Não é o que não pode
Ser que não é.
O que não pode ser que não
É o que não
Pode ser
Que não
É!
O que não pode ser que
Não é o que não pode ser
Que não é o que
O que?
O que?
O que?
O que?
Que não é o que, não pode ser
Que não é o que não pode ser
Que não é o que não pode ser que não é (2x)
Não não não é(2x)
É
Pode ser
É
Pode ser pode ser pode ser pode ser(2x)
Que não é o que não pode ser
Que não
Que não é
Que não é(2x)
Que não é que não pode ser
Que não pode ser que não é(4x)
Como nuvem: Roberto José sai do PSD e aparece no PR
Recém-eleito presidente do Partido Social Democrático (PSD), naturalmente como um gesto da confiança que o presidente estadual da sigla, senador Otto Alencar, deposita(va) no jovem político, eis que, como uma nuvem de outono, RJ anuncia – por meio de fiel escudeiro, em grupos de whatsapp – que deixa a legenda (a notícia fora dada pelo site Plantão Itabuna, porém, sem confirmações) e já está pousando em novo ninho, o Partido da República (PR).
Além de Otto, o PSD tem como uma liderança forte na região a deputada estadual Ângela Sousa, espécie de orientadora de RJ. (Logo ela, tão citada na mídia regional como uma nuvem política ambulante…)
O fato é que Otto e Ângela não mais terão que ouvir as citações teóricas do professor Roberto José para justificar sua escolha, nem esse terá que cumprir o que estava dito – e talvez não escrito – no ato de sua condução à presidência local do PSD – que o partido seguiria a indicação do governo do estado em Itabuna.
Tempos estranhos, em que "o futuro" repete o passado e nem as nuvens aparecem no céu de outono para testemunhar o que delas se diz aqui embaixo: a inconstância é sua maior constante. Ou, o debute político do jovem citador de filosofadas veio num outono-quase-inverno, mesmo que um sol desregulado teime em dizer que estamos numa primavera-verão dos novos tempos.
Nada novo debaixo do sol. Mais do mesmo na velha política.
Almir Melo vota contra Dilma mas não quer perder Rui
Nas últimas eleições (2014), por conta de divergência com o então candidato Paulo Souto (DEM), Almir Melo apoiou Rui Costa como candidato ao Governo da Bahia, quando ainda se encontrava com 4% nas pesquisas, embora o PMDB estivesse coligado com o DEM. À época, Almir Melo apoiou os candidatos do seu partido – Geddel Vieira Lima ao Senado, Lúcio Vieira Lima à Câmara Federal, e Leur Lomanto à Assembleia Legislativa, sem qualquer constrangimento.
Agora, Almir Melo votou contra a permanência do PMDB junto ao Governo Dilma, mas espera que a convivência entre os entes federativos não sejam empecilho para institucional.
Agora, é esperar para ver se o PT (Rui) vai querer continuar com o PMDB de Almir Melo. Lembrando que o argumento de Melo é fragilíssimo – apoio em 2014 – uma vez que seu partido fazia parte da chapa com Dilma, na posição de vice, e ontem, chutou o governo.
Site divulga posições de parlamentares em relação ao golpe
“A ideia é dar total apoio para quem defende a democracia e disputar os deputados indecisos. Solte o verbo no e-mail, Twitter e Facebook no sentido de mostrar por que você acha que ele tem que votar contra”, pedem os organizadores.
“Impeachment só pode ser aplicado em caso de comprovação de crime de responsabilidade e Dilma não é sequer acusada de um. A Câmara, presidida pelo réu Eduardo Cunha, conduz um processo de impeachment ilegal”, alerta o site.
Para conferir a posição dos parlamentares sobre o golpe, clique aqui.
Via Revista Fórum
Faz diferença ter artistas com visão da realidade
Bastou a tucanada aparecer no listão da Odebrecht que o juiz Sérgio Moro mandou aplicar o "raio sigilizador" no documento. Restaurou o sigilo da planilha do fim do mundo – também conhecida como do fim da lava jato – como se fora a reconstrução de um hímem por cirurgia plástica. No papel, virgenzinha de novo.
