Um ex-policial militar da Bahia está entre os chefes de um grupo especializado em tráfico de internacional de drogas, alvo de operação deflagrada ontem (12) pela Interpol e Polícia Federal.

Durante as investigações anteriores à operação, foram identificados quatros homens considerados “cabeças” do esquema. Além do ex-PM da Bahia, de apelido Fênix, os outros três foram identificados como Jovem, Donatelo e Gaúcho.

Nesta segunda fase da Operação Olassá, 12 mandados de prisão foram expedidos para a Bahia, entre Salvador, Lauro de Freitas e Conceição do Coité, nos estados de Sergipe, Maranhão, Pará, São Paulo e Santa Catarina. Há mandados também para a Espanha e Tailândia. Além disso, há ainda outros 10 mandados de busca e apreensão.

No início da tarde, segundo informações da PF, oito mandados de prisão já tinham sido cumpridos, enquanto quatro estavam em aberto, sendo um em SP e três fora do Brasil.

De acordo com Fábio Marques, delegado da Polícia Federal, o ex-policial militar foi exonerado em 2019 por envolvimento em diversos crimes. Ele foi preso em um condomínio de luxo em Itajaí (SC), dirigindo um carro de luxo com valor de mercado de cerca de R$ 300 mil. Segundo a PF, ele era o grande operador financeiro do esquema, e grandes movimentações do grupo passavam pela conta dele.

“Inclusive, em seu nome, o relatório do COAF aponta essas modificações atípicas e incompatíveis com sua renda. Por essa razão, a gente entendeu que seria necessário a sua prisão e a retirada dos bens que foram identificados na organização criminosa, de forma a descapitaliza-las”, explicou o delegado da Polícia Federal, Fábio Marques.

Investigações

As apurações começaram em maio de 2019, a partir de denúncias recebidas pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Os entorpecentes traficados eram levados principalmente para os países da Europa e da Ásia.

De acordo com o delegado Fábio Marques, o esquema foi identificado a partir de um grupo de Whatsapp. Três chefes usavam o app para trocar informações a respeito das ações do grupo, viagens e entregas. Elas tratavam de viagens que partiam com mais frequência do aeroporto de Guarulhos, e depois passaram a operar com saídas de Salvador, Fortaleza e Curitiba.

Conforme o delegado, primeiro, o grupo focava na rota Europa. Depois, passou a usar a Ásia, que é mais lucrativa para o tráfico internacional.

Na fase um da operação “Olassá”, deflagrada em março, a PF tinha identificado apenas os aliciadores que encaminhavam as “mulas” para os chefes. A fase dois trouxe a identificação dos chefes.