Com um investimento de R$ 2,58 milhões, o Governo da Bahia está fortalecendo a produção e a autonomia de 14 grupos de mulheres indígenas em nove municípios do estado. A iniciativa integra o Edital 002/2023 – Empreendimentos Econômicos Liderados por Mulheres Indígenas. A iniciativa beneficia aproximadamente 300 mulheres e integra o Programa Especial Elas à Frente, que prevê a execução de políticas para as mulheres em todas as esferas do governo.
O edital é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Secretaria das Mulheres do Estado (SPM) e a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), com apoio do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep). Durante esta semana, entre terça e sexta-feira (27 a 30), equipes da CAR, SPM e Funcep realizam visitas de monitoramento aos projetos executados através do edital nos municípios de Itabuna, Ilhéus, Pau Brasil, Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália e Prado. A ação visa avaliar a execução dos projetos, o impacto gerado nas comunidades e promover o diálogo com as beneficiárias.
O Projeto Tecendo o Amanhã Artesanato, na Aldeia Igalha, e a Cooperativa das Mulheres Indígenas e da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Coomiagro), que atua no beneficiamento da mandioca, no distrito de Olivença, em Ilhéus, estão entre os projetos visitados. Além do artesanato, houve também a aquisição de equipamentos para a Casa de Farinha da Comunidade Rio do Mamão, em Olivença.
O projeto Tecendo o Amanhã de Artesanato Tupinambá contempla a aquisição de equipamentos, utensílios, insumos e a construção de um quiosque para exposição, com o objetivo de dinamizar a produção do artesanato indígena liderado por mulheres da comunidade Tupinambá de Olivença, no município de Ilhéus, sul da Bahia. Silmara Tupinambá, uma das participantes do projeto, destacou a importância da iniciativa.
“A realidade da Aldeia Igalha, Tupinambá de Olivença, mostra a importância desse curso, que tem sido maravilhoso para todas nós. Não é apenas uma terapia, mas é terapêutico. É um momento nosso, em que saímos de casa, compartilhamos saberes e fortalecemos nossa união. Esse apoio tem sido muito importante para nós”, afirmou.
A equipe também foi aos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, no Instituto Mãe Terra, localizado na Aldeia Jurema, e também na Aldeia Velha, situada no Distrito de Arraial d’Ajuda. Outra parada foi Teixeira de Freitas, dando continuidade ao cronograma de monitoramento e diálogo com as comunidades beneficiadas.
*Municípios e territórios atendidos* – Os empreendimentos contemplados pelo Edital Empreendimentos Liderados por Mulheres Indígenas estão localizados nos municípios de Pau Brasil, Ilhéus, Muquém do São Francisco, Ibotirama, Glória, Porto Seguro, Angical, Abaré e Prado, abrangendo seis territórios de identidade: Litoral Sul, Extremo Sul, Bacia do Rio Corrente, Costa do Descobrimento, Itaparica e Velho Chico. Entre as atividades realizadas, destacam-se a estruturação de cozinhas comunitárias para produção de doces e polpas; a personalização com artes indígenas; a implantação de unidades agroecológicas sustentáveis; o fortalecimento da mandiocultura; e inclusão socioprodutiva de mulheres agricultoras.
“As mulheres das comunidades indígenas na Bahia têm condições de produzir mais e levar renda para suas comunidades. No artesanato, por exemplo, a produção ganha força com esse apoio. A iniciativa é pioneira e fundamental para fortalecer os direitos das mulheres indígenas, promovendo a interiorização das políticas públicas e garantindo mais autonomia para as comunidades tradicionais da Bahia”, destaca a coordenadora de projetos da SPM, Daniela Mello, que acompanha a visita ao Sul e Extremo Sul da Bahia.
Além do aporte financeiro, os grupos contam com assistência técnica garantida pelo Edital de ATER Mulher, promovendo acompanhamento qualificado e fortalecendo as ações produtivas.