A caminhada rumo ao Ensino Superior dos 307 candidatos presentes no segundo dia de aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio para a população privada de liberdade (ENEL PPL) alcançou, nesta quarta-feira (17) mais um importante degrau. A conclusão da aplicação das provas representou mais uma batalha vencida para os reeducandos que buscam a reintegração social por meio da educação.
O número merece ser celebrado porque demonstra que o trabalho de conscientização sobre a importância do conhecimento nas estratégias de reconstrução de trajetórias foi exitoso. Foram 447 inscritos. Para evitar abandonos em massa, foi acionada uma equipe multidisciplinar, com psicólogos, assistentes sociais e psicopedagogos – tudo para não deixar a “peteca cair”.
Para o diretor do Conjunto Penal de Itabuna, José Fabiano Barbosa Carvalho, os desafios da educação em prisões são desafio constantes. Porém, são desafios que vem sendo superados, a cada ano com mais êxito.
“Não bastam as aulas, as inscrições ou a disposição para conduzir os candidatos. Existe um conjunto de cuidados que ajudam na fidelização desses reeducandos. Por exemplo, no segundo dia de provas, houve um importante o jogo de futebol, e o trabalho multidisciplinar, promovido pela empresa cogestora Socializa, conseguiu colocar 307 dos 447 inscritos nas salas de provas”, destaca o diretor.
Agora, o próximo passo, após a publicação do resultado, é garantir vagas para todos que forem aprovados. “Começa uma nova batalha, a partir do mutirão de inscrições no Sistema de Seleção Unificado (SiSu). Em 2026, deverão ser criados novos espaços para as aulas das universidades.
“É o que costumo chamar de ‘problema bom’: quanto maior o problema, significa que temos mais e mais reeducandos frequentando os bancos das universidades e assim podemos esperar uma menor reincidência após a liberdade. Isso significa uma sociedade mais pacificada”, finaliza Fabiano Barbosa.
