Conselheiro tutelar é preso suspeito de estupro de vulnerável contra adolescentes na Bahia
Um conselheiro tutelar da cidade de Ibirapuã, no baixo sul da Bahia, foi preso, nesta quinta-feira (16), suspeito de estuprar adolescentes.
De acordo com informações da Polícia Civil, o homem de 22 anos marcava encontros com meninas através de mensagens de aplicativos e, em alguns casos, pagava para ter relações sexuais com elas. Entre as vítimas, estão duas adolescentes de 13 e 14 anos.
O suspeito não teve nome divulgado. Durante as buscas realizadas na residência dele foi apreendido um aparelho celular, que será analisado nas apurações.
Após a prisão, o suspeito foi conduzido para a delegacia de Teixeira de Freitas, na mesma região, onde passará por exame de corpo de delito e permanecerá à disposição da Justiça até a conclusão das investigações. Ele poderá ser indiciado pelos crimes de estupro de vulnerável e aliciamento de menores. (Com informações do g1)
Igreja Teosópolis promove Bazar Beneficente em prol do Ministério dos Adolescentes
Quem quiser adquirir bons produtos e praticar a solidariedade terá uma oportunidade especial. Neste sábado (9), a partir das 7h30m na quadra do Colégio Batista de Itabuna (CBI), um Grupo de Tios da Igreja Teosópolis de Itabuna, responsáveis pelos cuidados com os adolescentes, realizará o 1º Bazar Beneficente da Liga Teen.
O bazar contará com uma variedade de produtos, incluindo roupas femininas e masculinas, infantis, calçados e bolsas para adultos e crianças, peças com preços a partir de R$ 2. O objetivo do evento é a arrecadação de recursos em prol da Liga Teen-Ministério dos Adolescentes da Teo.
Uma das organizadoras do bazar, a advogada Daniele Novais, enfatiza a oportunidade em participar do evento. “As pessoas poderão renovar seu guarda roupa. Ofereceremos peças de vestuário e materiais de qualidade que podem ser usados com tranquilidade, mas nosso foco principal é o desenvolvimento do trabalho social e de evangelização”, enfatiza a advogada Daniele Novais, uma das organizadoras do bazar.
PM e SJDH formam mais de 200 policiais para atendimento à população LGBTQIAPN+, crianças, adolescentes e idosos durante o São João
Os policiais militares que atuarão nos festejos de São João e de São Pedro na Bahia iniciaram, nesta segunda-feira (17), uma capacitação para combate e prevenção às violações de direitos humanos nas festas populares. No auditório do Centro de Operações e Inteligência (COI), em Salvador, 130 policiais participaram de forma presencial da formação e mais 130 online de outros municípios baianos.
Um dos objetivos do curso, segundo o tenente-coronel Luide Souza, coordenador de Polícia Comunitária e Direitos Humanos da Polícia Militar (PM-BA), é qualificar o atendimento às vítimas e, em algumas situações, evitar que a violência aconteça.
“Nosso objetivo é capacitar as forças de segurança no trato às ocorrências específicas envolvendo grupos vulneráveis, como a população LGBT, idosos, crianças e adolescentes, que podem ter os seus direitos violados. Todos os policiais que são colocados em escalas de serviço recebem essa capacitação”, explicou o coordenador do setor especializado.
Fazem parte do público prioritário crianças e adolescentes, pessoas LGBTQIAPN+, idosos, pessoas com deficiência e ambulantes que estarão trabalhando nos dias dos festejos. Durante a formação, os policiais aprendem a usar os pronomes corretos com mulheres trans e travestis, revisam o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e abordagens para garantir o melhor acolhimento às vítimas.
O soldado Edvaldo Campos atua na Tropa de Choque e expõe a necessidade da formação para aprimorar seu trabalho na rua. “Não existe policiamento sem a preocupação com os direitos humanos. Nós, como [polícia] especializada, somos vistos com certo preconceito, no pleno sentido da palavra, por termos uma atuação um pouco mais dura, mais rígida, mas a preocupação com os direitos humanos existe sempre. Estamos cuidando de um cidadão que precisa ser tratado com dignidade e respeito e, aqui, reforçamos a prioridade de garantir isso”, dividiu o soldado.