Mas aquele 1%…
“Carta de Curitiba” denuncia golpismo de Moro na UFPR
Colegas do professor Sérgio Moro, na UFPR, em documento histórico intitulado Carta de Curitiba, ensinaram ontem à noite ao juiz Sérgio Moro alguns preceitos básicos garantidos na Constituição Federal de 1988. Na prática, juristas sepultaram o golpismo do coordenador da Vaza Jato no ninho da serpente.
Os operadores do Direito denunciaram sistemáticos ataques às instituições democráticas e a semeação de ódio, intolerância e violência pela velha mídia.
“As concessões dos serviços públicos de rádio e televisão devem ser utilizadas como instrumento de ação política de grupos, instituições e organizações com o objetivo de desestabilizar o regime democrático”, diz um trecho da Carta de Curitiba, em claro recado à Rede Globo.
O golpismo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que repete 1964, também foi alvo da artilharia dos juristas. Eles expressaram no documento “inconformismo republicano” à posição da entidade que é favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff – mesmo sem base legal.
A Carta de Curitiba ainda denuncia o juiz Sérgio Moro por produzir provas de maneira criminosa, ilegal, como grampos telefônicos, bem como condução coercitiva — do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — sem prévia intimação judicial.
Na Carta, o mundo jurídico ensinou ao juiz Moro que não se pode vazar escutas telefônicas antecipadamente para a Globo em desacordo com as garantias constitucionais dos acusados; que a defesa do Estado Democrático de Direito e da soberania nacional, que se manifestou pelo voto legítimo em regular eleição, das garantias constitucionais do devido processo legal, especial da ampla defesa, do contraditório, da presunção da inocência, da imparcialidade e do afastamento das provas ilegítimas.
“É preciso ter coragem para denunciar o obscurantismo que insiste em se instalar no País”, diz o documento que ainda segue aberto para assinatura da sociedade em geral (clique aqui para subscrevê-lo).
Leia aqui a íntegra da Carta de Curitiba.
Ao citar o processo de impeachment em tramitação na Câmara dos Deputados, Dilma disse que não há "crime de responsabilidade" e que, na ausência de provas, o afastamento de um presidente da República se torna, "ele próprio, um crime contra a democracia".
Citando a ditadura militar como um processo do qual foi "vítima", a presidenta declarou que vai lutar "para, em plena democracia, não ser vítima de novo".
Democracia
"Não cabem meias palavras nesse caso. O que está em curso é um golpe contra democracia. Eu jamais renunciarei. Aqueles que pedem minha renúncia mostram fragilidade na sua convicção sobre o processo de impeachment, porque, sobretudo, tentam ocultar justamente esse golpe contra a democracia, e eu não compactuarei com isso. Por isso, não renuncio em hipótese alguma", afirmou.
Após ouvir manifestações de juristas contrários ao seu impeachment, a presidenta disse que jamais imaginaria voltar ao momento do passado em que Leonel Brizola liderou movimentos pela legalidade no país. Ela afirmou estar se dirigindo a eles com a "segurança de ter atuado desde o início" do seu mandato para combater de forma "enérgica e continuada a corrupção que sempre afligiu o Brasil".
Aeroportos de Guarulhos e Salvador começam hoje a fiscalizar bagagens
A partir de hoje (23), quem viajar a partir dos aeroportos Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP), ou Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, deve estar atento às dimensões de sua bagagem de mão a fim de evitar surpresas e despesas adicionais. As malas que excederem ao tamanho estipulado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) terão que ser obrigatoriamente despachadas, com custos para o passageiro.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a aprovação ontem (22), pelo Senado, da Medida Provisória (MP) 863/18que permite a passageiros transportar gratuitamente uma mala de até 23 quilos nas aeronaves com mais de 31 assentos, ainda não mudou a aplicação das regras aprovadas pela Anac, em 2016.. O novo texto só entrará em vigor depois de ser sancionado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Na mesma MP, foi aprovada a ampliação de capital estrangeiro na aviação.
Fiscalização
Desde as primeiras horas da manhã, funcionários de uma empresa contratada pela Abear estão verificando se as bagagens de mão transportadas pelos passageiros estão dentro das especificações permitidas para o embarque gratuito: 55 centímetros de altura, incluindo rodinha e alça; 35 centímetros de largura e 25 centímetros de profundidade.
