Por ANTONIO LOPES
O sul da Bahia permitiu que sua riqueza, representada pela hoje esfacelada economia cacaueira, se esvaísse pelos ralos do isolacionismo: ausente das discussões travadas em Brasília (e, não raro, também das que aconteceram nos pa-lácios da Bahia), aceitou, passivamente, decisões que lideranças estranhas (às vezes, até suspeitas), lhe impuseram. É notório que esta região jamais se tenha feito ouvir no Senado da República, por exemplo, se desconsiderarmos o brevís-simo período da suplência de E. Catalão. E não terá sido por falta de força potencial: se considerarmos somente Ilhéus e Itabuna, temos votos suficientes para mudar o quadro. Se abrirmos mais o leque, cobrindo o que se poderia chamar de Grande Sul da Bahia, estaremos próximos de 1,5 milhão de votos “adormecido”. Subindo a Valença, avançando por Ipiaú, atravessando por Itapetinga e fechando pelo extremo-sul, podemos pesar significativamente na Bahia, em todos os sentidos. Quem não pensa grande, morre pequeno…
No entanto, jamais elegemos um Senador! Nem tentamos fazer valer esse direito, nem os caciques políticos estaduais o concederam… Fazer isto agora nos livraria do atraso histórico ? Por si só, não, e afirmar o contrário é o modelo “Salvador da Pátria”, que a nada de bom nos conduz. Mas seria um começo, um marcar de presença, uma reação à catatonia em que estamos, com voto, mas sem voz. O primeiro passo da caminhada para sair do atraso é ser ouvido em Brasília – o que nos renovará a esperança, pois hoje apenas ecoamos vozes de terceiros. Urge reagir, escolhendo para o Senado da República (sem prejuízo nas escolhas para a Câmara Federal) um autêntico grapiúna, capaz de, com lucidez e independência, reorganizar o caminho político desta área da Bahia, alguém com um projeto socialmente justo, com ações que contemplem todo o espectro social, particularmente os mais necessitados (e, por óbvio, sempre injustiçados pelo Estado).
O nome do advogado Carlos Sodré tem sido (ainda discretamente, talvez por causa as limitações do calendário eleitoral) pensado e indicado como pré-candidato para uma das duas vagas a serem disputadas em 2026. É boa escolha: homem de frente na refundação do PTB – Partido Trabalhista Brasileiro, de Getúlio Vargas, Brizola e outros vultos trabalhistas de glorioso passado, ele reconhecidamente honrado, competente e experiente, tem extensa vivência e respeito em todos os lados do ambiente político baiano, move-se bem em Brasília, em Salvador, no Judiciário e Legislativo e em outros estados. Ex-secretário municipal e estadual, conselheiro de importantes órgãos estaduais e federais, procurador federal por vinte anos, representante diplomático, foi jornalista, professor e autor de livros, fundou colégios, dirigiu clubes de serviços. Iniciado na política estudantil, onde revelou sua vocação para a liderança e a militância na política, passou à política pública e, com votações sempre crescentes, impactado pelas candidaturas endinheiradas combateu nos pleitos eleitorais saindo respeitado pelo alto nível de sua participação, sempre coerente e respeitado.
Não é só considerado ficha limpa e de rico currículo, é bom de palanque e exímio debatedor, mas um político de grandes realizações no que respeita a obras públicas, como o fez em Itabuna e Ilhéus como representante e coordenador em toda a região do Governo do Prof. Roberto Santos. Em Itabuna e Ilhéus, estão as marcas de seu trabalho naquele contexto.
Ao que consta, Carlos Sodré é o único apresentado para essa tarefa gigan-tesca de arregimentação eleitoral para levar a nossa região a um assento no Senado Federal, como nome de adequado peso, por representar verdadeira renovação nos quadros de representação do Estado, com independência política que lhe garanta, sem atrelamentos ideológicos, defender as nossas bandeiras vocalizando nossa angústias e esperanças.
Sabe-se que, sem alarido, está em curso um belo trabalho, a várias mãos, em diferentes regiões baianas e na capital – onde goza de alto conceito e onde já mereceu várias condecorações – e, contando ainda com um invejável rol de numerosos amigos de todas as tendências, vai se compondo um mapa de auspicio-sa potencialidade eleitoral.
Tem tudo para dar certo. Acreditado aqui e no restante do Estado, pode mobilizar a nossa terra para recuperar o tempo perdido e resgatar as esperanças desta sofrida região.
Depende menos dele e mais dos que sabem que não podemos continuar com votos que, toda a vez, enchem os alforjes eleitorais dos estranhos e deixam a nossa terra muda e estagnada.
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Antônio Lopes é jornalista e escritor – [email protected]