Ação integrada
A capacitação é uma ação conjunta da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), através do Departamento de Polícia Comunitária e Direitos Humanos (DPCDH), com a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), e acontece desde o carnaval desse ano. Na Micareta de Feira de Santana, os agentes de segurança também foram orientados para o atendimento especializado.
Imunização contra a Dengue terá início em fevereiro com doses para crianças e adolescentes
Desde 2023, o Ministério da Saúde (MS) está em constante monitoramento e alerta para o aumento de casos de dengue no Brasil. Nesse cenário, a pasta coordenou uma série de ações para o enfrentamento das arboviroses, intensificou os esforços e reforçou a conscientização sobre medidas de prevenção. Uma das iniciativas foi a incorporação da vacina contra a dengue, que será aplicada na população de regiões endêmicas, em 521 municípios, a partir de fevereiro. O processo foi organizado com Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Brasil (Conasems), seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Estamos desde novembro do ano passado em um processo de acompanhamento da dengue. Instituímos uma Sala de Situação de Arboviroses, também preocupados com Chikungunya e zika, porque são doenças associadas ao Aedes aegypti. A Sala reúne a equipe da Vigilância em Saúde e vários especialistas. Já tínhamos feito uma alerta de um prognóstico de aumento de casos nesses meses, o que tem se confirmado agora. Como sempre, os registros de casos não ocorrem de forma uniforme, em razão das características do nosso País, mas em algumas regiões vemos esse aumento expressivo dos casos”, ressaltou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em coletiva sobre o assunto nesta quinta-feira (25).
Nísia Trindade alertou que 75% dos focos do mosquito transmissor estão em residências, o que mostra a importância do controle nesses locais. “Reduzir os casos de dengue tem que ser uma ação do governo, mas também de cada cidadão. Tem que ser uma união de esforços. É uma doença que, em alguns casos, agrava, e para isso, estamos adotando medidas para evitar hospitalizações e mortes que são evitáveis”, disse.
Vacinação – Confira a lista das regiões de saúde contempladas
As regiões de saúde selecionadas para receber as vacinas atendem a três critérios: são formadas por municípios de grande porte, ou seja, mais de 100 mil habitantes, com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, e com maior predominância do sorotipo DENV-2. Com isso, 16 estados e o Distrito Federal têm municípios que preenchem os requisitos para o início da vacinação a partir de 2024. Serão vacinadas as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalização por dengue – 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023, depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse é um recorte que reúne o maior número de regiões de saúde. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
A definição de um público-alvo e regiões prioritárias para a imunização foi necessária em razão da capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante da vacina. A primeira remessa com cerca de 757 mil doses chegou ao Brasil no último sábado (20). O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está com entrega prevista para fevereiro. Além dessas, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses. De acordo com a empresa, a previsão é que sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses.
O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. O Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue em dezembro de 2023. A inclusão foi analisada de forma célere pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS), que recomendou a incorporação.
Outras ações estratégicas para enfrentamento das arboviroses
Com o início do período das chuvas e das altas temperaturas, e diante do alerta emitido pela OMS sobre o aumento das arboviroses em razão das mudanças climáticas ocasionadas pelo El Niño, somadas ao cenário nacional de reaparecimento dos sorotipos DENV-3 e DENV-4, o Ministério da Saúde coordenou uma série de atividades preparatórias para a sazonalidade de 2024.
De acordo com o Informe Semanal das Arboviroses Urbanas do Ministério da Saúde, entre as semanas epidemiológicas 1 a 3 deste ano, foram registrados 120.874 casos prováveis e 12 óbitos por dengue. Em 2023, houve notificação de 44.753 casos prováveis e 26 óbitos no Brasil. O documento de acompanhamento do cenário nacional foi uma das iniciativas disponibilizadas para o monitoramento estratégico.
