O governador Rui Costa reafirmou nesta terça (27) que partiu do Governo do Estado, ainda em meados de 2020, a iniciativa de determinar a rigorosa investigação sobre as possíveis irregularidades na venda de respiradores da empresa HempCare, durante a pandemia. O trabalho da Polícia Civil da Bahia levou à prisão dos sócios e apontou a fraude praticada, mas os proprietários acabaram soltos depois de ordem judicial.

Foram expedidos pela Justiça 15 mandados de busca e apreensão cumpridos em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Araraquara. A suposta ligação da HempCare com o grupo Biogeoenergy, que tem entre suas empresas uma suposta fabricante de respiradores. Os agentes não encontraram nenhum respirador, nem chinês nem brasileiro, constatando a fraude e desmascarando a versão que a empresa alegava de entregar modelos nacionais e não os aparelhos chineses. As buscas contaram com a participação de auditores da Controladoria Geral da União.

Rui se refere à operação Cianose, deflagrada hoje pela Polícia Federal. A ação investiga a contratação pelo Consórcio Nordeste – entidade que inclui os Estados da região de mesmo nome – de empresa para o fornecimento de 300 ventiladores pulmonares durante o pico inicial da pandemia de Covid-19 no Brasil.

Segundo a PF, o  processo de aquisição que se seguiu contou com diversas irregularidades, como o pagamento antecipado de seu valor integral, sem que houvesse no contrato qualquer garantia contra eventual inadimplência por parte da contratada. Ao fim, nenhum respirador foi entregue.

Os investigados podem responder pelos crimes de estelionato em detrimento de entidade pública (art. 171, § 3º, do Código Penal), dispensa de licitação sem observância das formalidades legais (art. 89, caput e parágrafo único da Lei de Licitações) e lavagem de dinheiro (art. 10, da Lei nº 9.613/98).