Adriana Reis é bióloga, doutora em biotecnologia e gerente no Centro de Inovação do Cacau, em Ilhéus, atuando na coordenação de análises físico, químicas e sensoriais de cacau e chocolate. Para ela, a escolha de chocolates com traços marcantes da região cacaueira inspira atenção a dois fatores: a indicação geográfica “Cacau Sul da Bahia” no rótulo e o percentual de cacau na composição dos produtos.

“É importante procurar o selo de indicação geográfica Cacau Sul da Bahia na embalagem – muitas marcas já têm esse selo que é o patrimônio da região responsável pela produção de chocolates singulares, únicos e com modo de saber local associado. Outro detalhe que devemos estar atentos é ao percentual de cacau presente no chocolate.”, sugere.

Com as mudanças no perfil do consumidor, tem sido comum encontrar marcas comprometidas com o consumo consciente, conforme aponta a especialista. “O consumidor está cada vez mais buscando entender o que está comendo e adquirindo produtos saudáveis. A porcentagem de cacau no rótulo pode indicar saúde, haja vista que quanto mais cacau na composição, menos açúcar e gorduras modificadas estarão presentes no produto, gerando benefícios ao sistema imunológico e à saúde.”, acrescenta Reis.

Segundo a pesquisadora, pelo menos 200 marcas nacionais já trabalham a pureza dos ingredientes, a origem do cacau com produtos de linhas diet, sem lactose ou sem glúten, por exemplo, unindo qualidades nutricional e sensorial. Só no Sul da Bahia mais de 80 empreendimentos já têm estes diferenciais agregados.

Sensações dos chocolates

Adriana avalia o chocolate como um alimento benéfico à saúde, contribuindo para o aumento da imunidade, mas que “também acolhe e acaricia o coração e a alma.”. “A escolha varia muito de acordo com o acesso e o gosto do consumidor. No Brasil se consome muito chocolate ao leite – estimulado por uma tendência mundial –, mas devido a questões de saúde como intolerância à lactose, as pessoas têm buscado alternativas mais saudáveis.”, destaca.

Indicando como produto “inclusivo”, Adriana comenta possíveis sensações ocasionadas com o consumo de chocolates variados. “Quando penso no meu dia-a-dia, preocupada com a saúde, opto por chocolate amargo que vai me dar todas as qualidades sensoriais e nutricionais. Quando penso em algo mais afetivo e caloroso associado a momentos de estresse ou uma TPM, por exemplo, busco o chocolate ao leite por ser mais doce e lembrar uma sensação do aconchego. Já para sair da zona de conforto ou agradar alguém com um presente especial, penso no trufado pois agrega outros itens como as frutas nativas.”, conclui Reis.

Comercialização

O Centro Público de Economia Solidária (Cesol) Litoral Sul comercializa chocolates e ovos de páscoa de cooperativas e grupos produtivos atendidos com assistência técnica. São produtos em várias porcentagens com traços marcantes do Sul da Bahia como frutas nativas da região cacaueira (manga, jaca, limão, banana e cupuaçu), veganos, com nibs, caramelo, amêndoas, favas de baunilha, e até azeite de oliva em sua composição. Os produtos podem ser adquiridos na Feira de Economia Solidária no Shopping Jequitibá (em frente à loja Ortobom) ou pelo WhatsApp (73) 98891-6954 e são entregues em todo o Brasil.

Cesol Litoral Sul

Com sede em Itabuna, o Cesol Litoral Sul abrange todo o Território Litoral Sul, composto por 26 municípios baianos, e é parte da política pública do governo do estado, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre). Se configura como importante instrumento de inclusão socioprodutiva para a região.