Em novembro, como parte das ações de comunicação regionalizada, o Ministério da Saúde lançou novas campanhas de mobilização social, voltadas à realidade de cada região do país e peculiaridades desse cenário epidemiológico. Em dezembro, foi instalada a Sala Nacional de Arboviroses, um espaço permanente de monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência das doenças. Com a medida, é possível direcionar as ações de vigilância de forma estratégica nas regiões mais afetadas.
Outra iniciativa foi a realização de reunião nacional de preparação para o período de alta transmissão de arboviroses, com a participação dos 27 estados e 42 municípios. Em novembro, a pasta emitiu uma Nota de Alerta sobre o aumento de casos de dengue e Chikungunya no território nacional.
Para apoiar estados e municípios nas medidas de prevenção e controle, o Ministério da Saúde repassou R$ 256 milhões para todo o país, em uma ação de reforço do enfrentamento da doença. Do valor total, R$ 111,5 milhões foram transferidos ainda em 2023, em parcela única, para fortalecer a vigilância e a contenção do Aedes aegypti – sendo R$ 39,5 milhões para estados e Distrito Federal e outros R$ 72 milhões para municípios. Além disso, haverá repasse de R$ 144,4 milhões para fomentar ações de vigilância em saúde em todo o país.
Ainda em 2023, o Ministério da Saúde qualificou cerca de 12 mil profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros, para atuarem como multiplicadores para manejo clínico, vigilância e controle da doença. A medida permitirá a rápida identificação da doença pelos profissionais. Neste sentido, a pasta orienta que a população busque o serviço de saúde mais próximo ao apresentar os primeiros sintomas.
O Ministério da Saúde normalizou os estoques de inseticidas, que estavam em situação crítica desde o início de 2023. Ao todo, foram distribuídos 142,5 mil quilos de larvicida; 9,6 mil quilos de adulticida para aplicação residual em pontos estratégicos; e 156,7 mil litros do adulticida para aplicação espacial a Ultra Baixo Volume (UBV). Para 2024, foram realizadas novas aquisições, sendo 400 mil quilos de larvicida e 12,6 mil quilos de adulticida para aplicação residual. Todos os estados estão abastecidos com os insumos.
O reabastecimento também foi possível para os testes diagnósticos de controle da dengue: 125,2 mil unidades de teste rápido foram distribuídas, além de 47,6 mil unidades de exames de biologia molecular. Houve aquisição, ainda, de sais de reidratação oral, equipamentos portáteis para contagem de hemácias e de plaquetas.
A nova gestão do Ministério da Saúde também expandiu, em 2023, o método Wolbachia como estratégia adicional de controle das arboviroses. A pasta fez o repasse de R$ 30 milhões para ampliar a tecnologia em seis municípios: Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC), além das cidades já incluídas na pesquisa, que são Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Belo Horizonte (MG), Niterói (RJ) e Rio de Janeiro (RJ). A iniciativa consiste na liberação de mosquitos da espécie Aedes aegypti infectados por uma bactéria intracelular do gênero Wolbachia, que apenas infecta insetos, e atua bloqueando a capacidade de transmissão dos vírus pelo mosquito.
Os resultados do 3º Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e do Levantamento de Índice Amostral (LIA) de 2023 foram apresentados recentemente. Os números indicaram que 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos, etc.). O levantamento apontou que depósitos de armazenamento de água elevados (caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria) e no nível do solo (tonel, tambor, barril, cisternas, poço/cacimba) aparecem como segundo maior foco de procriação dos vetores, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo têm 3,2%.
O Ministério da Saúde reforça que a principal medida é a eliminação dos criadouros do mosquito. Daí a importância de receber os Agentes de Combate a Endemias e Agentes Comunitários de Saúde, que vão ajudar a encontrar e eliminar possíveis criadouros. Para 2024, também está em andamento a pactuação de apoio assistencial aos estados em situação de emergência.