Os passageiros com malas que ultrapassem as medidas deverão retornar ao guichê de check-in da companhia aérea e despachar a bagagem. Segundo a Abear, as dimensões estão em conformidade com as regras internacionais da Associação Internacional de Transporte (Iata), entidade que representa as companhias aéreas em todo o mundo.
Além de Guarulhos e de Salvador, onde as regras entraram em vigor hoje, a fiscalização prévia já vem ocorrendo em outras 13 localidades. Nos aeroportos Juscelino Kubitschek, em Brasília; Viracopos, em Campinas; Afonso Pena, em Curitiba; e Aluízio Alves, em Natal, começou a ser feita em 25 de abril deste ano, após duas semanas de orientação aos usuários.
Em 2 de maio, as bagagens começaram a ser fiscalizadas nos aeroportos Val-de-Cans–Júlio Cezar Ribeiro, em Belém; Confins, em Belo Horizonte; Pinto Martins, em Fortaleza e Guararapes–Gilberto Freyre em Recife. Já no Santa Genoveva, em Goiânia; Salgado Filho, em Porto Alegre; Congonhas, em São Paulo; Galeão, no Rio de Janeiro/RJ e Santos Dumont. No Rio de Janeiro, a triagem começou no último dia 13.
De acordo com a Abear, as regras valem para os embarques em todos os aeroportos do país, mesmo que não ocorra fiscalização.
Baiana de Macaúbas – quem é a estudante que viralizou com discurso em formatura na PUC-SP
Diante de um auditório lotado no Citibank Hall, gigantesca casa de shows da capital paulista, uma aluna de uma das graduações mais tradicionais do país toma o microfone para um discurso duro. “Gostaria de falar sobre resistência. De uma em específico, a que uma parcela dos formandos enfrentaram durante sua trajetória acadêmica”.
Ela falava em nome dos alunos bolsistas do curso de direito da PUC-SP, em que as mensalidades são de 3.130 reais. “Somos moradores de periferia, pretos, descendentes de nordestinos e estudantes de escola pública”, enumerou. Descrevendo uma experiência de solidão e preconceito, a oradora apontava as dificuldades do convívio com alunos e professores de uma outra classe social:
“Resistimos às piadas sobre pobres, às críticas sobre as esmolas que o governo nos dá. À falta de inglês fluente, de roupa social e linguajar rebuscado. Resistimos aos desabafos dos colegas sobre suas empregadas domésticas e seus porteiros. Mal sabiam que esses profissionais eram, na verdade, nossos pais.”
Migrante e filha da escola pública
A fala, aplaudida de pé, viralizou em áudio e vídeo nas redes sociais. NOVA ESCOLA conversou com exclusividade com a autora do discurso. Seu nome é Michele Maria Batista Alves, de 23 anos. Natural de Macaúbas, cidade de 50 mil habitantes no centro-sul baiano, ela é uma dos milhares de estudantes de classe popular que chegaram à faculdade a partir da criação do Programa Universidade para Todos (ProUni), em 2004. É também um exemplo das dificuldades dessa trajetória.
Filha de mãe solteira, criada com a ajuda do avô, Michele veio para São Paulo aos 12 anos, para tratar de uma depressão. Sua família se estabeleceu numa casa alugada em Itapevi, cidade da Grande São Paulo onde mora até hoje, e de onde leva duas horas para ir e voltar ao centro da capital. A intenção inicial era regressar à Bahia, mas dois anos depois a descoberta de um tumor no pescoço adiou indefinidamente os planos. “Hoje estou curadíssima, mas por causa da doença fomos ficando. Minha mãe trabalhava de doméstica e eu comecei a ajudar no Ensino Médio como monitora numa escola infantil”, conta.
Sua história na Educação Básica foi toda em escola pública. “Estudei numa escola estadual perto de casa. Tive professores bons, mas a estrutura dificultava. Faltava água sempre, não tinha como ir ao banheiro, as classes eram lotadas e havia brigas. Eu sentia o quanto era difícil lecionar ali”, lembra ela, que diz nunca ter tido uma aula de Química – a professora só existia no papel, mas nunca apareceu. “Por tudo isso, acho muito difícil um aluno de escola pública entrar direto na faculdade.”
