Pesquisadores da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA) revelaram que a quantidade de floresta e a estrutura da vegetação têm forte influência sobre a diversidade e abundância de morcegos filostomídeos — um grupo essencial para a manutenção dos ecossistemas tropicais. O estudo foi realizado em 20 fragmentos florestais no sul da Bahia, em áreas de cultivo de cacau.
Os resultados mostraram que fragmentos inseridos em paisagens com maior cobertura florestal abrigam mais espécies e indivíduos de morcegos. Além disso, a floresta melhora a estrutura local da vegetação, o que também favorece esses animais. Por outro lado, áreas dominadas por pastagens tendem a ter vegetações mais simplificadas e menor diversidade de morcegos.
“Esses morcegos desempenham funções ecológicas fundamentais, como polinização, dispersão de sementes e controle de insetos”, afirma a professora Deborah Faria, autora sênior do estudo. “Nossa pesquisa mostra que preservar florestas e restaurar áreas degradadas pode beneficiar não só a biodiversidade, mas também a produtividade agrícola.”
O estudo reforça a importância de práticas agrícolas sustentáveis e de políticas de uso do solo que integrem conservação e produção rural. “Os resultados têm implicações diretas para a conservação da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do mundo”, salienta o ecólogo e professor visitante da Uesc, Ricardo Bovendorp.
O artigo completo foi publicado na revista científica Animals.
Acesse gratuitamente pelo link: https://doi.org/10.3390/ani15142082