Homem que decapitou o cunhado é preso 27 anos depois na Bahia
Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, recebe voz de prisão na CPI da Pandemia
O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), deu voz de prisão a Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, ao final de seu depoimento nesta quarta-feira (7) na CPI da Pandemia. Dias foi acusado de mentir aos senadores em relação à acusação de pedir propina no episódio da oferta de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca pela empresa americana Davati.
Ao longo de todo o depoimento, de mais de sete horas, os senadores pressionaram o depoente a falar a verdade sobre encontro ocorrido em um restaurante de Brasília, em 25 de fevereiro, entre ele, o cabo da PM-DF Luiz Paulo Dominguetti, suposto representante da Davati, e o coronel Marcelo Blanco, ex-diretor-substituto de Logística do ministério. Dias afirmou que o encontro foi casual, mas áudios atribuídos a Dominguetti, apresentados na CPI, desmentiram sua versão.
— Nós temos outras informações, e estamos aqui apenas checando com o senhor — advertiu logo no início do depoimento o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).
O senador Marcos Rogério (DEM-RO) acusou a CPI de cometer uma ilegalidade, pois no mesmo momento já estava aberta a ordem do dia da sessão deliberativa do Plenário, o que impede as comissões de funcionar. Pelo mesmo motivo, o líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), pediu que Aziz reconsiderasse a decisão. Os senadores Rogério Carvalho (PT-DF) e Otto Alencar (PSD-BA) lembraram que outros depoentes mentiram perante a comissão e não foram presos. Citaram o ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello e o ex-secretário de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten. Fabiano Contarato (Rede-ES) ressalvou que é uma “obrigação” a decretação de uma prisão, em caso de flagrante.
— Não aceito que a CPI vire chacota. Nós temos 527 mil mortos e os caras brincando de negociar vacina! Ele está preso por perjúrio, e que a advogada me processe, mas ele vai estar detido agora pelo Brasil — indignou-se Aziz, que perdeu um irmão pela covid-19. Ele lembrou também que os outros depoentes estavam munidos de habeas corpus concedidos pelo STF.
No áudio, ouve-se Dominguetti afirmando a um interlocutor: “Quem vai assinar é o Dias. Quinta tem uma reunião pra finalizar com o ministério. Nós estamos tentando tirar do OPAS [Organização Panamericana da Saúde] para ir para o Dias direto. Essa conversa que eu estou tendo contigo é em off. O Dias vai ligar para o Cristiano [CEO da Davati no Brasil] e conversar com o Herman [Cardenas, CEO da Davati] ainda hoje (…). Já cientificando a turma que a vacina está à disposição do Brasil. Se o pagamento for via AstraZeneca, melhor ainda”.
Jantar
Grande parte do depoimento girou em torno do encontro ocorrido no dia 25 de fevereiro, em um restaurante de um shopping de Brasília, entre Dias, Dominguetti e Blanco. O depoente afirmou que estava tomando chope com um amigo (José Ricardo Santana, ex-diretor da Agência de Vigilância Sanitária) quando Blanco veio à sua mesa, apresentando-lhe Dominguetti. No início do depoimento desta quarta, Dias afirmou que “possivelmente” o coronel Blanco sabia que ele estaria naquele local; horas depois, mudou de versão, admitindo que “ele sabia que eu estaria no restaurante, mas eu não sabia que ele estaria com uma pessoa representante de vacina”.
Segundo o depoente, ao ouvir de Dominguetti a proposta de venda de 400 milhões de doses de vacinas, ele pediu que fosse formalizada reunião no Ministério da Saúde. Nessa reunião, ocorrida no dia seguinte, “o assunto morreu” quando Dias constatou que Dominguetti não tinha como provar o vínculo da Davati com a AstraZeneca. O ex-diretor contou que chegaram ao ministério diversas propostas de venda de vacinas, citando especificamente a feita pelo reverendo Amilton Gomes de Paula, em nome de uma entidade não-governamental chamada Senah (sigla de “Secretaria Nacional de Assistência Humanitária”).
— A informação que nunca chegou, e por isso [a proposta] nunca foi à frente, é: você tem a carta de representação do fabricante? Não. Todas essas empresas, e isso aconteceu de forma muito semelhante na crise de respiradores, têm um único interesse: obter uma LOI, letter of intention, uma carta de intenção do governo brasileiro que garanta a demanda que ele precisa — afirmou Dias.
