As altas nos setores de serviços (1,6%) e da indústria (0,1%) resultaram no crescimento de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) baiano em 2019 na comparação com 2018, totalizando o montante de R$ 293 bilhões. Com o resultado, a Bahia respondeu por 4% da economia nacional e 28% da economia do Nordeste e se manteve como a 7ª economia entre as unidades da federação e a primeira entre estados nordestinos em 2019. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (12), são fruto de uma parceria entre o IBGE e a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan).
“Muita coisa mudou nos últimos dois anos, sobretudo, por conta da epidemia mundial de Covid-19. Estes dados são importantes parâmetros para avaliarmos o antes e o depois do impacto causado por esta doença, que assim como em todo o mundo, também afetou a nossa economia. Vale destacar inclusive os resultados das pesquisas mensais da indústria e de serviços na Bahia, cujos respectivos resultados foram divulgados ontem e hoje e revelaram crescimento de 3,7% da indústria em setembro, frente ao mês de agosto, e 12,5% do segmento de serviços no acumulado deste ano.”, avalia o vice-governador João Leão, secretário do Planejamento.
Segundo o coordenador de Contas Regionais da SEI, João Paulo Caetano, a defasagem de dois anos entre os eventos ocorridos e a divulgação dos dados decorre da necessidade de se obter todas as estatísticas econômicas utilizadas no cálculo do PIB. “Legalmente, existe a definição de um período para empresas, por exemplo, fornecerem os dados econômicos acerca da sua atividade. Dessa forma, após a consolidação de todas essas informações econômicas, tem-se o resultado final do PIB para todas as unidades da federação. Em razão dessa defasagem temporal a SEI calcula e divulga o PIB trimestral que apresenta resultados preliminares da atividade econômica e que, após o período citado de 2 anos, sofre os ajustes necessários provenientes da consolidação das estatísticas econômicas de todos os agentes produtivos”, explica.
Com o maior avanço e representando a maior fatia na economia do estado, os serviços geraram um valor adicionado de R$ 183,0 bilhões em 2019, na Bahia. Com isso, aumentaram ainda mais sua participação no valor adicionado do PIB estadual, de 70,8% em 2018 para 71,3% em 2019.
O desempenho resultou, sobretudo, das expansões, em volume, nas atividades imobiliárias (4,1%), alojamento e alimentação (3,9%) e comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (1,6%). Em contrapartida, houve variações negativas em atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-0,8%) e transporte, armazenagem e correio (-0,3%).
Já a indústria baiana apresentou sua segunda variação positiva consecutiva em 2019 ,0,1% frente a 0,8% em 2018, gerando um valor adicionado de R$ 56,0 bilhões. Com o leve aumento, o setor teve pequeno ganho de participação na economia do estado, saindo de 21,5% em 2018 para 21,8% em 2019.
Entre as atividades industriais, foram destaque os segmentos de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, que cresceu 6,5% devido à alta na geração de energia elétrica e a construção, que avançou 3,7%.
Na contramão da indústria e dos serviços, a agropecuária registrou queda de 10,9%, atrelada aos desempenhos negativos dos cultivos de café, soja, cereais e algodão herbáceo. Entre as demais atividades agropecuárias, pecuária, inclusive apoio à pecuária cresceu 5,6% e produção florestal, pesca e aquicultura registrou recuo de 1,6%.
Segmento energético
A Bahia se mantém líder nacional na geração de Energias Renováveis. Em 2019, a geração de energia por fonte eólica cresceu mais de 50% em relação a 2018, já a fonte fotovoltaica cresceu mais de 70%. A liderança na geração de energia é mantida em 2021 e o aumento na capacidade instalada demonstra que o segmento é um importante indutor da economia. Atualmente, o estado tem 205 parques eólicos em operação, com capacidade instalada de 5,26 Giga Watts e 34 parques de energia solar fotovoltaica com mais de 1 GW de capacidade.
“As Energias Renováveis (eólica e solar) já aparecem como destaque, o que resulta do empenho do Governo do Estado em consolidar esse segmento principalmente no semiárido e na região da Chapada Diamantina, incrementando a geração de energia do nosso Estado, gerando emprego e renda no interior e arrecadação para as prefeituras”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Nelson Leal.