



Vídeos compartilhados nas redes sociais na manhã deste domingo (30) mostram agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) fechando estradas de estados da região do Nordeste e bloqueando a passagem de eleitores vestidos de vermelho.
Um dos vídeos mostra uma blitz na entrada de Cuité, Paraíba. A intenção da realização de tal manobra por parte do governo Bolsonaro (PL) já era denunciada desde sábado (29).
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, proibiu a atuação da PRF em qualquer operação relacionada ao transporte público de eleitores neste domingo, ordem que está sendo descumprida.
A presidenta do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffman, está orientando que imagens das arbitrariedades sejam encaminhadas ao Diretório Nacional do PT. “Ontem, o TSE proibiu qualquer operação da PRF relacionada ao transporte público, gratuito ou não, disponibilizado aos eleitores(as). Estão chegando várias denúncias de que essas operações estão ocorrendo. Precisamos que nos enviem fotos e vídeos para tomarmos providências junto ao TSE”, afirmou.
Em uma publicação em suas redes sociais, ela também orienta parlamentares da coligação que apoia a candidatura do ex-presidente Lula nos estados onde estão ocorrendo as ações ilegais a darem voz de prisão aos agentes federais. 

Em Jacobina, na Bahia, uma dessas blitzen ilegais foi encerrada após intervenção do prefeito Tiago Dias (vídeo do BNews).
Com informações do Brasil 247
Entre as 18h deste sábado (29) e as 23h59 do domingo (30) fica estabelecida a gratuidade do transporte coletivo intermunicipal rodoviário de passageiros no estado da Bahia. A medida, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) deste sábado (29), é direcionada ao cidadão que precise se deslocar entre os municípios baianos para ir ao seu domicílio eleitoral e dele retornar.
De acordo com as regras estabelecidas pelo decreto, para que o eleitor possa utilizar de forma gratuita o serviço público de transporte intermunicipal para a ida ao município onde tem domicílio eleitoral, é necessário apresentar o título de eleitor, o e-título, ou outro documento que comprove o local de votação do usuário, acompanhado de documento que comprove sua identidade.
Durante o período estabelecido no decreto, o serviço público de transporte coletivo intermunicipal rodoviário deve operar com toda a frota regularmente disponibilizada em dias úteis. Caberá à Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado (Sedur) e à Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (AGERBA) avaliar a necessidade de linhas especiais para regiões mais distantes dos locais de votação, sendo possível também a utilização, para os mesmos fins, de ônibus escolares e outros veículos públicos.
Instado a opinar sobre o que as urnas do segundo turno das eleições estadual e nacional deverão revelar nos seus resultados, o advogado e quadro político Carlos Eduardo Sodré, considerado um exímio analista político, por conta de sua longa experiência, assim se pronunciou a O TROMBONE: “Não me lembro de uma eleição de disputa tão renhida decidir-se com tamanha antecedência. Isso vale para a eleição de governador do estado tanto quanto para a eleição presidencial. Salta os olhos dos que não se conduzem sob o influxo do fanatismo e dos que ainda não aprenderam que a política é como ela é – e não como as pessoas querem que seja – que as eleições estão decididas, a bem dizer é jogo-jogado. Falta o eleitorado ir às urnas depositar o voto. Para os que vão perder é típica crônica da derrota anunciada”.
Detalhando, a sua compreensão do assunto, Carlos Sodré considera que o segundo turno – salvo alguns estados, situações pontuais, localizadas – não teve o condão de alterar o quadro dos resultados no plano nacional e particularmente no Estado por isso, que cristalizaram-se as vitórias dos candidatos Lula, a presidente da República, e Jerônimo para novo governador do Estado.