Vários senadores, entre eles Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Eduardo Braga (MDB-AM), Eliziane Gama (Cidadania-MA), Fabiano Contarato (Rede-ES), Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Carvalho (PT-SE), manifestaram perplexidade com o relato, a começar pela inverossimilhança da casualidade do encontro no restaurante. Causou estranheza também o intervalo de menos de 24 horas entre o encontro no restaurante e a reunião no ministério — rapidez que Dias atribuiu a problemas de agenda de Dominguetti.
Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, apontou uma portaria de janeiro deste ano centralizando toda negociação de vacina na secretaria-executiva do Ministério — logo, Dias não teria autoridade para tratar com a Davati ou qualquer outra empresa sobre a compra de vacinas.
— Já tinha uma portaria, assinada pelo coronel Élcio [Franco Filho, secretário-executivo do Ministério], que centralizava toda e qualquer negociação de vacina com ele. Assim mesmo o senhor marca uma reunião com o Dominguetti. O senhor tinha zero autoridade para tratar sobre vacina, e por incrível que pareça o senhor não tratou com a Pfizer, não tratou com a Janssen, mas tratou com o cabo Dominguetti. Por isso o coronel Elcio pediu sua exoneração: porque o senhor atravessou o que não era da sua alçada.
O depoente defendeu-se dizendo que estava apenas “verificando a existência” das 400 milhões de doses, e que, uma vez confirmada a oferta, encaminharia o processo à secretaria-executiva.
Dias, que foi exonerado no último dia 29 em razão das denúncias, chamou de “duas pessoas desqualificadas” seus acusadores, Luiz Paulo Dominguetti, cabo da PM-MG e suposto representante da Davati, e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). O depoente insinuou que estaria sendo vítima de retaliação porque negou um cargo ao irmão do deputado, Luis Ricardo, servidor concursado do Ministério da Saúde.
— Estou sendo acusado sem provas por dois cidadãos: o sr. Dominguetti, que aqui nesta CPI foi constatado ser um picareta que tentava aplicar golpes em prefeituras e no ministério, e o nobre deputado Luis Miranda, que possui um currículo controverso, que me abstenho de citar.
Elcio Franco
Os senadores insistiram em uma possível animosidade entre Dias e Elcio Franco, que exonerou dois subordinados do depoente e chegara a pedir ao ministro Pazuello, sem êxito, a saída da Dias, supostamente por irregularidades na compra de testes contra a covid. (Fonte: Agência Senado)
Falso médico é preso em unidade de saúde na Bahia
Bahia: polícia prende homem acusado de matar irmão a facadas
Terceira Fase da Operação Casmurro prende delegado e Agentes da Polícia Civil na Bahia
Seis pessoas foram presas na nova fase da Operação Casmurro, deflagrada na manhã de hoje (30), nos municípios de Seabra e Salvador, pelo Ministério Público do Estado da Bahia, por meio do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e das Promotorias Criminais e de Patrimônio Público de Seabra, em conjunto com a Força Tarefa de combate a Crimes praticados por Policiais Civis e Militares, da Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP/BA).
Além da prisão preventiva de um delegado, três policiais civis, um agente administrativo e um empresário local. A Justiça em Seabra também autorizou a busca e apreensão em endereço residencial. Foram apreendidos celulares, rádio comunicador, dispositivos de armazenamento de dados, dinheiro em espécie e documentos.
A atual fase da operação trouxe novos indícios da prática de tráfico de drogas por policiais civis lotados na 13ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin), em Seabra, bem como possível lavagem dos ativos criminosos.
Histórico
Investigações da Polícia Civil descobriram, em junho de 2020, uma extensa plantação de maconha no Povoado de Baixio da Aguada, zona rural de Seabra, com previsão de colheita de três toneladas da droga.
A investigação revelou que os traficantes e os policiais, com o intermédio de um empresário da região, com grande influência na Polícia local, estabeleceram propina de R$220 mil e a droga apreendida não foi completamente incinerada. Os policiais permitiram a colheita do restante da droga, e ainda ajudaram a transportá-la dentro das viaturas da polícia, para armazenamento em propriedade rural do empresário, até que fossem finalmente enviadas para a cidade de Salvador.