Sancionada lei que criminaliza bullying e amplia punição para crime contra criança
Foi sancionada a lei que estabelece medidas para reforçar a proteção de crianças e adolescentes contra a violência, principalmente nos ambientes educacionais. A nova legislação, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (15), institui a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente e promove alterações significativas no Código Penal, na Lei dos Crimes Hediondos e no Estatuto da Criança e do Adolescente, criminalizando, por exemplo, as práticas de bullying e cyberbullying.
Originado do projeto de lei (PL 4.224/2021) apresentado pelo deputado Osmar Terra (MDB-RS) e relatado no Senado em dezembro pelo senador Dr. Hiran (PP-RR), o texto também transforma em crimes hediondos vários atos cometidos contra crianças e adolescentes, como a pornografia infantil, o sequestro e o incentivo à automutilação.
Crimes hediondos
A nova lei (Lei 14.811, de 2024) inclui na lista de crimes hediondos:
- Agenciar, facilitar, recrutar, coagir ou intermediar a participação de criança ou adolescente em imagens pornográficas;
- Adquirir, possuir ou armazenar imagem pornográfica com criança ou adolescente;
- Sequestrar ou manter em cárcere privado crianças e adolescentes;
- Traficar pessoas menores de 18 anos.
Atualmente, quem é condenado por crime considerado hediondo, além das penas previstas, não pode receber benefícios de anistia, graça e indulto ou fiança. Além disso, deve cumprir a pena inicialmente em regime fechado.
Suicídio e automutilação
Outro crime transformando em hediondo, conforme a nova legislação, é a instigação ou o auxílio ao suicídio ou à automutilação por meio da internet, não sendo necessário que a vítima seja menor de idade. O texto inclui, entre os agravantes da pena, o fato de a pessoa que instiga ou auxilia ser responsável por grupo, comunidade ou rede virtual, quando a pena pode ser duplicada.
Bullying e cyberbullying
A norma inclui a tipificação das duas práticas no Código Penal. Bullying (intimidação sistemática) é definido como “intimidar sistematicamente, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou psicológica, uma ou mais pessoas, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de atos de intimidação, de humilhação ou de discriminação, ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais, psicológicas, físicas, materiais ou virtuais”. A pena é de multa, se a conduta não constituir crime mais grave.
Já o cyberbullying é classificado como intimidação sistemática por meio virtual. Se for realizado por meio da internet, rede social, aplicativos, jogos on-line ou transmitida em tempo real, a pena será de reclusão de dois a quatro anos, e multa, se a conduta não constituir crime mais grave.
A Lei 13.185, de 2015, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, já prevê a figura do bullying, mas não estabelecia punição específica para esse tipo de conduta, apenas obrigava escolas, clubes e agremiações recreativas a assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática.
Aumento de pena
O texto aumenta ainda a pena de dois crimes já previstos no Código Penal. No caso de homicídio contra menor de 14 anos, a pena atual, de 12 a 30 anos de reclusão, poderá ser aumentada em dois terços se o crime for praticado em escola de educação básica pública ou privada.
Já o crime de indução ou instigação ao suicídio ou à automutilação terá a pena atual, de dois a seis anos de reclusão, duplicada se o autor for responsável por grupo, comunidade ou rede virtuais.
Exploração sexual
A lei ainda torna crime hediondo o agenciamento e o armazenamento de imagens pornográficas de crianças e adolescentes. A norma inclui entre os crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) a exibição, transmissão, facilitação ou o auxílio à exibição ou transmissão, em tempo real, pela internet, por aplicativos ou qualquer outro meio digital de pornografia com a participação de criança ou adolescente. A pena prevista é de quatro a oito anos de reclusão e multa.
Identificação de infrator
A iniciativa também atualiza o texto do ECA para penalizar quem exibir ou transmitir imagem, vídeo ou corrente de vídeo (compartilhamento sucessivo) de criança ou adolescente em ato infracional ou ato ilícito, com multa de 3 a 20 salários mínimos. Atualmente, o estatuto penaliza “quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional”.
