Dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) apontaram que 21 trabalhadores, nove deles venezuelanos, foram resgatados do trabalho escravo na Bahia, durante o ano de 2019.

A maior incidência de trabalho escravo ocorreu na atividade agropecuária, onde a cadeia produtiva do cacau na região sul da Bahia apresentou os maiores índices de 2019. Um dos casos, inclusive, foi registrado em Ilhéus. Lá, as vítimas trabalhavam há vários anos em uma fazenda. O empregador induzia os trabalhadores ao endividamento e ao sistema de servidão.

O resgate desse grupo aconteceu em agosto de 2019. As vítimas estavam morando em alojamentos precários, sem água encanada, instalações sanitárias, paredes rachadas e, em alguns casos, com risco de desmoronamento. Além disso, as instalações elétricas estavam comprometidas, oferecendo risco de choque elétrico e curto-circuito.

Ainda de acordo com o MPT, foram realizadas 45 operações de resgate no ano passado em todo o país. Mais de mil trabalhadores foram retirados da situação de trabalho semelhante à de um escravo. Em 70% das operações, houve libertação de trabalhadores, índice maior do que o de 2018, quando 48% das operações terminaram com resgate.

As ações de combate ao trabalho escravo na Bahia são realizadas pela Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo – Coetrae Bahia, e pelo grupo de Articulação para Erradicação do Trabalho Escravo na Bahia (Gaete). A Coetrae Bahia é composta por órgão federais, estaduais e também por entidades civis. Juntos eles atuam tanto na prevenção quanto no combate do trabalho escravo.