A produção de cacau irrigado no município de Riachão das Neves, a 930 km de Salvador, é uma novidade que está transformando a dinâmica no campo para pequenos produtores da região. A venda de cacau do Oeste da Bahia nas prateleiras de supermercados é uma realidade. Produtores da amêndoa abastecem os mercados da Bahia e também de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal.
As áreas plantadas estão em fase experimental e mostram os excelentes resultados obtidos em mais de sete anos de projeto. Estão sendo testadas variedades e vem sendo cultivadas genéticas que produzem até dez vezes mais do que em regiões pioneiras, como o Sul do estado.
O produtor Antelmo Farias é o precursor desse experimento e analisa o cenário como promissor. Atualmente, planta em 31 hectares e a intenção é aumentar gradativamente sua área. A obtenção dos subprodutos da amêndoa é feita artesanalmente, porém, com os resultados atuais, é possível observar potencial para investimentos em novas tecnologias. Os números que sustentam o otimismo apresentam uma produtividade de quase 200 arrobas de amêndoa por hectare, em plantio de cacau irrigado de maneira sustentável.
Devido sua experiência com a cultura cacaueira, Antelmo aposta em parcerias para incentivar o pequeno produtor da região. “Em um hectare de cacau é possível obter uma renda de R$ 1.500,00 ao mês, depois de três anos de implantação da cultura. O cacaueiro, diferente de outras espécies agrícolas, é plantado junto com outras culturas de ciclos mais curtos, o que ajuda ainda no retorno do investimento, fazendo movimentar a cadeia produtiva na região”.
De acordo com o gerente da agência do Banco do Brasil em Riachão das Neves, Idelvan Silva, “os créditos para produção de cacau já estão disponíveis para agricultores. Se o produtor se encaixar no perfil, ele receberá recursos para investir”.
Dois projetos de dez hectares já foram financiados pelo banco, relata Antelmo Farias, analisando que iniciativas semelhantes serão comuns. “Além desses recursos privados disponíveis, nossa região receberá incentivo do governo estadual”, observa. O secretário de agricultura da Bahia, Lucas Costa, visitou, acompanhado do cacauicultor, as áreas de produção e o local do viveiro, onde se pretende produzir dois milhões de mudas enxertadas por ano.Para Lucas Costa, “esse viveiro irá dinamizar a produção de cacau na região, apoiando os agricultores em um sistema capaz de aumentar a produtividade e impulsionar ainda mais essa atividade”.