E assevera: “Na Bahia, o candidato ACM Neto conseguiu produzir a façanha de autodestruir as chances que fez supor de que pudesse se eleger. Vejam bem: abstraindo-se do dever da humildade, subiu no salto alto e, por que tivesse, ditos 60% contra 9%, nas pesquisas do momento da largada da corrida eleitoral, abusou da arrogância; choramingou na aba da presidência do TSE, ao qual levou queixumes contra a Corte eleitoral baiana – atitude nada hábil e ainda assim papel de advogado jamais das partes; cerrou as portas do seu “QG” eleitoral passando a ideia de ter jogado a toalha. Tudo, um festival de atos incompetentes e amadorísticos desses que nem político de grêmio estudantil adotava… Perdeu prefeitos explicitamente, enquanto outros – do mesmo modo que deputados que estavam em sua chapa no primeiro turno – adotaram a neutralidade aparente refluindo do apoio ao candidato em adesões que somente as urnas identificarão… Enquanto isso, o candidato Jerônimo (que tirou os 51 pontos da desvantagem da largada e cresceu mais nove positivos), além de demonstrar ser bom de urna e construir uma perspectiva real, concreta e imediata de vitória e poder, valendo-se de indiscutível humildade foi crescendo em desenvoltura e impôs-se como vitorioso arrebanhando novos votos (na penúltima pesquisa séria, cresceu 5%) enquanto o – apoio do candidato Roma mesmo que haja prometido levar os seus 9%, só conseguirá entregar a metade. Agora, resta a constatação de que “a onça está morta”: o jovem professor Jerônimo, nascido em berço modesto, egresso da recôndita e pobre zona rural, um self-made-man, história pessoal limpa com a qual nos identificamos e nos sentimos representados, vai – desculpem os que se têm como bem-nascidos – ser eleito governador da Bahia de Yayá e de Yoyô…”
No plano nacional, Carlos Eduardo Sodré, considera igualmente que a eleição está decidida e que o presidente será Luiz Inácio Lula da Silva, candidatura que chegou às urnas deste ano trazida pelos adversários que gastaram cinco anos promovendo o seu nome, relembrando-o diariamente nas redes sociais que o mantiveram vivo para fazer a travessia que o trouxe até o instante eleitoral para um embate que já não se cinge ao seu nome nem do atual presidente.
Entende que o confronto saiu do plano do enfrentamento dos candidatos para dar-se entre o que significa, de um lado, a reeleição do atual ocupante do Palácio do Planalto – que prega, sem-cerimoniosamente, a adoção de modelo autocrático como filosofia de embasamento do estado, afrontando os ditames da constituição federal em vigor – ou, de outro, a preservação da democracia como regime de inspiração e embasamento do estado brasileiro, como o estabelece a “lei das leis”.
Para Sodré, “Lula terminou passando a significar o desaguadouro da vontade supremacial do povo brasileiro que resolveu colocar os seus defeitos e segundo plano para priorizar a salvação do regime democrático, pela razão de que só alguém com a força de liderança e enraizamento no seio do povo brasileiro poderá cumprir esse papel, derrotando um presidente capaz de tudo (“até de um ato digno” – concede), um valetudinário sem precedentes na história do país, para tentar manter-se no poder e o empalmá-lo em obséquio do exercício de seus pendores e devaneios autoritários”.
Resultado disso – arremata – a nação acordou e terminou por tomar a eleição do candidato oposicionista nas mãos, deixando de ser uma causa de um homem, de partido ou de uma coligação, para converter-se numa causa da nação inteira. Não enxergar isso, é a miopia do irrealismo e do desejo de prevalecer o interesse pessoal acima da realidade ou a cegueira irremediável do fanatismo, ou do paroxismo do ódio.
Numa síntese, tudo aponta para que, na Bahia, Jerônimo se eleja com uma faixa de votos que, em previsão pessimista, pode situar-se em 55% ou oscilando até derredor de 60%. Já, Lula, na Bahia, pode ter qualquer número percentual desde 70% até 75%. Ambas, essas votações, mais que vitória ou eleição, ensejarão verdadeiras consagrações eleitorais, consolidando o prestígio da liderança dos governadores Wagner e Rui Costa e de outras lideranças expressivas como a do senador Otto Alencar.
