O diretor teatral, dramaturgo, escritor e gestor cultural Romualdo Lisboa foi eleito para integrar a Academia de Letras de Ilhéus (ALI). Trata-se da consolidação de um reconhecimento institucional à sua trajetória de mais de três décadas dedicadas às artes cênicas, à literatura e à cultura brasileira.
Romualdo ocupará a cadeira nº 27, cujo último efetivo foi o jurista Carlos Valder. A cadeira tem como patrono José de Sá Nunes e como fundador Heitor Dias. A posse será definida pela presidência da Academia e está prevista para o primeiro semestre de 2026. Atualmente, a ALI é presidida pelo professor e escritor Josevandro Nascimento.
A escolha de Romualdo Lisboa se deu a partir de indicação de quatro membros da Academia: Rita Santana, Anarleide Menezes, Ramayana Vargens e Pawlo Cidade. Após a indicação, seu nome foi submetido à votação, sendo eleito pela maioria dos membros efetivos, conforme o regimento da instituição.
Natural de Ibicaraí, Romualdo Lisboa, de 51 anos, recebeu recentemente o título de Cidadão Ilheense, concedido pela vereadora Enilda Mendonça. O reconhecimento reforça sua profunda ligação com Ilhéus, cidade onde construiu grande parte de sua trajetória artística e intelectual.
Fundador do Teatro Popular de Ilhéus (TPI) em 1995, ao lado de Équio Reis, Romualdo foi responsável por consolidar o grupo como uma referência nacional, reconhecida por sua pesquisa estética, longevidade e diálogo entre a cultura regional do sul da Bahia e clássicos da literatura nacional e mundial. Em 2025, o TPI celebra 30 anos ininterruptos de atividades, feito raro no teatro brasileiro.
Dramaturgia e Literatura – Como diretor, assinou montagens marcantes como Teodorico Majestade – As Últimas Horas de um Prefeito, Borépetei. Uno e O Inspetor Geral – sai o Prefeito, entra o Vice. Como dramaturgo, escreveu mais de 20 peças, publicou 14 livros e colaborou durante décadas para o Diário de Ilhéus e Jornal Agora, onde publicava semanalmente crônicas.
Romualdo também esteve em cena em espetáculos dirigidos por Joelson Dias, Pedro Mattos, Pawlo Cidade e Équio Reis, além de ter exercido papel estratégico na gestão pública da cultura, com destaque para sua atuação como Diretor de Espaços Culturais da Secretaria de Cultura do Estado e Chefe de Gabinete da Fundação Cultural do Estado da Bahia.
“Recebo essa indicação e essa eleição com profunda honra e senso de responsabilidade. A Academia de Letras de Ilhéus representa a memória, o pensamento e a produção intelectual de uma cidade que escolhi para viver, criar e amar”, celebra Lisboa.
“Chegar a esse espaço, vindo do teatro popular, da cena, da sala de ensaio, é uma conquista coletiva, do TPI, dos artistas e de todos que acreditam na força transformadora da arte”, destaca.
Fortalecimento – Para o escritor e acadêmico Pawlo Cidade, a chegada de Romualdo fortalece a instituição. “Romualdo chega para fortalecer a Academia com uma bagagem cultural invejável. A sua trajetória é marcada, sobretudo, por prêmios e indicações de teatro pelo Brasil. Prova de sua luta e resistência é a longevidade do grupo que comanda, o Teatro Popular de Ilhéus, que este ano fez 30 anos ininterruptos de atividades cênicas.”
A eleição de Romualdo Lisboa reafirma o diálogo entre teatro, literatura e pensamento crítico, ampliando o alcance da Academia de Letras de Ilhéus e reconhecendo a contribuição histórica do Teatro Popular de Ilhéus para a cultura brasileira.




