Um idoso de 74 anos, morador da cidade de Camacan, tem vivido uma situação inusitada e angustiante: ele foi considerado morto duas vezes pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O caso mais recente aconteceu na última terça-feira (14), quando Antônio Cajueiro foi até uma agência do órgão tentar sacar o benefício previdenciário, mas descobriu que o pagamento estava bloqueado por causa de um novo registro de óbito — o segundo em menos de seis anos.
Em entrevista à TV Santa Cruz, afiliada da TV Bahia, o idoso contou que passou por situação semelhante em 2019, quando precisou recorrer à Justiça para comprovar que estava vivo e conseguir reaver o benefício. Agora, enfrenta o mesmo problema.
De acordo com o advogado Eduardo Mattos, a nova declaração de morte foi feita em abril de 2023 por uma ex-esposa de Antônio, com quem ele não tem contato há mais de 30 anos. Segundo o documento, o óbito teria ocorrido em 2002, e o registro foi realizado em um cartório da cidade de Teixeira de Freitas.
“O óbito dele foi informado pela ex-esposa junto ao cartório, e não sabemos quais documentos foram apresentados nem como o cartório aceitou a declaração, já que ele está vivo”, afirmou o advogado.
Em nota, o Cartório de Registro Civil de Teixeira de Freitas informou que o registro de óbito já foi cancelado, mas mesmo assim o benefício de Antônio foi suspenso novamente em setembro de 2025.
Enquanto aguarda a correção da situação, o idoso deve esperar cerca de dois meses para que o pagamento volte a ser liberado. Diante dos prejuízos, o advogado ingressou com uma ação judicial contra o agente do cartório e o Estado da Bahia, pedindo indenização por danos morais.
Segundo a defesa, o bloqueio do benefício tem causado sérios transtornos a Antônio, que depende do valor para sobreviver.




