A Câmara Municipal de Itabuna fez circular, na tarde de ontem, release em que divulgou a aprovação, em nível de comissões técnicas, da anulação da eleição antecipada para a Mesa Diretora que toma posse em 2011. A estratégia foi a única saída dos vereadores governistas e do próprio Executivo, que tem feito ingerências diretas na Casa Legislativa, para impedir a posse do vereador Roberto de Souza como novo presidente.

Mas a turma foi com muita sede ao pote. “Existem irregularidades que tornam essa sessão ilegal. A começar pelo dia em que foi realizada, uma quinta-feira”, afirma um ex-vereador ouvido pela reportagem d’O Trombone. Diz o homem que as sessões de comissões técnicas ocorrem, ordinariamente, às segundas e terças-feiras. Quando há a necessidade de uma convocação extraordinária, essa deve ser feita com antecedência de 24 horas, a todos os vereadores.

“E ainda deve ser feita pelo presidente das Comissões Técnicas, no caso o vereador Wenceslau Júnior, que nem foi avisado nem convocado”, continua o especialista. No caso da sessão de ontem, quem a convocou, em caráter extraordinário, foi o presidente da Mesa, Clóvis Loiola, em flagrante desacordo com as normas da Casa.

Mais: a sessão não contou com a participação de funcionários, a exemplo da secretária parlamentar, que tem a função de, entre outras coisas, redigir a ata. “E como essa funcionária vai redigir algo, após a sua realização efetiva, se ela sequer esteve presente?”, questiona o entendido nos meandros legislativos.

Esgoto ganha

A situação resume a realidade do Legislativo itabunense, uma ‘Casa de Noca’. Não é de estranhar que o trecho de maior poluição do rio Cachoeira comece, justamente, a partir do ponto onde está instalada a sede da Câmara de Vereadores. Precisamente do local onde o rio acolhe o esgoto que emana daquele plenário – e agora, vemos, também da sala de Comissões Técnicas…