“É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”. A sabedoria do provérbio africano revela como o senso de comunidade é importante para as relações humanas. Inspirado nessa tradição, o Colégio Vitória definiu, esta semana, em sua comunidade escolar, o marco de um processo fundamental para uma instituição humanista: criou uma comissão que vai promover estratégias e práticas para consolidação de uma educação antirracista.

“Nós compreendemos a escola como reflexo, espelho e continuidade da sociedade. Então, é lógico que esse seja um espaço de diversidade e, por isso, escolhemos começar o diálogo a partir da questões étnico-raciais pela representatividade, já que a Bahia é um estado de maioria de população negra, além dos indígenas que têm uma importância histórica na formação do povo brasileiro”, destaca a diretora Ana Melo, a respeito da iniciativa.

Manual antirracista

Na noite de terça-feira (20), uma reunião entre direção, professores, alunos e funcionários criou a comissão e iniciou a discussão para elaboração de um manual antirracista e adaptações no currículo para contemplar as exigências da Lei 10.639/03, que regulamenta o ensino antirracista e torna obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira. A comissão é coordenada pela educadora Elisa Oliveira, responsável pela área de Filosofia no Colégio Vitória.

Com base em estratégias organizacionais, curriculares e pedagógicas, serão reguladas ações, práticas, escrita de documentos oficiais escolares e formação de educadores, pautadas em uma nova forma de educar que ensine o respeito ao outro, à diversidade, a prática da igualdade racial e a necessidade de combater o preconceito e a discriminação.

Uma das propostas é trabalhar a autoestima das crianças negras, do ponto de vista físico, emocional e intelectual. Também será criado um grupo para compartilhamento de material e haverá maior atenção aos casos relatados.