Abandonar animais domésticos tem sido uma prática muito comum no país e atinge números alarmantes. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem 30 milhões de animais abandonados, sendo 10 milhões de gatos. A necessidade do cuidado com os bichos, principalmente aqueles amparados por ONGs, fez com que os alunos Gabriel Lima e Vinicius da Silva, do Centro Territorial de Educação Profissional do Sisal (CETEPS), localizado em Serrinha, sob orientação de Thales Nascimento, desenvolvessem um projeto que utiliza resíduos de coco verde para criar uma areia sanitária sustentável.

A areia tem como matéria-prima o coco verde, muito consumido na Bahia. Gabriel explica como é realizada a fabricação do produto. “O processo começa com a coleta dos cocos descartados. Em seguida, os cocos são descascados para separar a casca da fibra, utilizando um facão. A fibra é cortada em pedaços menores e mergulhada em água por cinco minutos para facilitar a trituração. Depois de triturada, a fibra é exposta ao sol para secar, retirando o excesso de bagaço e deixando apenas os granulados da fibra, que formam a areia sanitária”.

Segundo o orientador, a ideia surgiu em uma visita à Associação Vidas, uma ONG dedicada ao cuidado de gatos de rua. “A situação financeira que a ONG se encontrava influenciou no surgimento da ideia de desenvolver algo para substituir a areia sanitária industrial por uma areia de baixo custo. Durante essa discussão, surgiu também a percepção de que a venda de água de coco nas ruas resultava em uma abundância de resíduos. Esses dois pontos convergiram na concepção de uma alternativa de baixo custo e ecológica, dando origem ao nosso produto”, diz.