O Dia Nacional de Luta contra as demissões e o fechamento de agências do Bradesco mobilizou bancários em diversas cidades do país nesta terça-feira (12). Em Itabuna, trabalhadores realizaram um ato de paralisação na unidade da instituição, que seguiu até o meio-dia. O protesto denuncia a redução drástica da rede física do banco e a dispensa em massa de funcionários, medidas que têm afetado clientes e comunidades inteiras.
Somente no primeiro trimestre de 2025, o Bradesco fechou 21 agências. Em 2024, foram 390, e em 2023, outras 300. No total, 711 unidades deixaram de funcionar nos últimos três anos. No mesmo período, o banco também desativou 903 postos de atendimento e 92 unidades de negócios.
Na Bahia, cidades e distritos como Mucugê, Mar Grande, Uruçuca, Cairu, Rodelas, Ibitiara, Itajú do Colônia, Pau Brasil, Almadina, Arataca e Laje perderam suas únicas agências, forçando a população a percorrer longas distâncias para realizar operações bancárias básicas.
Segundo os sindicatos, a justificativa de modernização e digitalização do atendimento ignora a realidade de milhares de brasileiros que dependem do serviço presencial – especialmente idosos, pessoas com baixa escolaridade e moradores de regiões com acesso precário à internet. A medida tem gerado exclusão bancária, filas maiores e sobrecarga nas poucas unidades que restaram.
O corte de serviços também veio acompanhado de demissões. De janeiro a julho deste ano, o Bradesco dispensou 2.466 trabalhadores, uma média de quase 12 por dia. Apenas na Bahia e em Sergipe, foram 176 desligamentos.
O paradoxo, apontam as entidades sindicais, é que o banco encerrou o primeiro semestre de 2025 com um Lucro Líquido Recorrente de R$ 11,931 bilhões – crescimento de 33,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Para os trabalhadores, os números comprovam que os cortes não são motivados por dificuldades financeiras, mas por uma política de maximização de lucros à custa de empregos e do atendimento à população.