O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, prepara uma resposta à tentativa de intimidação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e às mentiras de Jair Bolsonaro contra o sistema eleitoral.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o ministro Luiz Fux disse em conversas reservadas que avalia citar nominalmente, durante seu discurso na retomada dos julgamentos na Corte, as Forças Armadas e Braga Netto, que teriam gerado a crise política instalada a partir de acenos golpistas.

“Há, ainda, a possibilidade de que a declaração seja mais genérica, evitando despertar animosidade no meio militar, mas que, mesmo assim, cumpra o papel de sinalizar aos outros Poderes e à caserna o comprometimento do Supremo com a estabilidade democrática”, diz a reportagem.

Na próxima semana, Fux deve se encontrar com Bolsonaro e com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Na manhã de quinta-feira, 29, Bolsonaro subiu o tom contra o STF em conversa com apoiadores em frente ao Alvorada: “O Supremo cometeu crime ao dizer que prefeitos e governadores podem suprimir direitos”. A afirmação desinformativa foi seguida pela declaração também inverídica e recorrente de que o tribunal o impediu de atuar. “Prefeitos e governadores tinham mais poder do que eu”, disse.

 

“Moleque”

As declarações de Jair Bolsonaro durante a live de ontem (29), em que o chefe de governo espalhou uma série de mentiras sobre as urnas eletrônicas e defendeu o voto impresso, foram recebidas da pior maneira possível no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, o chefe de governo foi chamado de “moleque” por um ministro da Corte, e teve o apoio de outros colegas.

O clima no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é tão grave quanto no STF.

Magistrados da corte eleitoral defendem uma resposta contundente à ameaça golpista, com medidas concretas que resultem em punição pelos sucessivos ataques ao presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, e ao sistema de votação brasileiro. Os ministros avaliam ser necessário punir Bolsonaro, “inclusive no âmbito eleitoral”, diz a jornalista.

“É preciso atuar agora”, afirma um dos ministros, para que o país possa realizar as eleições de 2022 dentro da normalidade. (Do site Brasil247)