“Percebi que era pobre”
Ela própria teve de fazer cursinho. Duas vezes, a primeira delas num comunitário. “Foi uma experiência fundamental”, conta. “Tive vários professores de origem popular que me mostraram a diferença entre classes. Era a primeira vez que eu me reconhecia como pobre.”
A segunda foi no ingresso na PUC-SP. “Não tinha ninguém do meu círculo social. Não tinha recepção para bolsistas”, diz. No primeiro dia, uma menina contava animadamente sobre a viagem de férias à Europa. No terceiro, uma professora fez um comentário sobre métodos de estudos que deveriam ser evitados porque até a filha da empregada dela estudava assim. O impacto virou trecho do discurso:
“Naquele dia, soube que a faculdade não era para mim. Liguei para a minha mãe, que é doméstica, e disse que queria desistir. Ela me fez enxergar o quanto precisava resistir àquela situação e mostrar o quanto eu era capaz de obter aquele diploma”.
Espelho da realidade
Professores da PUC confirmam a situação narrada por Michele. “Ouvi de alguns bolsistas que a maior dificuldade não era preencher as lacunas de formação, mas conviver com a discriminação por parte de colegas”, diz Leonardo Sakamoto, professor do curso de jornalismo. “Se a PUC tivesse mais estudantes como eles, faria mais diferença do que faz hoje. Alguns dos meus melhores alunos foram bolsistas.”
“Os alunos beneficiários de bolsas são os mais dedicados, pois vêem no diploma da PUC a única chance de fugir de um destino cruel, previamente estabelecido”, confirma Adalton Diniz, professor do curso de Ciências Econômicas, que compara sua própria trajetória com o cenário atual. “Nasci no Jardim São Luiz, na periferia de São Paulo, fui operário metalúrgico e filho de uma dona de casa e um trabalhador que apenas completou o ensino primário. Estudei na PUC nos anos 1980 e não me recordo de ter enfrentado, de modo significativo, resistência, preconceito e hostilidade. Creio que a sociedade brasileira era mais generosa na época.”
Michele Alves seguiu em frente, mas não sem dificuldades. Passou os seis primeiros meses sem falar com ninguém. “Também por minha conta, porque antes eu era mais radical, mais intolerante. Acho que a gente tem de ser radical, mas não radical cego. Isso eu só aprendi depois, ao perceber como as pessoas me enxergavam e como eu poderia me aproximar delas. Aos poucos, fui criando métodos para dialogar com quem era diferente de mim. Ficar sem falar é muito ruim.”
Choro, apreensão – e aplausos
O episódio do discurso nasceu dessa espécie de diálogo radical. Com colegas, Michele fundou um grupo para discutir a situação dos bolsistas na PUC. A formatura se tornou uma pauta importante, porque o custo da colação de grau e do baile – na casa dos 6 mil reais – era proibitivo. Uma negociação com a comissão do evento garantiu quatro ingressos para cada bolsista e o direito do grupo a ter um orador.
Michele foi a escolhida. “Fiz o texto numa única noite. Chorei muito. É um relato carregado de histórias não só minhas, mas de todos os bolsistas, que eu revivia conforme ia escrevendo. Ensaiei 12 vezes e só na última consegui ler sem chorar”, conta.
Chegou o 15 de fevereiro, data da colação, e Michele aguardava sua vez de subir ao palco. O orador oficial fez um discurso leve, contando ‘causos’ do curso e arrancando risadas da plateia. Michele gelou. “Pensei: ‘e agora, como vai ser? Vou vir com um tapa na cara, agressivo, não sei como vão reagir’”. De cima do palco, tentou procurar a família – cunhado, uma amiga do Chile, três colegas de trabalho e a mãe, aniversariante da noite. Não viu ninguém. Leu tudo de um fôlego só.
Ao terminar, ainda meio atordoada, correu de volta para seu assento. “Achei estranho meus colegas se levantando. Depois entendi. Estavam me aplaudindo”, diz ela, contente também com a repercussão de sua fala nas redes sociais. “É uma vitória saber que minha reflexão está chegando a lugares que antes não debatiam esse assunto. Quem sabe cause algum impacto na vida dos bolsistas que virão depois de mim.”