Uma grande operação policial deflagrada nesta segunda-feira (15), no sul da Bahia, resultou na prisão de 28 pessoas, incluindo uma mulher de 29 anos, suspeita de integrar uma rede de tráfico de armas para facções criminosas. A operação Costa Segura, coordenada pela Polícia Civil, Militar e Federal, ocorreu em municípios como Ilhéus, Itabuna, Uruçuca e Itacaré.
A principal alvo da operação foi identificada como Kananda Hemerly Moreira, viúva de um ex-líder do Comando Vermelho na região, facção responsável por uma série de crimes no estado. De acordo com a investigação, Kananda seria responsável por fornecer armamentos e drogas para o grupo criminoso, além de coordenar a venda de pistolas e outras armas de fogo. Ela também era conhecida por mudar constantemente de endereço para evitar a prisão.
Ainda entre os presos na operação, há vários membros de alto escalão da facção que atuavam no tráfico de drogas e na distribuição de armas. As investigações revelaram que, em um dos casos, a mulher teria negociado uma pistola calibre 9mm por R$ 10 mil, mas não teria efetuado a entrega do armamento.
Os policiais também apreenderam várias pistolas, granadas e outros materiais usados pelo grupo para monitorar áreas controladas. Em algumas localidades, drones foram empregados para auxiliar na localização dos envolvidos, que usavam câmeras de vigilância para evitar a ação das forças de segurança. Em Itabuna, a operação foi ainda mais incisiva, com a revista de celas no conjunto penal, onde foram encontrados celulares, facas e drogas.
A Operação Costa Segura teve desdobramentos em outros estados, com prisões também no Rio de Janeiro e na Paraíba, o que demonstra a extensão da rede criminosa. A operação segue sendo monitorada pelas forças policiais, com a expectativa de que mais prisões ocorram nos próximos dias.
A polícia segue com as investigações, que ainda devem revelar mais detalhes sobre a atuação dessa facção e o envolvimento de outros criminosos em diversas partes do Brasil.
No total, foram cumpridos sete mandados de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná (Londrina, Piraquara e Cianorte); Bahia (Barreiras); Minas Gerais (Contagem e São Joaquim das Bicas); e Goiás (Anápolis). Os alvos da operação exerciam funções de logística, transporte, armazenamento e gerência financeira do grupo.
De acordo com informações do Gaeco, a análise dos dados dos celulares apreendidos, autorizada judicialmente, revelou indícios de que o alvo principal comandava uma complexa organização criminosa, com o auxílio de associados em diversos estados da federação. Além disso, o grupo atua no tráfico de entorpecentes, incluindo carregamentos de toneladas de drogas que eram transportadas em caixas de frutas e negociava armas de fogo de grosso calibre, tais como fuzis. As investigações também apontam para a ligação dos investigados com facções criminosas de nível nacional.
