O décimo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sistematizado e analisado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan), relativo a outubro, divulgado ontem (10), projetou a produção baiana de cereais, oleaginosas e leguminosas em torno de 9,9 milhões de toneladas para este ano, o que representa uma expansão de 19,7% na comparação com 2019 – o melhor resultado da série histórica da pesquisa.
Em relação às áreas plantada e colhida, o IBGE projeta uma ligeira retração de 0,7% na comparação anual, registrando, em ambos os casos, uma extensão aproximada de 3,1 milhões de hectares (ha). Dessa forma, a produtividade média dos grãos estimada é de 3,1 toneladas por hectare, cerca de 20,5% superior à do ano passado.
“A expansão da safra da Bahia para este ano torna evidente as políticas acertadas do Governo do Estado de estímulo à produção agrícola. Estamos ainda enfrentando a pandemia do coronavírus e, mesmo neste cenário atípico, este é o melhor resultado da série histórica da produção baiana, superior à safra do ano passado”, ressaltou o secretário estadual do Planejamento, Walter Pinheiro.
A soja ficou estimada em 6,1 milhões de toneladas, a segunda maior da série histórica do levantamento – inferior apenas à de 2018 (6,2 milhões de ton.). Com isso, houve expansão de 14,3% em relação ao volume produzido em 2019, com área colhida de 1,6 milhão de hectares (2,6% acima da safra anterior) e rendimento médio de 3,8 ton./ha (11,5% maior que 2019).
“A safra de milho foi novamente revisada, desta vez para 2,4 milhões de toneladas, em 614 mil ha plantados, representando uma alta de 49,3% em relação a 2019. A primeira safra do cereal foi responsável por 1,8 milhão de toneladas (31,8% acima de 2019), em 363,5 mil hectares. Por sua vez, a expectativa para a segunda safra da lavoura foi ampliada de 615 mil para 650 mil ton., em 250 mil ha, com expressiva alta interanual de 135,5%”, destaca Pedro Marques, economista da SEI.
Lavouras
A previsão para o feijão, porém, passou de 320 mil para 290 mil ton., o que fez com que se mantivesse no mesmo patamar de 2019. A área plantada totaliza 424 mil ha (8,8% inferior a 2019). A primeira safra de 135,9 mil ton. teve recuo de 21,4% em relação ao ano anterior. A contribuição da segunda safra foi reestimada de 184,2 mil para 154,2 mil ton., alta de 31,1% na comparação anual.
Para a lavoura da cana-de-açúcar, o IBGE projeta uma produção de 5,1 milhões de ton., alta de 22,4% em relação à safra anterior. A produção de cacau ficou mantida em 118 mil ton., alta de 12,4% na comparação com 2019.
A produção total de café foi revisada para cima, podendo alcançar 246 mil ton. este ano, um crescimento de 36,3% na comparação anual. A safra do tipo arábica ficou projetada em 120,5 mil ton., variação anual de 66,4%; e a do canéfora, em 125,5 mil ton., correspondendo a uma expansão de 16,1% na comparação com 2019. Por sua vez, as lavouras de banana, laranja e uva mantiveram, respectivamente, recuo de 18,3%, 0,7% e 38,8% em relação à safra anterior.
A produção de algodão (caroço e pluma) aproximou-se de 1,5 milhão de toneladas, o que representa um patamar próximo ao da safra anterior. A área colhida ficou em torno de 315 mil hectares, correspondendo a um recuo de 5,1% na mesma base de comparação.
As projeções ainda indicam uma produção de 963 mil ton. de mandioca, mantendo-se estável em relação à safra anterior. A previsão para cebola é de alta de 3,9% em relação à colheita anterior, totalizando 302,4 mil toneladas. A estimativa para o tomate, no entanto, ficou em 241,2 mil ton., que corresponde a uma retração de 12,5% sobre a safra 2019.