Por Luciano Veiga*
Aos seus 63 anos de existência, comemorado hoje, dia 20 de fevereiro, uma velha guerreira que luta para está de pé, contribuindo pelo desenvolvimento sustentável da nossa lavoura cacaueira. Parabéns, Ceplac, pela sua resiliência.
Uma instituição que detém o principal centro de pesquisa do cacau no mundo, sendo maior referência do setor. Tendo com sua Missão promover a competitividade e sustentabilidade dos segmentos agropecuário, agroflorestal e agroindustrial para o desenvolvimento das regiões produtoras de cacau, tendo o cliente como parceiro.
Com todos os desafios que se seguem, o principal, ainda é inerente a sua sobrevivência, as tratativas de encerrar as suas atividades, continua vivo, como também a luta pela sua restruturação e inovação, a exemplo da aprovação na Comissão de Agricultura do Senado o Projeto de Lei (PL 4107/2019), que institui a Política Nacional de Incentivo à Produção de Cacau de Qualidade. A proposta é de autoria do senador Ângelo Coronel (PSD-BA), e teve relatoria e parecer pela aprovação apresentados pelo senador Acir Gurgacz (PDT-RO).
Destaca-se a Audiência Pública realizada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado no dia 10 de outubro de 2019, para discutir o tema com produtores, pesquisadores e agências de fomento, com a participação dos Técnicos da CEPLAC e de representantes da Associação dos Municípios da Região Cacaueira – AMURC e dos Consórcios Públicos Intermunicipais – CDS Litoral Sul e CIAPRA.
A luta pela defesa da Ceplac perpassa pela defesa de um ambiente de pesquisa e extensão, que ao longo dos anos conseguiu manter vivo princípios hoje tão caros, como sustentabilidade social, econômica e ambiental.
Seria saudosista imaginar a Ceplac criada em 20 de fevereiro de 1957, hoje aos 63 anos de existência, tivesse a mesma robustez dos seus primórdios tempos, porém criou resiliência, casca dura, pois sobreviver a 63 anos, mais da metade de sua vida, produzindo pesquisa de qualidade, referência mundial no seu setor e garantir o elo entre pesquisa e extensão, sem oxigenar os seus quadros funcionais, é um case sucesso. Fazer cada vez mais com menos, é o que se busca em uma gestão de excelência privada ou pública.
Lutar pela Ceplac, buscar novas parcerias e garantias, deve ser a luta de todos aqueles que acreditam na sua história e na capacidade de reinventar, ressurgir e surgir como ponta de lança na pesquisa e extensão, esta compartilhada com os Estados e Municípios através dos Consórcios Públicos Intermunicipais, garantido a escala necessária para que o seu cliente principal, o produtor rural, receba na ponta, tecnologia e conhecimento de qualidade, que resulte no desenvolvimento social, econômico e ambiental.
A instituição mãe de tantas outras, aos seus 63 anos quer de presente o respeito, pela sua história e a confiança em acreditar na sua capacidade de se reinventar, continuar sendo referência na pesquisa e extensão, conhecimento e execução juntos, transformando a cadeia produtiva do cacau e seus derivados no doce, amargo chocolate.
* Luciano Veiga – Advogado, Administrador, Especialista em Planejamento de Cidades (UESC) e Secretário Executivo da Amurc.