Como o Dia do Servidor Público acontece em 28 de outubro, o Sindserv – sindicato que representa a categoria – promoveu na Câmara de Itabuna uma homenagem a homens e mulheres que trabalham nos mais diversos setores no município. Vale lembrar que o feriado, excepcionalmente, foi transferido e será comemorado em novembro.
A presidente da entidade, vereadora Wilma de Oliveira (PCdoB), destacou o papel daqueles profissionais e o quanto fazem a diferença na sociedade. “Imaginem se a gente retira de Itabuna todos os equipamentos do serviço público? As escolas das comunidades, sobretudo carentes, a Guarda Municipal, os postos de saúde, a Settran [Secretaria de Transporte e Trânsito] para organizar a cidade, a Vigilância Sanitária, o Hospital de Base, a assistência social …”, enumerou.


Ela fez questão de refutar narrativas que ponham em dúvida a eficiência dos servidores. “Precisamos valorizar o servidor, fazer a luta por melhores condições de trabalho e fazer esse debate, de forma fraterna, que o servidor público é importante para a sociedade. Se a gente sai, vira um caos. Trouxemos vocês para essa Casa para reafirmar a importância do servidor público”, comentou.
Após a série de homenagens no Plenário Raymundo Lima, houve momento de confraternização, com direito a lanche e belas músicas executadas pela Guarda Municipal.
Por Lisdeili Nobre
Já não sabemos mais onde o ódio transvertido de devaneios poderá chegar, mas algo é certo, o Brasil parou, estacionou em narrativas que já nos adaptamos ao seu script: de manhã o Presidente da República ou um de seus arraigados apoiadores dizem, ou fazem alguma atrocidade e a noite negam, contradizem, desmentem o que fizeram ou falaram, sob um manto de vitimização.
O propósito é único e simples, chocar, escandalizar para manter um público fiel, sejam os que se identificam com o desprezível ou que são contrários com toda esta loucura. O importante é a fidelidade, seja como for. É somente esta fidelidade que eles querem, ou melhor, engajamento, audiência. Para isto, vale tudo, vale até lançar granadas e tiros de fuzil.
Estamos vivendo isto há quatro anos e estamos cansados e enquanto isto, não há políticas públicas coerentes e com potencialidade e eficácia para mudar realidades na educação, saúde, meio ambiente, economia e segurança pública.
Viramos vítimas de narrativas, as quais persuadem milhões de seguidores que se identificam com uma luta camuflada de diversos de “moralismos”, mas inócua e que não favorece em nada o povo brasileiro.
Basta ver o que atual tem Presidente tem como principal proposta de campanha nesta eleição, um benefício reformado de auxílio à assistência social, o que é voltado as pessoas desamparadas. Eu explico, porque é pouco.
Se a ênfase é o socorro apenas a desemparados e necessitados, equivale dizer que seu governo está sendo inapto em capacitar seu povo para uma independência financeira, ou seja, é um governo sem projetos sociais.
Enquanto chove granadas de ódio, neste instante estamos com milhares de crianças fora da escola, resultado de uma evasão escolar do período da pandemia, assim como estamos com milhares de pessoas na fila da regulação que não alcançarão o atendimento médico e infelizmente poderão morrer, assim como estamos diante de milhares de pessoas passando fome, porque perderam seus empregos na pandemia e não conseguem trabalho, nem mesmo na informalidade.
Estamos em uma guerra com direito ofensas escabrosas, como a uma ministra do Supremo Tribunal Federal, chamando-a de “prostituta arrombada”, arremesso de granadas e tiros de fuzil contra policiais federais que saíram de sua casa para trabalhar. Em uma guerra que o Presidente da República notoriamente interfere na Polícia Federal para proteção interesses pessoais e familiares.
Esta guerra não é para a construção de políticas públicas que irão mudar a face de sociedade carente de igualdade social. Não é mesmo, esta guerra de narrativas cruas, torpes, egoístas e sádicas, que banaliza o mal e a violência, contra mulheres, jornalistas e pretos, estão apenas procurando engajadores de redes sociais que alimentam uma ideologia cega com requintes fascistas.