Desaparecimento
Outra medida inserida no ECA é a penalização de pai, mãe ou responsável que deixar de comunicar, intencionalmente, à polícia o desaparecimento de criança ou adolescente. A pena será de reclusão de dois a quatro anos, mais multa.
Violência nas escolas
Ainda de acordo com a nova lei, as medidas de prevenção e combate à violência contra criança e adolescente nas escolas públicas e privadas deverão ser implementadas pelos municípios e pelo Distrito Federal em cooperação com os estados e a União. Os protocolos de proteção deverão ser desenvolvidos pelos municípios em conjunto com órgãos de segurança pública e de saúde, com a participação da comunidade escolar.
O texto acrescenta ainda ao ECA que as instituições sociais públicas ou privadas que trabalhem com crianças e adolescentes e recebam recursos públicos deverão exigir certidões de antecedentes criminais de todos os seus colaboradores, atualizadas a cada seis meses.
As escolas públicas ou privadas também deverão manter fichas cadastrais e certidões de antecedentes criminais atualizadas de todos os seus colaboradores, independentemente de recebimento de recursos públicos.
Prevenção
Conforme o texto, a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente será elaborada por uma conferência nacional a ser organizada e executada pelo governo federal.
Entre os objetivos a serem observados pela política, estão o aprimoramento da gestão das ações de prevenção e de combate ao abuso e à exploração sexual da criança e do adolescente; e a garantia de atendimento especializado, e em rede, da criança e do adolescente em situação de exploração sexual, bem como de suas famílias. (Fonte: Agência Senado)
Trabalho de equoterapia desenvolvido por PMBA e associação beneficia crianças e adolescentes com necessidades especiais
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP), em parceria com a Associação Baiana de Equoterapia (Abae), mantém um projeto que beneficia crianças e adolescentes com necessidades especiais, como paralisia cerebral, autismo, síndrome de Down, entre outras. A equoterapia é um método terapêutico que utiliza os cavalos como instrumento de reabilitação física, mental e social.
Fundado há 30 anos, o projeto é realizado em Salvador e em mais 17 municípios baianos pela Abae, uma Organização da Sociedade Civil, sem fins lucrativos, que atualmente atende de forma gratuita 132 pacientes por semana. A associação conta com o apoio institucional da Polícia Militar da Bahia (PMBA), que cede os cavalos e a estrutura do Esquadrão de Polícia Montada para o tratamento.
A unidade especializada da PMBA fica localizada no Parque de Exposições de Salvador e possui uma estrutura adequada para a prática da equoterapia, com pista coberta, sala de fisioterapia, sala de psicologia, sala de pedagogia e sala de fonoaudiologia. Os cavalos são treinados e cuidados por profissionais da PM, que também participam das sessões como auxiliares.
Trabalho multidisciplinar
A equipe da Abae é formada por profissionais de diversas áreas, como fisioterapeutas, psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos e veterinários. Eles realizam uma avaliação inicial dos pacientes e elaboram um plano terapêutico individualizado, conforme as necessidades e os objetivos de cada um.
As sessões duram cerca de 30 minutos e são realizadas uma vez por semana, de segunda-feira a sábado, no turno matutino. Durante as sessões, os pacientes realizam exercícios físicos e cognitivos sobre o cavalo, o que estimula o desenvolvimento da coordenação motora, do equilíbrio, da autoestima, da comunicação e da socialização. Além disso, o contato com os animais promove o afeto, a confiança e a responsabilidade.
O capitão Perazzo, subcomandante do Esquadrão de Polícia Montada destaca que para além do trabalho ostensivo, a PM atua em diversas ações positivas, como neste convênio com a Abae que se mantém desde a fundação do projeto. “A Polícia Militar tem um papel fundamental nessa ação social. E esse braço da Polícia de acolher pessoas que possuem essa necessidade é um braço forte e que buscamos inclusive aumentar a capacidade de atendimento”, afirma o capitão.
