Uma criança venezuelana, diagnosticada em avançado estado de desnutrição, morreu ontem (07), em Itabuna, onde famílias indígenas da Venezuela estão abrigadas no Colégio Estadual Antonio Carlos Magalhães, no bairro Mangabinha, desde o início do ano. A menina, de apenas dois anos, já teria dado entrada no Hospital Manoel Novaes, no mês de abril, ficando internada e sendo liberada após melhora do quadro.

Na noite de ontem, inclusive, parte da estrutura do colégio desabou, mas, felizmente, ninguém ficou ferido. Por meio de nota, a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (SEMPS), lamentou o incidente e informou que a Coordenadoria da Defesa Civil vistoriou a unidade escolar para a adoção de providências. Ainda segundo a nota, o desabamento ocorreu nos fundos da escola, em decorrência de infiltrações causadas pelas chuvas.

A TV Santa Cruz noticiou que a reportagem esteve no local, mas foi impedida de entrar ou falar com algum familiar da criança.  De acordo com a  reportagem, existem denúncias de que o local, onde cerca de 52 venezuelanos estão vivendo, é insalubre. Ao redor do colégio, está cheio de entulhos e sacos de lixos, o que provoca um forte odor, segundo relato da reportagem.

Nota da prefeitura

Quanto à morte da criança, a prefeitura, por meio da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (SEMPS), divulgou uma nota informando que há 9 meses fornece a assistência humanitária à subsistência dos imigrantes indígenas venezuelanos, abrigados no Colégio Estadual Antonio Carlos Magalhães. A secretaria garantiu que fornecem diariamente, todas as refeições, inclusive, especial, às crianças.

De acordo com a nota, também é oferecido material de limpeza e higiene pessoal, atendimento em saúde, encaminhamento para a rede escolar e cuidados sanitários, e que, inclusive, conta com o apoio da Biosanear em ação de educação ambiental no abrigo e do Comitê Intersetorial de Refugiados e do Núcleo Especializado em Migrantes ligados a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

“Em março passado, dois representantes da secção Ilhéus/Itabuna do Ministério Público Federal (MPF) visitaram o abrigo temporário dos imigrantes venezuelanos da tribo Warao, quando puderam comprovar os esforços da Prefeitura para oferecer ajuda humanitária. Mas, por conta de sua cultura diferente, os imigrantes não têm muita preocupação com a higiene, inclusive não atendem às orientações sanitárias e ambientais em relação ao acondicionamento de lixo”, concluiu a nota da prefeitura.