Os alvejados desta guerra, são todos nós, brasileiras e brasileiras, nos tornando mais pobres a cada dia e distantes de uma sociedade livre, justa e solidária. Estas granadas de ignorância, imbecialidade não reduzem as desigualdades sociais e muito menos promovem o bem-estar de todos e todas.
Estamos cansados e esperamos que na próxima segunda-feira o Brasil consiga reverter o curso de um governo frívolo, volúvel e impiedoso.
Esta guerra de granadas e balas de fuzil não pertence ao povo Brasileiro, pertence a apenas um homem, Jair Messias Bolsonaro.
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Lisdeili Nobre é Delegada de Polícia Civil, Doutoranda em Políticas Sociais e Cidadania; Professora Universitária; Cronista de diversos Blogs; Feminista; Abolicionista Penal; Ativista social em projetos de Políticas Criminais de Prevenção Primária e sustentabilidade ambiental
Por Carlos Ayres Britto
Ainda a propósito da referência desprimorosa que o Presidente Jair Bolsonaro fez aos padrões de alfabetização dos eleitores nordestinos, vou direto ao ponto: quem foi um dos primeiros brasileiros a bater ali, ó, no teto da própria Filosofia como Ciência geral das primeiras causas e da razão última das coisas? Aquele que também pioneiramente viu o Direito, não como um metafísico “filho do céu”, porém como um incessante produto da vida humana em concreto? Uma realidade tecida com os fios das relações sociais e, portanto, um objeto cultural? Pondo-se mesmo como precursor, entre nós, do que no mundo inteiro passou a se chamar de “culturalismo jurídico”? Foi Tobias Barreto. Tobias Barreto de Menezes, sim, nordestino da gema. Sergipano em cuja homenagem a histórica Faculdade de Direito do Recife deu a si mesma o nome oficial de “Casa de Tobias”, justamente.
Pergunto, agora: e quem, provavelmente, foi o maior poeta brasileiro de todos os tempos, tanto no estilo romântico de Lamartine quanto no condoreiro de Victor Hugo e no épico de Homero? Respondo com todo conforto analítico: foi o baiano Antônio de Castro Alves. O gênio que se despediu da Vida tão-só aos 24 anos de idade e que, em defesa dos escravos negros do Brasil, questionava assim duramente o próprio Deus: “Senhor Deus dos desgraçados, onde estás que não me ouves? Em que mundo, em que estrela tu te escondes, embuçado nos céus”? Moço que brincava com a lógica do tempo para juntar o “Descobridor da América” ao “Patriarca da Independência” do Brasil e lhes ordenar, altivo, ainda no paroxismo da indignação pelo crime de lesa-humanidade que foi a política pública de importação marinha dos nossos irmãos d´África: “Andrada, arranca esse pendão dos ares! Colombo, fecha a porta dos teus mares”! Enfim, o arrebatado poeta que, já à sua distante época (nasceu em 1847 e morreu em 1871), falava às claras do amor carnal entre homem e mulher, mas sem perder jamais o lirismo que também perpassava os seus arrebatamentos cívicos, de que serve de amostra este belíssimo verso: “Auriverde pendão da minha terra, que a brisa do Brasil beija e balança”.
