Uma das citações mais batidas nos meios políticos diz que "política é como nuvem: você olha, tem uma forma; piscou, já mudou". Parece que, nesse outono itabunense – outono da política em geral -, com ventos mais intensos, essa máxima ganha contornos mais nítidos. Um exemplo disso quem faz questão de nos dar é o prefeiturável e (ainda!) diretor da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC), Roberto José.

Recém-eleito presidente do Partido Social Democrático (PSD), naturalmente como um gesto da confiança que o presidente estadual da sigla, senador Otto Alencar, deposita(va) no jovem político, eis que, como uma nuvem de outono, RJ anuncia – por meio de fiel escudeiro, em grupos de whatsapp – que deixa a legenda (a notícia fora dada pelo site Plantão Itabuna, porém, sem confirmações) e já está pousando em novo ninho, o Partido da República (PR).

Além de Otto, o PSD tem como uma liderança forte na região a deputada estadual Ângela Sousa, espécie de orientadora de RJ. (Logo ela, tão citada na mídia regional como uma nuvem política ambulante…)

O fato é que Otto e Ângela não mais terão que ouvir as citações teóricas do professor Roberto José para justificar sua escolha, nem esse terá que cumprir o que estava dito – e talvez não escrito – no ato de sua condução à presidência local do PSD – que o partido seguiria a indicação do governo do estado em Itabuna.

Tempos estranhos, em que "o futuro" repete o passado e nem as nuvens aparecem no céu de outono para testemunhar o que delas se diz aqui embaixo: a inconstância é sua maior constante. Ou, o debute político do jovem citador de filosofadas veio num outono-quase-inverno, mesmo que um sol desregulado teime em dizer que estamos numa primavera-verão dos novos tempos.

Nada novo debaixo do sol. Mais do mesmo na velha política.