A presidente da Abae, Maria Cristina Gonçalves Brito pontua os resultados positivos da equoterapia e os avanços possíveis no desenvolvimento dos assistidos. “Melhora a atenção, a concentração, o alongamento muscular. Os ganhos neuropsicomotores que o cavalo promove, nessa gama de estímulos no seu movimento, trazem resultados satisfatórios, que tiram a pessoa com deficiência de quatro paredes, como é no atendimento convencional. Os atendidos estão em contato com a natureza, com animais, e nem percebem que estão fazendo terapia”, explica.
Resultados
Maria Cristina e o marido, Ezequiel Brito, encontraram na trajetória do próprio filho – Yuri, a motivação para dar início ao projeto social, que traz novas perspectivas para outras crianças e adolescentes. Yuri Guimarães Brito nasceu com sequela de paralisia cerebral, com quadro de moderado a severo, apresentando até os sete anos o prognóstico de não andar e nem falar. Hoje, aos 42 anos, graduado em Publicidade, credita sua evolução à equoterapia. “Para quem não falava, não sentava, não se equilibrava e hoje está sendo quem eu sou, é uma evolução muito grande. Devo isso a minha família, aos cavalos e à Abae”, comemora.
Ao longo dos 30 anos, a associação já atendeu cerca de 10 mil pessoas. O projeto conta com o apoio de diversas instituições públicas e privadas, que contribuem para a continuidade das atividades.
Após dois anos em tratamento, Débora, 12 anos, conquistou importantes avanços com a terapia. “Débora tinha uma comunicação bem complicada, bem escassa. Hoje ela dialoga, pois o trotar do cavalo trabalha a comunicação na criança autista. Há um avanço muito grande na interação, na socialização, na questão postural também”, declara Mariluce Correia, mãe de Débora.
Quem também colhe os frutos da equoterapia é Josué, de quatro anos. Conforme a sua mãe, Cláudia Santos, a evolução do garoto em pouco mais de um ano de tratamento é notável. “Hoje ele já senta sozinho, interage, sorri. Foi o avanço que eu vi, é muito importante o trabalho com cavalo. É lindo esse projeto, e eu como mãe de uma criança atípica, me sinto muito bem nesse ambiente que é acolhedor, os profissionais se preocupam muito com o nosso bem-estar.
Seminário debaterá enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes
Mecanismos de enfrentamento à grave realidade de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual serão debatidos na próxima sexta-feira, dia 19, durante seminário promovido pelo Ministério Público do Estado da Bahia em parceria com a Plan International e a Cáritas Brasileira região Nordeste. Especialistas e profissionais que atuam na área de proteção à infância estarão reunidos, das 8h30 às 12h, na sede da Instituição no bairro de Nazaré, em Salvador, para debater o tema com a sociedade no “Seminário Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes”.
Segundo pesquisa do Instituto Liberta, o Brasil é o segundo país do mundo que mais explora sexualmente crianças e adolescentes. Ainda assim, a cada 100 casos ocorridos, apenas sete são denunciados, o que subdimensiona a gravidade da situação. Conforme dados do sistema interno do MP, de 2019 a abril de 2023, a Instituição abriu 966 procedimentos relacionados ao atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Já na esfera criminal, de 2019 até 16 de maio deste ano, o MP ofereceu 4.388 denúncias contra agressores. A população pode denunciar casos de violência contra crianças e adolescentes, inclusive de forma anônima, pelo Disque 127, pelo site atendimento.mpba.mp.br ou de forma presencial nas sedes do MP, em Nazaré e CAB, em Salvador, e na Promotoria de Justiça mais próxima, no interior.
“Todos podem fazer parte, de forma ativa, da ampla rede de proteção de crianças e adolescentes. Para rompermos esse ciclo de violência, precisamos estar unidos. Como diz a nossa Constituição, no artigo 227, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à dignidade, ao respeito, à liberdade, entre outros, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”, destacou a coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente (Caoca) do MP, promotora de Justiça Ana Emanuela Rossi Meira.