Nesta marcha batida, avanço no tempo para listar exponenciais juristas nordestinos, como o próprio Tobias, Teixeira de Freitas, Sílvio Romero, Rui Barbosa, Gumercindo Bessa, Clóvis Bevilaqua, Pontes de Miranda, Orlando Gomes, Antônio Luís Machado Neto, Lourival Vilanova, Seabra Fagundes e Paulo Bonavides. Nomes dessa Região brasileira que é o habitat das mais tépidas águas do mar, do mais nítido azul do céu e das luas cheias mais grávidas de poesia. Rutilância jurídico-científica digna de comparação, já no plano literário, com as obras dos paraibanos José Lins do Rego e José Américo, do pernambucano Gilberto Freyre, do alagoano Graciliano Ramos, dos baianos Jorge Amado e Ubaldo Ribeiro, da cearense Rachel de Queiroz, do paraibano-pernambucano Ariano Suassuna, para citar apenas estes. A mesma fulgurância de sentimento e pensamento que, afunilando as coisas para os domínios da arte poética, suscita mais uma pertinente pergunta: quem, ombreadamente aos cariocas Olavo Bilac, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes; aos paulistas Mário de Andrade, Hilda Hilst e Paulo Bomfim; aos gaúchos Mário Quintana, Raul Bopp e Carlos Nejar; à trinca mineira Carlos Drummond de Andrade/Murilo Mendes/Adélia Prado; ao amazonense Thiago de Mello e ainda ao mato-grossense Manoel de Barros…, quem, repito, mais desenvolto subiu os degraus da excelência que o paraibano Augusto dos Anjos, o cearense Patativa do Assaré, os maranhenses Gonçalves Dias e Ferreira Gullar, os alagoanos Jorge de Lima e Lêdo Ivo, os pernambucanos Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto e Mauro Mota? E quem mais brilhante de inteligência e mais profundo em cientificidade do que o pedagogo recifense Paulo Freire e o tão filósofo quanto pedagogo e sociólogo aracajuano Manuel Bomfim? Manuel José Bomfim, tido por Darcy Ribeiro como o pensador mais vigoroso e original de toda a América Latina, remarco.
Já me aproximando do fecho destes escritos, passo a divisar essa mais larga porta da arte que atende pelo nome de “música” para desassombradamente perguntar: qual a mais reluzente estrela da bossa-nova, único gênero musical em que o Brasil se fez e se faz e nunca deixará de se fazer a pátria da mais requintada beleza pra divino nenhum botar defeito? O baiano João Gilberto é a resposta. O João Gilberto da mesma Bahia com “h” de Dorival Caymmi, Raul Seixas, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, Simone, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Margarete Menezes, Rosa Passos, a dupla Dodô e Osmar, Armandinho Macedo, Moraes Moreira, Baby Consuelo, Pepeu Gomes e Tom-Zé, diante de cujas composições e/ou interpretações a gente se põe mentalmente de joelhos. Bahia também de um dos dois melhores percussionistas do mundo: Carlinhos Brown. Dando-se que o outro mago da percussão não foi senão o pernambucano Naná Vasconcelos. Conterrâneo, a seu turno, de quem? Ora, de ninguém mais ninguém menos que esse filho dileto do talento puro que foi Luiz Gonzaga. O que voou no dorso da “Asa Branca” para pousar nas mãos em concha do Pai, tão surpreso (Ele, o Pai) quanto feliz por se ver ombreado por uma das suas humanas criaturas. Nascido ali entre os Estados da Paraíba do albino Sivuca e “das Alagoas” do não menos albino Hermeto Pascoal, ambos de criatividade tão intensa quanto profunda e arrebatadora. Mesmíssimo Estado de Alagoas, por sinal, de um dos mais bonitos versos sociais da língua portuguesa (pra não dizer o mais bonito de todos) do inspiradíssimo compositor-letrista, musicista-arranjador e intérprete que atende pelo glorioso nome de Djavan. Que verso? “Sabe lá o que é não ter, e ter que ter pra dar”?
