Após 87 dias internado, bebê com prematuridade extrema deixa UTI do Hospital Materno-Infantil

por Redação
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Foram 87 dias de muita angústia, medo e indefinições. Maria Alice nasceu na condição de prematuridade extrema, no Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, unidade da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) gerida pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS). Os especialistas revelam que, nesta condição, os bebês são os mais vulneráveis, pois seus órgãos ainda estão em desenvolvimento crítico, tornando-os mais suscetíveis a complicações de saúde.

Com Maria Alice não foi diferente, foram quase três meses cercados de momentos difíceis e de muito cuidado. Mas na tarde de ontem  (24), a família comemorava: a batalha foi vencida. O bebê foi transferido para a UTI Canguru, um modelo de assistência humanizada para recém-nascidos prematuros, com foco no contato pele a pele prolongado entre a criança e seus pais e aguarda ganhar mais 200 gramas para receber alta e, finalmente, ir para casa.

Conquista

“Hoje a gente está aqui, uma conquista que não sei explicar o que o meu coração está sentindo”, revela Daniela Dias Santos, mãe de Alice. Aos 32 anos, ela aguardava com muita expectativa a chegada da primeira filha. O nascimento prematuro mudou a rotina da família. “Passei a maior parte do tempo aqui, sentada na poltrona ao lado da Maria Alice na UTI. Meu esposo vinha. Mas o ambiente de uma UTI o deixava tenso e ele preferia me apoiar do lado de fora, na sala de estar”, lembra Daniela.

O apoio e o acolhimento recebidos das profissionais do HMIJS também são lembrados com muito afeto pela mãe de Maria Alice. “Tive dias de precisar sair, de ir em casa para dormir uma ou duas horas e eu ia tranquila, por que sabia que minha filha estava em boas mãos. Nos tornamos amigos de todo mundo aqui. Fomos muito bem acolhidos, por onde passo todo mundo pergunta por ela”, reconhece.

Amamentação

O momento mais triste, segundo Daniela, foi quando recebeu a informação da médica de que ainda não poderia amamentar a filha, pois Alice teria reação ao leite materno. “Meu sonho era ter uma menina e eu queria viver todas estas fases de ser mãe. Quando recebi esta notícia o mundo desabou”, lembra. Agora tudo mudou. “Há 15 dias amamentei pela primeira vez. Hoje ela só quer peito. Chorei muito quando vivi essa experiência”, afirma.

O que um dia foi indefinição, hoje tornou-se uma certeza. Falta pouco para a família ir definitivamente para casa. O mais recente pedido feito por Daniela ao hospital é de realizar um sonho que ela pôde testemunhar acontecer com dezenas de puérperas que, no mesmo período que ela, passaram pelo HMIJS: ganhar uma muda de Pau Brasil. “Quero plantar. Quero ver Maria Alice crescer junto com a árvore”, concluiu.

Referência

O Hospital Materno-Infantil tem 105 leitos de internação, sendo 10 de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo) e 25 de semi-intensiva; capacidade para atender urgências e emergências de toda a região; além de cinco leitos no Centro de Parto Normal Intra-hospitalar. Está estruturado para a assistência ao parto de risco, gestação de alto risco, cuidado intensivo e intermediário neonatal e cuidado intensivo e clínico às crianças. É a única unidade hospitalar da Bahia habilitada pelo Ministério da Saúde para atendimento aos Povos Originários. O funcionamento é 24 horas, com acesso por demanda espontânea e referenciada, integrada aos pontos de atenção primária.

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