, embora não esteja “perdido” para o esporte.

“Pra falar a verdade, já estava desistindo. Adoro jogar, mas aos 21 anos, depois de tantas peneiras e até contratação internacional, cansa”, comenta.

Ver a mãe morando na casa humilde e perceber que de seus pés e sua habilidade poderia sair um futuro diferente era o que o motivava até semana passada, antes de pensar na desistência.

Porém, do mesmo jeito que essa esperança enfraquece, se reacende, como um candeeiro em que se põe mais querosene.

“Eu estava lá em Pau Brasil, disputando um campeonato amador, nem imaginava que tinha alguém me observando. Fiz o meu jogo, para o meu time, e fui abençoado”, lembra.

Pedro Colina embarcou ontem, de Itabuna para Feira de Santana, em busca de seu sonho. Na despedida, com a mãe, padrasto e irmã, um quadro simples com a mensagem que o guia em busca de seu sonho: “Mãe é tudo”.

“Faço por ela, para dar uma vida melhor a minha família. Em campo, esqueço os problemas, mas nunca esqueço pelo que jogo”.