Matheus Oliveira da Cruz! Este é o novo nome da grande promessa do esporte baiano. O jovem de 24 anos, morador do bairro Subúrbio Ferroviário, em Salvador, foi convocado para representar o Brasil no Campeonato Mundial de Karatê, que acontece em março de 2024, na Ilha de Malta, na Europa, entre o sul da Itália (Sícilia) e o norte do continente Africano.

Mas chegar até aqui não foi fácil. O atleta enfrentou desafios e inúmeras dificuldades. Teve, muitas vezes, que abrir mão de outras prioridades, inclusive de simples momentos de lazer em família, para correr atrás dos seus sonhos. Hoje, Matheus é Faixa Preta 2° Dan de Karatê do estilo Shotokan. Treina desde o 13 anos.

“Estou vivendo a realização do meu maior sonho! Como esperei por esse momento! Muitas vezes, até eu duvidei da minha capacidade de chegar até aqui. Só eu sei de tudo que abdiquei, de tudo que eu ouvi, das pessoas que se afastaram, dos eventos que perdi. Mas hoje posso dizer que deu tudo certo, que todo meu esforço valeu a pena!”, desabafa, emocionado, o atleta.

Em entrevista ao Blog O Trombone, Matheus contou um pouco de sua história e de suas expectativas quanto ao maior evento de sua vida. “Iniciei a praticar o karatê por volta do ano de 2011. Eu treinava na Associação Ação Social Mosteiro do Salvador (Associação de Karatê Santa Maria), localizada na região do Subúrbio Ferroviário, no bairro de Coutos”, começou a contar.

Matheus foi aluno do Mestre Alberto Mattos, Faixa Preta de karatê 7° Dan, fundador da Associação de Karatê Santa Maria. A graduação em faixa preta foi conquistada em 2019.

“Desde que iniciei no karatê eu já tinha alguns objetivos e, claro, sonhos, entre os quais ser professor, formar um clube, poder repassar o que a mim foi ensinado, ter os meus próprios alunos e um local para ensinar”, contou.

Mas o maior sonho de Matheus aconteceu este ano: sua convocação para o Mundial de Karatê. No entanto, o atleta ainda terá que enfrentar inúmeros desafios até março, quando deve embarcar para a Europa. Segundo ele, a falta de patrocínio ainda continua sendo o principal entrave no esporte brasileiro.

“No início tive muitas dificuldades no esporte com relação o financeiro. Tinha que ter os equipamentos adequados, um kimono de qualidade. Acredito que assim como, existem vários atletas que até hoje passam por isso. A falta apoio e o incentivo ao esporte são muito grandes”, lamenta Matheus.

 

Mesmo assim, o atleta não se deixou desanimar. “Mesmo diante de tantas dificuldades eu venci, e não parei por aqui. Enquanto vida eu tiver quero oferecer o melhor, não só a todos os nossos alunos, pais/mães que acompanham e também fazem parte do nosso trabalho, mas também a todas as crianças, jovens e adolescentes da nossa comunidade, promovendo a educação, disciplina e formando cidadãos para o bem”, enfatiza.

“O esporte salvando vidas”

Ao longo de quase 12 anos de experiência, Matheus participou de várias competições, algumas delas realizadas pela Federação de Karatê da Bahia, da qual atualmente é filiado. Grato, ele lembra de todas as ajudas que teve. “Alguns anos atrás tive a ajuda do vereador Palhinha. No ano de 2022, conheci André Araújo, que atualmente é quem está nos dando suporte, nos incentivando a não desistir. A cada dia ele nos mostra que somos mais que vencedores e que, com Deus, tudo é possível, basta a gente acreditar e ter fé que alcançaremos todos os nossos sonhos e objetivos”.

Matheus relatou que, com o apoio de André, foi possível ele implantar a modalidade do karatê no espaço Empresarial Paripe Center, nascendo, assim, em 2022, o Clube Dojo Oliveira Karatê Shotokan. “Graças a Deus e a todo conhecimento que aprendi com meu instrutor Alberto Mattos e com Celso Passos (Taekwondo), estamos progredindo e avançando. Iniciamos no Empresarial Paripe com um público de 15 pessoas, dentre elas crianças, jovens e adolescentes. Com apoio de pais e mães e nosso amigo André, de 2022 para 2023, conseguimos alcançar 70 alunos. Nossa missão é salvar vidas através do esporte, desenvolver e cultivar valores sociais”, destaca.

Hoje, Matheus se reveza entre dar aulas aos seus alunos e treinar intensamente de olho no Campeonato Mundial. Fácil, certamente, não é. É uma rotina que demanda equilíbrio, disciplina, foco, determinação e, acima, de tudo, controle emocional.

“Ser atleta e professor não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível. Tudo que eu quero é mostrar que nós atletas amadores do bairro do Subúrbio também podemos chegar a aonde quisermos e ser também uma referência em nossa comunidade. Que todo esse esforço sirva de inspiração para todos que estão iniciando seja em qualquer modalidade esportiva. Sou grato a Deus e a todos os amigos e familiares ao meu redor, que tem me ajudado e feito de tudo para o meu crescimento profissional dentro do esporte”.

Matheus criou uma vaquinha virtual para tentar conseguir recursos que o ajudarão a custear sua viagem para a Europea, em março. Quem quiser colaborar com o atleta, basta acessar o link da vaquinha e fazer sua doação: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/apoio-solidario-ajude-um-atleta