A coordenação do Gaeco destaca a importância do “apoio incondicional” do comando-geral da Polícia Militar da Bahia, assim como da cúpula da Polícia Civil estadual no combate ao crime organizado, o que “reafirma a sintonia do trabalho das agências do sistema de defesa social na proteção à sociedade”.
Lázaro Barbosa, suspeito de matar uma família em Ceilândia, no DF, foi morto, nesta segunda-feira (28), após ser preso em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF. O criminoso estava há 20 dias fugindo de uma força-tarefa com mais de 270 agentes. Aos 32 anos, ele tinha uma extensa ficha criminal, fugiu três vez
Desde o dia 9 de junho, quando um casal e dois filhos foram assassinados no DF, o suspeito era procurado. Dois dias após este crime, segundo a polícia, Lázaro roubou um carro e fugiu para Cocalzinho de Goiás. Desde então, empreendeu uma fuga cinematográfica pelas matas da região.
Buscas por 20 dias
Enquanto fugiu por esses dias, Lázaro invadiu ao menos 11 fazendas, baleou moradores, dois policiais militares e um oficial da Força Aérea Brasileira (FAB).
Além disso, Lázaro fez uma família refém – o casal e uma adolescente de 16 anos. Durante o sequestro, as vítimas contaram que o criminoso exigiu que eles andassem em córrego para não deixar rastros. Imagens registraram quando a polícia encontrou os três.
Drones, helicópteros, rádios comunicadores e até um caminhão que tem plataforma de observação elevada de vídeo monitoramento ajudavam na procura. As autoridades policiais informaram que ele tinha facilidade de se esconder por ser mateiro, caçador e conhecer bem a região.
Cães farejadores também atuaram na caçada ao Lázaro, entre eles, cadela Cristal, que ajudou nas buscas em Brumadinho (MG). Um vídeo divulgado pela Polícia Militar mostra o momento em que um pastor alemão do Comando de Policiamento de Cães (CP Cães) é carregado nas costas por um militar após se ferir durante as buscas.
Durante as buscas, os policiais ainda encontraram um carro queimado e alguns objetos, como um lençol usado e um serrote. Todos os itens passam por perícia para verificar se eles tem relação com Lázaro Barbosa.
Durantes os dias de fuga cinematográfica, ele invadiu fazendas, baleou quatro moradores, um policial e fez uma família refém. O secretário de segurança pública, Rodney Miranda, informou que ele seguia um ritual ao atacar as vítimas. (Com informações do G1)
Operação Faroeste: STJ revoga prisão da desembargadora Lígia Ramos
Do G1
O ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), revogou a prisão da desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Lígia Maria Ramos Cunha Lima, investigada pela Operação Faroeste, que apura a venda de decisões judiciais no TJ-BA.
A decisão de Og Fernandes foi proferida na segunda-feira (21) e confirmada nesta terça (22) pela defesa de Lígia Ramos. Ainda de acordo com a defesa da desembargadora, ela já deixou o presídio onde estava, em Brasília.
Segundo o advogado João Daniel Jacobina, que defende a desembargadora, na decisão que revogou a prisão de Lígia Ramos, o ministro Og Fernandes decretou as seguintes medidas cautelares alternativas: afastamento do cargo, não comparecer ao TJ-BA e não manter contato com demais investigados.
Na decisão, o ministro ainda autoriza os advogados da desembargadora a ingressar em seu gabinete, no TJ-BA, a fim de acessar documentos que possam ser úteis à defesa dela.
O advogado João Daniel Jacobina afirmou que “a decisão reconhece o que a defesa vem sustentando desde sempre: a prisão é uma medida gravíssima, sem nenhum sentido, haja vista as cautelares alternativas decretadas”.
Prisão da desembargadora
Lígia Maria Ramos Cunha Lima teve mandado de prisão cumprido em 14 de dezembro de 2020. No dia seguinte, o STJ converteu a prisão temporária da desembargadora em domiciliar, porque ela havia passado por uma cirurgia no dias anteriores e estava em fase de recuperação.
Em 20 de dezembro de 2020, a desembargadora teve a prisão temporária convertida para preventiva. No dia seguinte, ela foi transferida para um presídio no Distrito Federal.
