Até 2021, a realidade da saúde neonatal em Ilhéus, uma das cidades mais antigas e importantes do Brasil, era crítica: não havia disponível um único leito de UTI Neonatal. Recém-nascidos em estado grave precisavam ser transferidos para unidades em outras cidades do interior ou para a capital.
Essa situação histórica mudou radicalmente com a inauguração do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, obra do Governo da Bahia, por meio da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) inaugurada em 6 de dezembro e administrada desde então pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS).


Desde o seu primeiro dia de funcionamento, a unidade garante atendimento para a população de Ilhéus e de mais 20 municípios da região de Valença, no Baixo Sul do estado. O hospital não apenas oferece Terapia Intensiva para bebês, mas também assegura assistência completa para gestantes da região.
Os números revelam a importância desta unidade hospitalar, que é a única maternidade 100% SUS da região: mais de 12 mil crianças nasceram no HMIJS. O Materno-Infantil ainda apresenta outros indicadores que reforçam seu significado para a saúde pública da Bahia: são mais de 28 mil internações e 78 mil atendimentos, 247 mil exames realizados, mais de seis mil cirurgias e mais de 39 mil testes do olhinho, orelhinha, coraçãozinho e linguinha.
Cuidado e humanização
Os recém-nascidos são vacinados beira-leito, ou seja, ainda durante a permanência na unidade, com quase 23 mil doses aplicadas. Quase 900 pequenos pacientes passaram pela Unidade Canguru, um modelo de assistência humanizada pensada especialmente para prematuros ou de baixo peso, oferecendo cuidados de transição para o bebê e sua família.
Único hospital na Bahia habilitado para atendimento aos povos indígenas, o Materno-Infantil de Ilhéus também abrigou o nascimento de mais de 450 bebês indígenas das etnias Tupinambá, Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe, além de ter realizado mais de 5.700 atendimentos a crianças e mulheres das aldeias da região.
Acolhimento e inclusão
“Mais do que um hospital materno-infantil, esta unidade se tornou referência de acolhimento, ciência e inclusão”, destaca a secretária estadual da Saúde, Roberta Santana. “Hoje, a unidade representa um marco no interior do estado e no fortalecimento do SUS baiano, uma rede que cuida, ensina e inova. É também polo de ensino e pesquisa, formando profissionais e produzindo conhecimento para o futuro da saúde. Cada dado, cada rosto e cada história reafirmam a missão da Secretaria da Saúde da Bahia: fazer da vida o centro de todas as decisões”, completa a secretária.


O diretor-geral da FESF-SUS, Bruno Guimarães, lembra que, desde que assumiu a gestão, a FESF-SUS tem fortalecido essa vocação, unindo ensino, pesquisa e assistência em uma mesma missão: formar profissionais comprometidos com a vida e com o futuro do país. “O hospital tornou-se campo de prática, de inovação e de aprendizado para estudantes de graduação, residentes, técnicos e profissionais que encontram aqui um espaço de formação integral, onde a teoria se encontra com a realidade da saúde pública”, destaca, lembrando ainda que mais de 1.300 estudantes dos cursos de Medicina, Enfermagem, Serviço Social, Biomedicina e áreas técnicas já passaram pela unidade, que possui perfil de Hospital-Escola.