Concluo. Esse é o Nordeste de Dominguinhos, Geraldo Vandré, Belchior (“Na parede da memória, esta lembrança é o quadro que dói mais”), Alceu Valença, Jackson do Pandeiro, Capiba, Fagner, Lenine, Chico Science, Geraldo Azevedo, Alcione, Ednardo, Amelinha, Zeca Baleiro, Chico Cesar, Elba e Zé Ramalho. Nordeste onde o povoamento do Brasil começou. Ponto de partida de um País que foi povoando outras porções de si mesmo e que terminou se interessando mais por essas novas plagas do que pelo seu gread de largada, é fato, mas sem esquecer jamais que no lastro do seu geográfico berço é que ele tem o mais cristalino espelho de si mesmo. O único espelho em que poderá se ver ao mesmo tempo como o infante que foi, o moço que é e o adulto que será para todo o sempre. Assim indígena como europeu e ainda africano, porém nas dobras de uma simbiose da maior riqueza antropológica, linguística e cultural. Feliz por apostar todas as suas fichas em sua integridade afetiva. Orgulhoso desse tipo cristão e ao mesmo tempo ajuizado de inteireza. Verdadeira condição de continuidade da sua própria integridade territorial, definitiva conquista da sua pureza ético-democrática e decidida busca do seu arejamento civilizatório. Uma brasílica sociedade que se sabe capaz do salto quântico para o definitivo status de comunidade (de “comum unidade”, é sempre bom lembrar). Além do que um inato ou mais inspirado passista desses incomparáveis ativos estéticos do maxixe, do axé, do carimbó, do frevo, da chula, da capoeira, do fandango, do maracatu, do xote, do xaxado e do baião, a coreografar as gingas todas da sua monolítica unidade.
Minha prece, então, Tupã e Jaci; minha bênção, Jesus e Maria; saravá, meu pai Oxalá e minha Mãe Menininha do Gantois.
Carlos Ayres Britto é ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal – STF -, professor, constitucionalista e parecerista.
Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (11), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pediu cautela e responsabilidade no debate sobre as pesquisas eleitorais. Ele disse que projetos da Câmara dos Deputados que buscam estabelecer regras para as pesquisas serão analisados pelo Senado sem pressa e no devido processo legislativo.
— Considero que as pesquisas são importantes para o processo eleitoral, elas têm um papel, examinam a intenção de voto. (…) O que não me parece razoável, do projeto que eu li da Câmara dos Deputados, é estabelecer que a simples diferença entre o que está na pesquisa e o resultado eleitoral possa constituir um crime com pena de quatro a dez anos. É um texto absolutamente inadequado porque pune muito severamente o erro. (…) Isso é inapropriado sob todos os aspectos, inclusive o aspecto jurídico. É preciso ter muita cautela, muita prudência — afirmou Pacheco, ressaltando que qualquer proposta nesse sentido será analisada primeiramente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Na avaliação de Pacheco, o debate sobre as pesquisas eleitorais precisa ser feito “de forma inteligente e razoável”, e não deve ser concluído antes do segundo turno das eleições, pois precisa ser analisado pelos parlamentares “com responsabilidade legislativa” para que se encontre a melhor solução.
— Não se pode punir institutos de pesquisa e os seus responsáveis simplesmente por uma apuração inexata, até porque erros podem acontecer e pode haver, sim, uma diferenciação de uma pesquisa correta em uma quinta-feira, com um resultado diferente no domingo da eleição — acrescentou.
O presidente do Senado também afirmou que não há previsão de quando será lido o requerimento de criação da chamada CPI das Pesquisas, apresentado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES).
— Há outras CPIs prontas para serem instaladas mas, por ampla maioria no colégio de líderes, houve entendimento do Senado Federal de que não devíamos fazer CPI neste período eleitoral, e esse entendimento prevalece para toda e qualquer CPI. De modo que nós vamos precisar ultrapassar o período eleitoral para, então, eventualmente, serem instaladas CPIs. CPI, qualquer que seja ela, no Senado Federal, só depois das eleições — reafirmou Pacheco.
Eleições
Questionado sobre o segundo turno da eleição presidencial, Pacheco preferiu não declarar apoio a nenhum dos candidatos à Presidência da República. Para ele, a isenção do presidente do Senado e do Congresso é importante para ajudar a acalmar o país após o resultado das urnas. Pacheco disse que o país passa por um momento “de muito ódio, de muito acirramento, de muita divisão” e que o papel das instituições é dar segurança a toda a sociedade de que o resultado do segundo turno será respeitado por todos e que o presidente eleito será empossado no dia 1º de janeiro de 2023.
— Há um dia seguinte à eleição que nós vamos precisar estar prontos para poder fazer prevalecer a democracia — declarou Pacheco, acrescentando que o pós-eleição será um período para pacificação e união do país.
