Residente em Camamu, baixo-sul da Bahia, Joelma Soares teve o seu segundo filho no Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, unidade da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) gerida pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS). Nos primeiros testes de triagem, realizados ainda na unidade, Gabriel foi diagnosticado com anquiloglossia, a popular “língua presa”, uma condição caracterizada por um frênulo lingual curto ou espesso, que restringe os movimentos da língua. A cirurgia corretiva que terá que passar é simples. A frenotomia, é um procedimento para cortar ou remover o tecido que prende a língua ao soalho da boca, liberando-a para movimentos adequados. Quando mais cedo ocorrer, melhor.
Toda criança nascida no HMIJS passa por diversos testes de triagem neonatal, que incluem, além do exame da linguinha, os da orelhinha, coraçãozinho e olhinho. Desde a inauguração da maternidade, a única 100% SUS na região, 36 mil 500 testes já foram realizados. A maioria ainda na condição beira-leito, antes da alta hospitalar. Mas em alguns poucos casos, o agendamento necessita ser feito no Ambulatório do HMIJS.
Segurança
De posse de um relatório conclusivo, os pacientes indicados para a cirurgia devem procurar unidades credenciadas, pelo sistema de regulação, para a realização da intervenção cirúrgica. “Se não fosse o teste eu não saberia que ele nasceu com a língua presa. Gabriel teria adiante dificuldade de pronunciar algumas frases”, destacou a mãe. Os especialistas revelam que os sinais e sintomas incluem a dificuldade em levantar a língua, movê-la de um lado para o outro, ou estendê-la além dos dentes. Para além da fala, a condição dificulta a alimentação ou mastigação, e frequentemente torna-se necessário um tratamento fonoaudiológico para auxiliar na reabilitação.
Joelma elogia a iniciativa do serviço prestado no HMIJS. O primeiro filho dela, hoje com nove anos, não passou por testes como este. “Contar com os testes nos dá segurança de que o processo de desenvolvimento da criança está acontecendo de forma segura, sem intercorrências”, justificou.
Referência
O Hospital Materno-Infantil conta 105 leitos de internação, sendo 10 de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo) e 25 de semi-intensiva; capacidade para atender urgências e emergências de toda a região; além de cinco leitos no Centro de Parto Normal Intra-hospitalar. Está estruturado para a assistência ao parto de risco, gestação de alto risco, cuidado intensivo e intermediário neonatal e cuidado intensivo e clínico às crianças. É a única unidade hospitalar da Bahia habilitada pelo Ministério da Saúde para atendimento aos Povos Originários. O funcionamento é 24 horas, com acesso por demanda espontânea e referenciada, integrada aos pontos de atenção primária.