Equipe do Materno-Infantil de Ilhéus aprende Libras para oferecer atendimento mais inclusivo

por Redação
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As duas primeiras turmas de trabalhadores do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, unidade do Governo da Bahia administrada pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS), participam nesta quarta e quinta-feiras (28 e 29), do módulo básico do curso de Língua Brasileira de Sinais (Libras) na instituição, que tem o objetivo aprimorar o atendimento e melhorar o acolhimento e a comunicação dos seus trabalhadores com as pacientes que procuram a unidade e possuem deficiência auditiva.

O curso está sendo ministrado, de forma voluntária, por 10 estudantes de medicina da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), que passam pelo regime de internato no HMIJS. Entre hoje e amanhã, estarão participando da iniciativa 72 profissionais das mais diversas áreas, desde a recepção, passando pela segurança e chegando à equipe assistencial.

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“Nesta primeira etapa estamos ofertando a informação que todo mundo precisa. É o básico mesmo. Posteriormente, em um outro módulo, teremos aprendizados mais específicos para profissionais da saúde, facilitando agilidade nas intervenções e ações mais diretas no atendimento emergencial”, explica Ayalla Campos, coordenadora do Núcleo de Educação Permanente (NEP) do HMIJS.

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Pioneirismo

O HMIJS é o primeiro hospital da região a implementar esse serviço. O projeto integrado pelos estudantes de medicina da UESC já foi premiado por três vezes, sendo que em duas oportunidades ficaram entre os 10 melhores projetos de iniciação científica da universidade.

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Idealizado e implantado com o modelo de Hospital-Escola, o HMIJS recebe estudantes de diversas faculdades e cursos técnicos da região. Débora Santiago, também estudante de medicina e voluntária do projeto, faz questão de destacar que Libras é uma língua de sinais reconhecida e não uma mera tradução do português. “É uma cultura própria”, afirma.

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Em 2021, em plena pandemia, quando já vinha sendo ministrada a disciplina na universidade, a turma teve uma primeira aula online com o professor Wolney Almeida. Ele é ouvinte (escuta e fala) mas surgiu na tela, para a surpresa de todos, utilizando a língua de sinais. “A gente não entendeu nada. Foi um choque”, lembra o interno Webert Joaquim. “Todo muito pensou: e agora o que a gente faz”, revelou. Foi aí que surgiu a ideia do projeto.

Surpresa repetida

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O professor Wolney foi quem abriu o evento de hoje no HMIJS. Utilizando a língua de sinais ele repetiu a iniciativa. Provocou na plateia a sensação de se sentir excluída. “As marcas de diferenças são que constituem nossa sociedade. Existem diferenças na sociedade e existem também diferenças que a sociedade não quer, por que somos construídos a partir de padrões, construídos por nós mesmos”, resumiu.

Os estudantes asseguram que a Língua de Sinais na saúde conta com pouco conteúdo na literatura. É mais achada no contexto educacional, onde o pessoal mais pesquisa e, naturalmente, produz mais conteúdo. Por isso, os estudantes da UESC, com o auxílio do professor Wolney, montaram o projeto e formaram o grupo de estudo em iniciação científica. O trabalho já assegurou a criação de um glossário médico, que todo ano vem sendo renovado e ampliado. Uma cartilha só com informações da saúde também já foi montada. Todo esse conteúdo passará a ser utilizado no hospital.

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A coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do HMIJS, Ayalla Campos, destaca que o pioneirismo da iniciativa não está somente na identificação de sinais. Mas de tornar aptos profissionais a tratar com situação especifica da saúde. “Não é só uma identificação de necessidade. É para contribuir com diagnóstico e anamnese, que é a parte mais importante da medicina”.

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Acolhimento e humanização

O novo projeto reforça a política de acolhimento e humanização da unidade, que é 100% SUS, focada nos princípios da universalidade, equidade e integralidade e garantindo o acesso justo e completo à saúde para todos os brasileiros, como explica a diretora-geral do Hospital Materno-Infantil, Domilene Borges, que também participou da abertura. “Nós queremos construir, com este projeto, mais oportunidades de cidadania”, ressalta.

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Referência

Única maternidade 100% SUS do sul da Bahia, o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio foi inaugurado em dezembro de 2021. Possui 105 leitos para obstetrícia, partos normal e de alto risco, pediatria clínica, UTIs pediátrica e Neonatal. É, também, a única unidade hospitalar do estado especializada no atendimento aos Povos Indígenas do estado.

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