Cerca de 120 trabalhadores da Maternidade Ester Gomes (Mãe pobre) estão desde o mês de março sem receber salários. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Itabuna e Região (Sintesi). Nesta terça (21), os funcionários foram informados de que um dos meses atrasados seria pago. No entanto, o sindicato disse que, assim que paga um já está perto de vencer outro mês. “Vai ficar até o dia 10 e já vai vencer novamente o outro que é o do mês de julho, que vence em agosto. Aí volta a somar quatro meses atrasados”, atestou João Evangelista, assessor do Sintesi, em entrevista ao programa Balanço Geral da Rede Record/TV Cabrália.

Segundo Evangelista, inclusive, o Sintesi entrou com uma ação na Justiça para tentar regularizar a situação. “Em maio desse ano, nós entramos com uma ação na Justiça do Trabalho. O juiz aguarda, agora, o sindicato entrar com uma petição para bloquear recursos da conta da instituição”, informou o sindicalista.

A maternidade Ester Gomes atende a pacientes de Itabuna e de outros 120 municípios. Ao Balanço Geral, o conselheiro da unidade, Sérgio Lopes, afirmou que os atrasos foram provocados pelo corte na verba repassada pelo município à maternidade. De acordo com ele, em agosto do ano passado, a prefeitura fazia um repasse mensal de R$ 272 mil. Em setembro, esse valor passou para R$ 68 mil. Só a folha de pagamento da unidade chega a R$ 406 mil, informou Lopes. O conselheiro confirmou que um dos salários atrasados será pago ainda hoje. Ele disse, ainda, que até o final da semana deve ser pago o restante.

O conselheiro ressaltou que a maternidade não tem recebido nenhuma verba do município para manter a unidade de Pediatria funcionando. “Serviços como ultrassonagrafia, mamografia e até mesmo laboratoriais que poderiam ser realizados na Ester Gomes estão suspensos, justamente por conta do corte de verba. A Administração já entrou na Justiça para tentar rever o valor, mas até agora nada foi resolvido”, contou Sérgio Lopes.

Mesmo com os salários atrasados, os trabalhadores não pensam em paralisar as atividades neste momento. “A gente não acha que há clima para paralisações. Primeiro, por conta da pandemia e, segundo, porque existe sempre a perspectiva de pagamento”, justificou.