O governador Rui Costa voltou a falar sobre a pressão que tem recebido de representantes do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar) e da comissão de vereadores de Salvador, sobre a realização do carnaval de 2022.

Em entrevista, Rui citou dados sobre o crescimento de casos de Covid-19 no mundo, para argumentar sobre o risco que é autorizar uma festa com milhões de pessoas na rua, sem a capacidade de conferir cartões de vacinação e o uso de máscaras.

“As pessoas, em uma sede de realizar o seu sonho festivo e empresarial, estão se esquecendo do drama que a gente viveu em um ano e meio. Eu não colocarei a população em risco. Não vou colocar minha cabeça no travesseiro e ficar, eventualmente, me lamentando por ser responsável por dezenas ou centenas de mortes, com a realização de um carnaval, quando eu tenho no dia de hoje em torno de 2.500 casos positivos”, argumentou.

“Os países estão fechando cidades quando aparecem cinco casos. A China, quando aparece um caso, fecha a cidade. Nós temos 2.500 casos e a pergunta que eu tenho que responder todo dia é se teremos carnaval, se nós vamos botar três milhões de pessoas na rua. De fato, eu tenho dificuldade de entender isso, que mundo é esse que estamos vivendo, que sociedade é essa, que o grande anseio das pessoas e saber se vamos ter um carnaval”.

O governador também falou sobre os eventos que estão liberados atualmente. Até a sexta-feira (19), estão autorizadas as festas com público de até três mil pessoas. Ele criticou duramente os realizadores desses eventos, que não têm cobrado o estabelecido em decreto estadual.

“Nós liberamos eventos e, infelizmente, as informações que eu recebo é de que não estão respeitando a exigência, por exemplo, de vacinação. As festas que estão acontecendo no litoral, na cidade, as pessoas não estão usando máscara. As pessoas chegam com qualquer papel na portaria, fazem de conta que estão apresentando um comprovante e ninguém checa a autenticidade do papel. As festas estão sendo feitas sem nenhuma verificação, inclusive de que as pessoas que estão lá estão vacinadas. Então, o dinheiro não pode estar acima da vida das pessoas e da saúde das pessoas”, ponderou.

“As mesmas pessoas que estão pedindo para liberar mais público em festa, são as mesmas que ao organizarem festas não têm sensibilidade humana para, pelo menos exigir que quem entre em suas festas, estejam apresentando atestado de vacinação”.