Em janeiro deste ano, a desembargadora, seus filhos Arthur e Rui Barata, e mais três advogados foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF), por organização criminosa. Na denúncia, o MPF pediu que os seis denunciados fossem condenados por organização criminosa e que, em caso de condenação, seja decretada a perda da função pública, no caso dos que têm essa condição. Também foi pedido que os envolvidos paguem, de forma solidária, indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 950 mil.
Operação Faroeste
A Operação Faroeste foi deflagrada no final de 2019 e tinha inicialmente o objetivo de investigar a existência de uma organização criminosa formada por magistrados e servidores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), além de advogados, empresários e intermediários.
Conforme o MPF, a atuação do grupo envolve atuação de comercialização de sentenças judiciais para favorecer grilagem de terras no oeste da Bahia. Nos meses seguintes, porém, outros esquemas foram descobertos e continuam sendo investigados.
Ao todo, 12 pessoas foram presas provisoriamente e parte dos envolvidos foi denunciada e responde a ação penal no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Cronologia da Operação Faroeste:
- A primeira fase da Operação Faroeste ocorreu em 19 de novembro de 2019, com a prisão de quatro advogados, o cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão e o afastamento dos seis magistrados.
- No dia 20 de novembro de 2019, a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) instaurou procedimento contra os magistrados do TJ-BA.
- Três dias depois, a Polícia Federal prendeu o juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio, da 5ª vara de Substituições da Comarca de Salvador, em um desdobramento da Operação Faroeste.
- Em 29 de novembro de 2019, a desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foi presa. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), Maria do Socorro estaria destruindo provas e descumprindo a ordem de não manter contato com funcionários. Indícios sobre isso foram reunidos pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF).
PF cumpre mandados de prisão em operação contra fraudes em benefícios emergenciais na Bahia
A Polícia Federal cumpriu dois mandados de prisão temporária e outros quatro de busca e apreensão em uma operação de combate às fraudes em benefícios emergenciais, na manhã desta quinta-feira (17), em Salvador.
De acordo com a PF, esses mandados estão vinculados a três inquéritos, que investigam indícios de fraude em ao menos 98 contas. Essas fraudes geraram um prejuízo de R$ 60.600 aos cofres públicos. Esse montante pode ser ainda maior, porque a análise dos valores foi feita em um período de oito dias.
A operação, denominada Sexta Parcela, foi iniciada para recuperar os valores fraudados. Outros 31 mandados de busca e 12 de sequestro de bens são cumpridos no Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Roraima e São Paulo. Um mandado de prisão preventiva também foi cumprido em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
No total, a Sexta Parcela já bloqueou R$ 410 mil por determinação judicial. Além dessa operação, outras 98 já foram feitas pela PF para combater fraudes em benefícios emergenciais. Em um dos casos, uma organização criminosa gerou um prejuízo de R$ 580 mil aos cofres públicos.
As investigações são feitas a partir da Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (EIAFAE). Participam dela a Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, CAIXA, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União. (Do G1)
Acusado de matar companheira em Ilhéus é preso no RJ; vítima estava grávida
Um homem procurado por matar a companheira, que estava grávida, em 2014, na cidade de Ilhéus, sul da Bahia, foi preso na quarta-feira (5), em Macaé (RJ). Segundo a polícia, o homem cometeu o crime na frente do filho, que na época tinha 9 anos. Na época, ele fugiu e levou a criança.
De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), o coordenador da 7ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (7ª Coorpin/Ilhéus), delegado Evy Paternostro, explicou que ele foi localizado a partir das ações de inteligência desenvolvidas pelas equipes policiais.
“Foi apurado que esse criminoso estaria prestando serviço para uma empresa de São Paulo e, em seguida, tivemos conhecimento que ele trabalhava em Macaé”, comentou o coordenador.
O homem tinha mandado de prisão preventiva expedido contra ele e, após saber do paradeiro dele, a polícia baiana acionou a carioca.
“Entramos em contato com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, que cumpriu a ordem de prisão”, falou Paternostro.
Ainda segundo a SSP-BA, o homem deverá ser transferido para a Bahia, onde seguirá para o sistema prisional. (Com informações do G1)