Os hospitais em todo mundo estão seguindo rigorosos protocolos da Organização Mundial de Saúde, dos ministérios da saúde de cada país e procedimentos internos para proteção dos pacientes e de suas equipes neste período de pandemia do novo coronavírus. Em Itabuna, o Manoel Novaes implantou novas medidas de segurança desde que o Brasil foi declarado área de contaminação comunitária, no início do ano.

Uma das primeiras medidas adotadas pelo Manoel Novaes foi a separação do fluxo de pacientes. “Aqui temos as emergências separadas, sendo que uma delas é exclusiva para pessoas que apresentam sintomas respiratórios. Essa separação é feita desde o Pronto Socorro. Esse fluxo foi estabelecido desde o início da pandemia. Pelos protocolos do Ministério da Saúde, OMS e da Secretaria de Saúde da Bahia, todos pacientes com sintomas gripais são suspeitos de Covid-19”, afirma a diretora técnica do HMN, Fabiane Chávez.

A médica explica que todos os casos suspeitos que chegam ao hospital são encaminhados para enfermaria exclusiva Covid ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a depender da gravidade do caso. O paciente que também tem caso positivo na família é enviado para uma das unidades exclusivas.

De acordo com Fabiane Chávez, por ser uma unidade que cuida de crianças, a responsabilidade no Hospital Manoel Novaes é ainda maior porque, na maioria das vezes, esses pacientes são assintomáticos. Por isso, se tiver alguém na família testada positivo ou teve contato com pessoa com vírus, o paciente já fica em isolamento, independentemente, de ter o resultado do teste.

Hoje, no Manoel Novaes existem três leitos na UTI e 10 na enfermaria. Não existe nenhum caso de contaminação interna. “Parte disso se deve às medidas adotadas para a segurança do paciente e seu acompanhante. Temos muito cuidado na distribuição dos pacientes nos leitos para evitar a disseminação da doença no interior da unidade”, avalia a diretora técnica do HMN.

A angústia do isolamento

A médica reconhece angústia dos pacientes e pais que precisam ficar em isolamento e cita como exemplo um caso do município de Jaguaquara, transferido pela Central de Regulação do Estado para O Hospital Manoel Novaes. Trata-se de uma criança oncológica, imunodeprimido (tem os mecanismos de defesa contra infecções comprometidos), que não apresentam os sintomas da doença, mas foi regulada como suspeito. A mãe mostrou-se angustiada porque está proibida de circular pelos corredores e não pode revezar com outra pessoa da família.

A diretora técnica do Manoel Novaes observa que a vida de quem está doente não é fácil e, na unidade Covid, é ainda mais complicado porque os pacientes são crianças. “Além dos protocolos, temos de respeitar o Estatuto da Criança. Eles têm direito a um acompanhante durante 24 horas por dia. No caso da unidade Covid, não é permitida a substituição por causa do alto risco de contaminação”, finaliza Fabiane Chávez.