Nesta quinta-feira (17), o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, completa os 100 primeiros dias de funcionamento. Para a diretora-geral da instituição, Aline Costa, trata-se de um projeto de saúde pública que, por sua magnitude e complexidade, se constrói todos os dias, a cada família acolhida e atendimento feito. E esse é, sem dúvida, o grande desafio até aqui: promover um serviço público alicerçado no cuidado, nos direitos da mulher e da criança e na consolidação do Sistema Único de Saúde, que tem como proposta ofertar às mulheres o estímulo ao parto normal e humanizado.

Nestes 100 dias, o setor de Obstetrícia do hospital realizou aproximadamente 700 partos. Deste total, 120 foram assistidos no Centro de Parto Normal e acompanhados por uma enfermeira obstétrica, um dos pilares da humanização do SUS. A cada 100 partos realizados, em média, 28 foram de alto risco.

No âmbito da emergência, o HMIJS realizou 2.130 atendimentos a gestantes sob demanda espontânea e 987 crianças. Setenta e oito bebês foram internados na UTI Neonatal, tendo como principais causas, a prematuridade e o baixo peso. Para apoio diagnóstico, foram realizados 6.273 exames laboratoriais e de imagem, incluindo ultrassonografia, raio X e tomografia. Garantindo a imunidade contra doenças prevalentes, 815 bebês e 289 funcionários foram vacinados.

Atuação regional

Construído pelo Governo do Estado e administrado pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS) o hospital é referência no atendimento a 20 municípios das regiões de saúde de Ilhéus e Valença. Entretanto, neste período de funcionamento, atendeu pessoas residentes de 64 municípios, sendo 53 do estado da Bahia e 11 de outros sete estados brasileiros. “A nossa missão não é ser ilha. É unir esforços, construir pontes e fortalecer a rede regional de saúde”, afirma Aline Costa.

Ações agregadoras

No mês de janeiro, a unidade ampliou seus protocolos de segurança e de normatização do acesso de acompanhantes em função da retomada de casos de Covid-19 na Bahia, atuando em consonância com as normativas técnicas da SESAB. Uma das mais importantes ações sociais desenvolvidas pela FESF ganhou destaque neste período, quando o hospital passou a estimular oportunidades para jovens aprendizes através do Programa Primeiro Emprego em áreas administrativas. Nove jovens já foram integrados à equipe administrativa da instituição.

Outra importante garantia ofertada no HMIJS é o direito ao Registro Civil. Desde fevereiro, todas as crianças que nascem na unidade podem ser registradas, graças à parceria firmada com o 1º Ofício de Registro Civil. Mais de 150 registros já foram feitos. O 1º registro de nascimento é gratuito. Ao efetuá-lo é emitido o documento de Cadastro de Pessoa Física (CPF).

A triagem neonatal, recomendada pelo Ministério da Saúde, também está garantida aos bebês, com a realização dos testes do coraçãozinho, olhinho, orelhinha, linguinha e pezinho, cujos resultados passam a ser importantes e servem de referência para todo o processo de desenvolvimento do bebê.

Ações administrativas importantes foram consolidadas neste período. O hospital inaugurou a Ouvidoria, que passou a receber críticas, elogios e sugestões de colaboradores, usuários e familiares.

Também foi iniciada a implantação do Sistema Integrado de Automação em Segurança do Trabalhador, que atuará no controle, prevenção e cuidado com a saúde dos seus mais de 500 colaboradores.

Parcerias

A construção de futuras parcerias técnicas, acadêmicas e científicas entre a Fundação Estatal Saúde da Família (FESFSUS) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) foi debatida com o reitor da universidade, Alessandro Fernandes. As professoras Rosângela Melo e Regiane Quinto de Souza, responsáveis pelos estágios do 5º e 6º ano do curso de Medicina da universidade, receberam proposta de convênio entre as instituições, para formalizar o hospital como cenário de prática dos alunos da UESC, nas especialidades de Obstetrícia, Neonatologia e Pediatria.

Agora em março, novos profissionais de saúde aprovados em seleção pública foram convocados pela FESFSUS, ampliando a equipe técnica do hospital através dos critérios de formação e qualificação profissional.

Avançando na garantia de um parto respeitoso e acolhedor, o hospital adotou a banqueta de parto vertical como mais uma opção para as gestantes parirem com segurança, aliando-se a outras opções de alívio da dor já existentes na sua estrutura, a exemplo do chuveiro, da bola e do cavalinho.

Comemorando o mês destinado à luta das mulheres, uma extensa programação tem sido desenvolvida ao longo das semanas, como sorteio de brindes, rodas de conversa, orientações jurídicas e ações para melhoria da qualidade de vida das trabalhadoras, usuárias e famílias.

Em apenas 100 dias, o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio já conseguiu construir uma história marcante na vida das mulheres e das crianças do sul da Bahia. Um presente de bons resultados. E um futuro de novas e importantes conquistas.