No seminário, o Caoca apresentará como é realizado o atendimento a essas vítimas, detalhando a atuação da área da infância e juventude na Instituição. Na ocasião, a Prefeitura de Salvador compartilhará um fluxograma de atendimento. Com o objetivo de reduzir a violência contra crianças e adolescentes, o MP também apoia a ‘Campanha Nacional pelo Enfrentamento à Violência Sexual ‘, do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça dos Ministérios Públicos dos Estados e da União (CNPG) e Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) em parceria com a Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes. A campanha será apresentada durante o evento.
Três municípios são acionados por falta de estrutura para atender adolescentes infratores
Os municípios de Barrocas, Biritinga e Serrinha foram acionados segunda-feira, 24, pelo Ministério Público estadual, por conta da falta de estrutura para atendimento de adolescentes autores de ato infracional. Segundo a ação, ajuizada pela 4° Promotoria de Justiça de Serrinha, a omissão dos três municípios no atendimento de demandas relacionadas a esses adolescentes “acaba reforçando a conduta negativa dos jovens e retirando deles a oportunidade, que na forma da lei lhes deveria ser oferecida, de exercitar seus direitos fundamentais, referentes à saúde física e psicológica, à educação, ao esporte, à profissionalização, à cultura e à convivência familiar e comunitária”.
Na ação, o MP solicita à Justiça que conceda liminar, determinando aos municípios que deflagrem processo de elaboração e implantação do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo (Pmase); imediato atendimento dos adolescentes que desde logo necessitem ser vinculados às medidas de liberdade assistida e prestação de serviços à comunidade, devendo para tanto serem alocados os recursos materiais e humanos correspondentes (ainda que através de convênios a serem celebrados com entidades não governamentais), sem prejuízo da manutenção do atendimento de tais adolescentes e suas famílias junto ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) ou Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e demais serviços públicos municipais que se mostrarem adequados às suas necessidades pedagógicas.
O Ministério Público também pede que, quando julgada a ação, os municípios sejam obrigados elaborar e implementar uma política pública socioeducativa, consistente em um Pmase e em programas socioeducativos em meio aberto destinados ao atendimento de adolescentes envolvidos na prática de ato infracional, correspondentes às medidas socioeducativas de liberdade assistida e prestação de serviços à comunidade, a partir da criação e adequação de programas e serviços capazes de atender a demanda existente, para o que deverá ser providenciada a adequação do orçamento público municipal. Atualmente, nesses municípios, “a execução das medidas socioeducativas em meio aberto fica a cargo de entidades para as quais os adolescentes são encaminhados, de forma precária e sem qualquer orientação ou preparo”, explica o promotor de Justiça Marco Aurélio Amado.
Polícia identifica adolescentes suspeitos de publicar ameaças de ataques às escolas na Bahia
Ações realizadas pela Polícia Civil nos municípios de Senhor do Bonfim e Barreiras ontem (14), identificou adolescentes suspeitos de publicar em redes sociais conteúdos com ameaças de ataques a escolas e apreendeu objetos utilizados nas postagens.
Policiais da Delegacia Territorial (DT) de Senhor do Bonfim cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa de um adolescente, de 16 anos. Uma arma de brinquedo, quatro balaclavas de caveira, um notebook e um celular foram apreendidos na residência, localizada no bairro São Jorge.
Já em Barreiras, equipes da Coordenação de Apoio Técnico à Investigação (Cati/Oeste) da 11ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) identificou quatro adolescentes. O grupo aparece em um vídeo que circula nas redes sociais ostentando armas, fazendo símbolos nazistas e apologia ao crime.
Um celular foi apreendido e as armas e equipamentos que aparecem nas imagens também foram identificados. O grupo, que poderá responder por ato infracional análogo aos crimes de ameaça e terrorismo, será ouvido na unidade policial acompanhado pelos pais. As ações compõem a Operação Nacional Escola Segura.