Por Maria Reis Gonçalves

O homem por natureza é uma criatura moral. A ele cabe toda a responsabilidade pelas suas ações. É através do mecanismo moral que o homem se distingue um do outro. O homem possui três faculdades que o fazem responsáveis pelas suas atitudes e ações. São elas:

I. INTELECTO – Através do intelecto o homem desenvolve a faculdade da percepção ou do pensamento. É através do seu intelecto que o homem adquire conhecimento e com isso aprende a distinguir o bem do mal. É através do intelecto que o homem consegue desenvolver a sua criatividade, intuição, liderança e inovação. A psicologia do desenvolvimento nos fala que o intelecto humano é único em cada ser, e se forma de captação ou aquisição de novos conhecimentos e se processa de acordo com suas vivências e habilidades que são adquiridas ao longo da existência, contendo também uma hereditariedade genética.

II. CONSCIÊNCIA – A psicologia nos alerta que a consciência não é considerada uma faculdade separada. Para alguns psicólogos as três faculdades são intelecto, sensibilidade e vontade; sendo a consciência considerada como a ação combinada dessas três faculdades, dando ao homem um senso intimo de responsabilidade moral e julgando entre o bem e o mal. Mas tendo em vista o desenvolvimento intelectual do homem, que lhe dá a capacidade de raciocinar, podemos então entender que a consciência pode, num sentido, ser considerado com uma faculdade, pois é através da mente (consciência) que podemos entender a diferença que existe entre o bem e o mal.

III. VONTADE  – A vontade do homem está definida como: “o poder da alma de escolher entre motivos e dirigir sua atividade subseqüente de acordo com o motivo assim escolhido, em outras palavras, o poder da alma de escolher tanto o fim como os meios de atingir o escolhido”. Para os estudiosos do assunto, “A escolha de um fim último chamamos preferência imanente; as escolhas dos meios chamaram volição executiva”. A nossa vontade é determinada pelos motivos e pelo nosso caráter. Os motivos, podemos definir como razões e influências na direção que tomamos de certos atos ou ações, já o caráter é a parte da nossa vontade que predomina na hora das nossas escolhas. Através do nosso caráter podemos analisar se o motivo da nossa escolha tem razão de ser. E se a escolha corresponde com o certo ou errado, é o nosso caráter que irá filtrar essa diferença. São esses três mecanismos que irão mover a moral do homem em todos os seus atos e ações.

Para cada movimento a sua moralidade lhe dará as consequências dos seus atos. Hoje um homem moral já nem consegue um lugar dentro da sociedade, pois a imoralidade impera de maneira cruel e devastadora. É difícil para o homem moral com todas as suas fragilidades, conseguir sobreviver em um mundo imoral, capitalista e voltado para o consumo, para as aparências e o “tirar vantagem em tudo”. Mas chegará um dia em que a humanidade não suportará a sua própria decadência e poderemos fomentar uma revolta moral, onde o homem terá a sua distinção, não pelo que possui, mas sim pelo que é em sua essência natural.

Maria Reis Gonçalves é psicóloga