Mais uma tragédia envolvendo recusa de paciente no Hospital Manoel Novaes e na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) em Itabuna. Uma criança de 2 anos morreu nos braços dos pais após buscarem atendimento na unidade materno-infantil e de atendimento de urgência, na noite do sábado (5).

Os pais contam que procuraram a UPA, no Monte Cristo e, após terem o atendimento negado, foram encaminhados para a Maternidade Esther Gomes, que é o hospital “portas abertas” para o SUS no município. Em vez disso, segundo nota da Prefeitura, procuraram o Hospital Manoel Novaes, que só atende pacientes SUS após regulação – aqueles que passam pela Central de Regulação, o que garante ao estabelecimento o recebimento pelo atendimento. No HMN, foram recusados. “A pessoa nem quis ver o que a menina tinha. Do balcão mesmo mandou a gente voltar”, relata o pai.

Foi quando saíram em busca novamente da UPA. Mas, no caminho, a criança faleceu nos braços dos pais. Ao chegarem à UPA, por volta de 20h30min, diz a nota da Prefeitura, “a criança já se encontrava sem sinais vitais, apresentando pupilas abertas, sinais de rigidez muscular, face cadavérica, com sinal de desnutrição e desidratação”.

Segundo os pais, a busca pelo atendimento se deu porque a criança apresentava um quadro de diarreia, expulsando vermes pela boca e febre. “A Secretaria de Saúde lamenta o ocorrido, e se solidariza com a família, se colocando à disposição para prestar toda a assistência necessária”, finaliza a nota do Município.

A polícia civil está investindo o caso, para apurar uma possível omissão de socorro. Chama a atenção a narração do quadro pós-morte do bebê, conforme descrito na nota da Prefeitura: “a criança já se encontrava sem sinais vitais, apresentando pupilas abertas, sinais de rigidez muscular, face cadavérica, com sinal de desnutrição e desidratação”. Se foram observados todos esses detalhes quando já não se poderia fazer nada, por que ninguém observou o quadro que a criança apresentava antes de morrer?

Em tempo: há informações não confirmadas de que o casal teria procurado também a Maternidade Esther Gomes, que é portas abertas para o SUS, o que tornaria o caso ainda mais grave. A nota da Prefeitura não cita esse (não)atendimento naquela unidade. O blog está apurando a informação.