Não bastasse a violência psicológica sofrida por funcionárias de uma empresa de transporte coletivo de Itabuna, que passam pelo constrangimento de serem assediadas por um chefe – dentro da garagem -, a demissão das vítimas, ante a negativa em atender aos caprichos do tarado, torna a situação ainda mais humilhante para elas.

Uma dessas vítimas, em contato com O Trombone, relatou momentos de desespero, por se ver em uma situação absurda e por saber que sua resistência aos apelos do chefe lhe custaria um emprego do qual dependia para sustentar a si própria e à filha menor. “Ele vivia me dizendo que tinha sonhos eróticos comigo, e que ‘só não iria me fazer uma proposta, porque era casado'”, conta a agora ex-funcionária.

Em outra ocasião, denunciou, o tal chefe, que veio de outro estado, “avisou” a ela que sua esposa havia viajado, e estava sozinho em Itabuna. “Disse que ‘não sabia como ia almoçar’ e perguntou se eu não podia ajudá-lo. Não era cozinheira dele nem da empresa. Fica fácil saber quais eram suas intenções”.

Depois de se negar a realizar os sonhos do chefe, essa funcionária foi demitida sumariamente da empresa. Agora, sem emprego e ainda temendo processar o indigitado e a empresa pela dificuldade natural de provar situações como essas, a mulher, que é mãe solteira, se vê sem outra saída, a não ser, ao menos, limpar sua reputação.

“A todos que me perguntam por que fui demitida, se não havia razão aparente, conto a verdade. Quem sabe os empresários não se toquem do risco que é manter pessoas desequilibradas como essa em cargos-chave nas empresas de ônibus. Sei que não sou a única vítima, mas isso precisa parar.

Com certeza ela não é a única, não foi a primeira e, infelizmente, não será a última a passar por essa situação nessa e em várias empresas de Itabuna. Vergonha. E alguns empresários ainda nos acusam de sermos preguiçosos e de inventarmos doenças para não trabalhar. Quem guenta tanta humilhação?