Com o objetivo de debater a necessidade de implantar um sistema de cotas raciais nos concursos públicos municipais da administração direta, indireta e do poder legislativo, foi realizada na tarde de segunda-feira (03), na Câmara de Vereadores de Itabuna, uma audiência pública. A iniciativa foi do vereador Jairo Araújo (PCdoB), autor do projeto de lei que reserva 20% das vagas nos concursos públicos para negros e negras. Para embasar o debate, palestraram o professor da UFSB, Gabriel Nascimento, e o historiador Egnaldo França.

“Vivemos um momento de crescimento do desemprego, que atinge mais profundamente as pessoas negras, porque a pobreza no Brasil tem cor. Implantar políticas públicas que oportunizem a comunidade negra é combater essa desigualdade”, afirmou o professor Gabriel.

Egnaldo França ressaltou a importância do projeto de lei para a comunidade negra. “Eu vejo de forma muito positiva e me sinto contemplado ao ver que na Câmara de Vereadores tem alguém que está preocupado em combater a desigualdade racial e criar oportunidades de emprego para a população negra”.

Segundo o vereador Junior Brandão, Itabuna não pode fugir dessa discussão. “Considero esse debate pertinente e estou satisfeito com a explicações e argumentações aqui apresentadas”, declarou Brandão, relator do projeto de lei.

Na opinião do vereador Jairo Araújo, a Audiência Pública cumpriu seu objetivo de esclarecer os edis sobre a relevância do projeto de lei, em especial o relator do projeto, Junior Brandão. “É um debate polêmico. Muitas pessoas acreditam que vivemos numa democracia e que, portanto, somos todos iguais. Porém, quando observamos a realidade da população negra, verificamos que não há igualdade de oportunidades para todos. São os negros que estão nos presídios, nas periferias da cidade, distantes de galgar empregos melhores. Adotar cotas raciais nos concursos públicos municipais tem como objetivo amenizar essa dívida social que o Brasil tem com a comunidade negra”, concluiu Araújo.