O “Outubro Rosa” aproxima-se do fim, mas a mulher ainda pode assumir um compromisso, não é? Que tal o hábito de autoexame da mama a qualquer dia? E tornar exames anuais a ultrassom e a mamografia? Estas são reflexões reforçadas durante sessão especial quinta-feira (21), na Câmara de Itabuna.

A discussão foi trazida pela vereadora Wilma de Oliveira (PCdoB), presidente da Comissão da Mulher, reunindo profissionais de saúde no Plenário Raymundo Lima. Uma delas foi a mastologista e oncologista Marluce Rodrigues, que atende no Cepron (Centro de Prevenção em Oncologia). “O problema só pode ser resolvido quando ele é enxergado. Ele é do mundo”, alertou.

Ela trouxe a estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) de 2020 a 2022, com 66.280 novos casos. “A procura por consultas diminuiu, [mas] o câncer de mama não parou para a pandemia seguir. A retomada às consultas é extremamente importante; a detecção precoce significa quase 95% de chance de cura”, defendeu.

A secretária de Saúde, Lívia Mendes, estimula mudança de postura: “As mulheres precisam se conscientizar que é um exame regular a partir dos 50, preconizado pelo Ministério da Saúde. Mas a partir dos 40, elas devem fazer a mamografia a cada dois anos, pra detectar precocemente algum câncer. Fora isso, esse mês é de conscientização. É preciso o autocuidado desde o banho, com ajuda do sabonete. Notando um nódulo pequeno, procura um serviço médico”, orientou.

Indagada pelo vereador Luiz Júnior da Saúde (DC) sobre acesso a punções, a coordenadora do Cepron, Kiliane Oliveira, esclareceu que o procedimento, a depender dos sinais clínicos, é imediato. Quando agendado, é até o final do mês ou início do seguinte. “O acompanhamento vai do diagnóstico ao pós-operatório”, detalhou.

“Temos um desafio coletivo: de toda a sociedade, do poder público, desta Casa. Essa conscientização tem que ser permanente para fazer o diagnóstico precoce, mas também precisa ter equipamentos disponíveis. Para se for detectado um nódulo, fazer uma investigação mais apurada”, comentou Wilma.

 

Dificuldades a superar

O edil Francisco Gomes (PSD), presidente da Comissão de Saúde, mencionou queixas de pessoas que encontram dificuldades para ultrassom e mamografia. “Sabemos da necessidade de mais cotas. Com tratamento antes, a chance de cura é muito maior”, argumentou.

Mesmo sem informar números, a coordenadora de Saúde da Mulher no Departamento de Atenção Básica, Katiane Andrade, reconheceu ainda serem insuficientes as cotas mensais para mamografias. Embora o período jogue luz sobre o combate a nódulos na mama, ela lembrou: o risco de câncer no colo do útero precisa de igual vigilância.

Ronaldão (PL), também integrante da Comissão da Mulher, falou da importância de cidadãs acompanharem de perto discussões daquele tipo. Afinal, é a partir da informação que garantem acesso aos serviços a que têm direito.

Sempre ativista, a presidente do grupo Se Toque, Sueli Dias, citou as questões emocionais, familiares e econômicas a cercar uma mulher com câncer. “Deixamos uma mensagem de encorajamento, para mudança de hábitos e não temer o diagnóstico; é necessário ter garra. A gente nasceu pra ser feliz. Muito embora encontre pedras, não podemos desistir”, aconselhou.