Quanto ao relatório ainda não divulgado do Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas, o presidente do Senado disse que é importante que a divulgação seja feita de forma transparente.
— Todas as informações que eu tenho são da absoluta segurança das urnas eletrônicas. O resultado das urnas eletrônicas na eleição de primeiro turno é revelador de que não há fraude em urna eletrônica, isso não tem o menor cabimento, nunca houve justa causa para isso, nunca houve base fática para poder sustentar isso. Espero que essa matéria esteja vencida e que a gente possa cuidar dos problemas reais do Brasil — afirmou.
STF
Perguntado sobre as recentes propostas de parlamentares governistas para aumento do número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Pacheco opinou que o momento não é adequado para esse tipo de discussão. Ele pediu prudência e responsabilidade no debate.
— Todas as propostas devem ser respeitadas, mas me estranha muito neste momento estar-se discutindo um tema dessa natureza, ampliação da estrutura do Supremo Tribunal Federal. Me parece que isso é até incoerente com a lógica dos que defendem a redução das competências do Supremo. Me parece um momento inadequado para essa discussão — avaliou.
Mesa do Senado
Questionado a respeito de supostas negociações sobre a futura eleição para a Presidência do Senado e outros cargos da Mesa da Casa, em fevereiro de 2023, Pacheco voltou a afirmar que não pretende tratar disso durante o período eleitoral.
— Passado o período eleitoral, da política partidária, aí é natural que se haja a discussão sobre a recondução ou renovação das Mesas do Senado e da Câmara. Vamos deixar isso para o momento oportuno, isso é um exercício de vontade coletiva, não é um exercício de vontade individual. (…) A discussão sobre as Mesas vai ficar para depois das eleições. No momento oportuno nós vamos fazer essa discussão, ela é inevitável, mas definitivamente não é agora — pontuou.
Fonte: Agência Senado
Por Josias Gomes
Eu agradeço de coração a cada comunidade, cidade, território, companheiro e companheira que votaram pela reeleição do mandato da Gente.
Sintam-se abraçados e reconhecidos, o voto com propósito e convicção é o que a política necessita. São pessoas emancipadas iguais a vocês que darão a grande vitória de Jerônimo na Bahia e Lula no Brasil.
Temos os 26 dias mais importantes de nossas vidas pra construirmos a grande vitória democrática e popular da nossa gente e fortalecer o projeto político que trabalha pelo desenvolvimento socioeconômico do nosso Estado e país.
Vamos à luta pela Bahia e pelo Brasil.
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Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia
Considerado um exímio analista político, o advogado Carlos Sodré, em conversa com este blog, emitiu previsão que dá como certa a vitória do candidato Jerônimo Rodrigues (PT) para o governo do Estado, e vai além: “Jerônimo deverá emplacar a vitória no primeiro turno da eleição”.
Para essa ousada previsão, Sodré constata que “o destino reservou ao candidato Neto a ingrata tarefa de sepultar a quase sexagenária dinastia carlista ao ser derrotado humilhantemente por um desconhecido”, classificado preconceituosamente pela elitista cúpula do candidato oposição como um “joão-ninguém” cuja vitória, implicará em por fim ao resíduo recalcitrante da arrogância da dinastia que dominou a cena política e os poderes econômico, político e judiciário da Bahia, desde os últimos mais de cinquenta anos.
Prevê ainda uma acachapante vitória de Lula sobre Bolsonaro, no Estado, antevendo que o candidato petista – numa visão realista – deverá alcançar uma votação derredor dos 70%.
Finalizou afirmando que se sente surpreso com o alto nível de desinformação, passionalidade e fanatismo em que as lideranças políticas conservadoras da região se arrimam para fazerem análises, previsões e apostas. “Uma vez mais, esbarrarão em realidade desoladora, pois não aprendem nunca – obtusos que são – que a politica é como ela é, jamais o que se pretende que seja, ao sabor da vontade de quem dela faz mero instrumento de satisfação de seus interesses pessoais e do desmedido apetite de suas vaidades”.