O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou, na segunda-feira (23), o humorista Marcelo Alves dos Santos pelo feminicídio da miss teen Raíssa Suelen Ferreira da Silva, de 23 anos, em Curitiba. Ele também foi denunciado por fraude processual qualificada e ocultação de cadáver.
Segundo a polícia, o crime aconteceu no dia 2 de junho, data em que ela foi dada como desaparecida. O corpo da jovem foi encontrado em 9 de junho, após Marcelo procurar a polícia, confessar o assassinato e mostrar a área de mata onde havia descartado a jovem enrolada em uma lona. Raíssa era natural de Paulo Afonso, na Bahia,
As apurações sobre o caso apontaram que a vítima conhecia Marcelo desde a adolescência e com ele teria estabelecido uma relação de confiança, passando a vê-lo como uma figura paterna. Com a promessa de obtenção de melhores oportunidades de trabalho, nutridas pelo humorista, que tem 40 anos, a jovem mudou-se para Curitiba.
No dia do crime, sob a falsa promessa de que viajariam para São Paulo em busca de uma oportunidade de emprego, a vítima embarcou no carro do acusado, sendo levada, no entanto, para a residência dele, em Curitiba. No local, após fazer uso de dissimulação para atrair a vítima até ali, Marcelo passou a investir contra a jovem, que resistiu às tentativas. Diante das negativas dela, o acusado a matou por asfixia. O carro utilizado não era de sua propriedade, tendo sido emprestado por um outro homem. Trata-se do filho de Marcelo, Dhony de Asssis, que também foi denunciado por fraude processual qualificada e ocultação de cadáver, mas o MP ressalta que ainda há uma investigação em curso sobre a participação dele no feminicídio.
Ainda de acordo com o MP, na tentativa de ocultar o crime, o homicida e um cúmplice que morava na mesma casa alteraram a cena do crime, apagando seus vestígios, e ocultaram o cadáver, enterrando-o em uma área de mata no município de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. O denunciado, que era humorista, confessou a autoria dos crimes e está preso preventivamente.
A denúncia foi oferecida na segunda-feira, 23, pela 6ª Promotoria de Justiça de Crimes Dolosos contra a Vida e sustenta a prática dos crimes de feminicídio (praticado no contexto de violência doméstica e familiar e por menosprezo à condição de mulher) – majorado pelo emprego de asfixia e de recurso que dificultou a defesa da vítima –, ocultação de cadáver e fraude processual.