Ex-vereador é condenado a 34 anos de prisão por morte de jovem grávida na Bahia

Valdnei da Silva Caires, conhecido como Bô, seria pai do filho que a vítima, Beatriz Pires da Silva, estava esperando quando foi assassinada

por Redação
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O ex-vereador Valdnei da Silva Caires, conhecido como Bô, foi condenado a 34 anos e 24 dias de prisão pelo assassinato de Beatriz Pires da Silva, jovem de 25 anos que desapareceu em janeiro de 2023, em Barra da Estiva, no sudoeste da Bahia. O corpo da vítima nunca foi localizado.

Beatriz, que era mãe de uma criança de dois anos e estava grávida de seis meses, foi vista pela última vez no dia 11 de janeiro de 2023, ao entrar em um carro pertencente ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, veículo que costumava ser utilizado por Valdnei. Na época, ele ainda exercia o mandato de vereador na cidade.

De acordo com as investigações, o ex-vereador mantinha um relacionamento amoroso com Beatriz, e havia suspeita de que ele fosse o pai do bebê que ela esperava. A jovem chegou a comentar com familiares que faria uma viagem com o pai do filho, mas não revelou a identidade do homem.

Durante o inquérito, a polícia reuniu provas que levaram à prisão preventiva de Valdnei, em junho de 2023, por homicídio qualificado. Poucas semanas depois, o Ministério Público da Bahia o denunciou por feminicídio, sustentando que o crime foi motivado pela tentativa do político de impedir que a paternidade fosse revelada, temendo prejuízos à sua imagem pública.

A condenação foi resultado do julgamento realizado na quinta-feira (16). Além da pena, o ex-vereador já havia perdido o mandato, cassado por unanimidade em sessão extraordinária da Câmara Municipal de Barra da Estiva.

A mãe de Beatriz, Célia Pires, contou que a filha confirmou que os dois filhos eram do mesmo pai e revelou que o homem havia pedido que ela interrompesse a gestação. “Ela disse que ele queria que ela fizesse um aborto do segundo bebê, que também era menino”, lembrou emocionada.

Trajetória política

Com 56 anos, agricultor e casado, Valdnei Caires iniciou a vida pública em 2008, quando foi eleito vereador pelo PCdoB. Reeleito em 2012 e 2016, disputou novamente o cargo em 2020, dessa vez pelo Progressistas (PP), sendo eleito para o quarto mandato.

De acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele declarou R$ 673 mil em bens, incluindo duas fazendas, dois automóveis e uma casa. Em 2023, presidia a Câmara Municipal quando foi citado nas investigações do desaparecimento de Beatriz — renunciou ao cargo, mas continuou como vereador até ser preso.

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