O júri popular dos três acusados de envolvimento no assassinato da cantora gospel Sara Freitas foi adiado ontem (25) após a defesa dos réus deixar o plenário do Fórum Desembargador Gerson Pereira dos Santos, em Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. A nova data ainda não foi definida.
Os advogados alegaram que o local não apresentava condições estruturais e de segurança para a realização do julgamento, previsto para durar até três dias. Segundo a defesa, não havia espaço adequado para os mais de 11 advogados constituídos e nem assentos reservados ao Ministério Público, fator que, segundo eles, poderia comprometer a imparcialidade do júri.
A chegada dos réus ao fórum ocorreu sob hostilidade do público. Eles foram vaiados e chamados de “assassinos”. A defesa afirmou que esse ambiente também colocaria em risco a integridade do julgamento e relembrou que, em audiência anterior, os acusados chegaram a ser agredidos.
O promotor Aldo Rodrigues, do Ministério Público da Bahia (MP-BA), criticou a postura da defesa e afirmou que o julgamento no local estava previsto há meses. Para ele, a interrupção representa desrespeito à Justiça e à população de Dias D’Ávila.
Réus e acusações
Os três acusados que iriam a júri são:
Ederlan Santos Mariano, marido da vítima e apontado como mandante;
Weslen Pablo Correia de Jesus (Bispo Zadoque), apontado como executor;
Victor Gabriel Oliveira Neves, acusado de segurar a vítima durante o ataque.


Um quarto envolvido, Gideão Duarte, motorista de aplicativo, foi condenado em abril deste ano a 20 anos e 4 meses por levar Sara ao local do crime e auxiliar na ocultação do corpo.
As investigações apontam que os envolvidos dividiram R$ 2 mil, valor que teria sido pago por Ederlan. O MP-BA acusa os réus de feminicídio qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa.
Relembre o caso
Sara Freitas desapareceu em 24 de outubro de 2023 após sair de casa em Salvador rumo a um evento religioso em Dias D’Ávila. Quatro dias depois, seu corpo foi encontrado carbonizado às margens da BA-093. A família relatou que a artista vivia um relacionamento marcado por agressões e que pretendia deixar o marido.


O caso ganhou repercussão nacional e mobilizou manifestações em vários municípios da Bahia.





